Tudo ou nada para o Atleti de Simeone
Quatro anos sem títulos, uma renovação profunda e um fantasma que ronda o Metropolitano: a era do técnico mais longevo da elite europeia chega a um momento decisivo
Newsletter Meiocampo - 18 de julho de 2025
A nova edição do Meiocampo chega em um daqueles momentos em que o futebol, entre ciclos que se esgotam e decisões que moldam o futuro, exige mais do que só bola rolando. O Atlético de Madrid vive um ponto de inflexão sob Simeone — será o último ato de uma era? —, enquanto o futebol brasileiro tropeça de novo fora dos gramados, agora no licenciamento do EA FC 26. E ainda tem giro continental com mercado agitado, mata-matas da Sul-Americana, histórias improváveis da Champions e uma nova quebra de recorde no futebol feminino. Um resumo completo, crítico e necessário do que mexe com o jogo — dentro e fora de campo.
Vale lembrar: as edições de terça-feira e eventuais extras são exclusivas para assinantes. Às sextas-feiras, continua o conteúdo gratuito aberto ao público. Sugestões, críticas, elogios, quer só mandar um abraço: contato@meiocampo.net.
O momento do all-in de Simeone no Atleti?
Por Leandro Stein
Diego Simeone completará 14 anos à frente do Atlético de Madrid no final de 2025. É um ciclo inquestionavelmente histórico para os colchoneros. O clube reafirmou sua importância dentro da Espanha como não acontecia há décadas, ao passo que subiu degraus na hierarquia continental. A parceria rendeu dois títulos de La Liga, dois da Liga Europa, dois vices da Champions e uma estabilidade financeira essencial para incluir o Atleti entre os clubes mais poderosos do mundo – já são nove anos no Top 15 da Deloitte Football Money League. Uma questão, porém, parece cada vez mais pertinente e presente: não existe benevolência demais com os resultados do Atleti? Talvez por isso mesmo o Atlético indique, neste mercado de transferências, uma mudança de rumos.
Claro que é difícil competir num país polarizado por Real Madrid e Barcelona. Se, entre os anos 1940 e os 1970, o Atlético de Madrid pôde pleitear seu espaço entre os grandes da Espanha, as diferenças se tornaram bem maiores a partir de então. Mas não tanto mais. O crescimento recente dos colchoneros é inegável, como um clube mais estável na Champions League e força evidente no mercado. Por vezes falta um pouco de ambição. Outras, também encaixe e capacidade competitiva. Simeone, por mais que tenha elevado o clube do qual é uma lenda, deve ser cobrado.
Já são quatro temporadas consecutivas sem um título sequer. O Atlético de Madrid não conquistou nem a Copa do Rei e nem a inchada Supercopa nos anos mais recentes – o jejum na Copa do Rei, aliás, chega a 12 anos, desde que os rojiblancos quebraram um enorme tabu contra o Real Madrid, e o torneio claramente anda aberto a uma rotação maior entre os campeões. O roteiro das últimas temporadas, inclusive, quase sempre se repete no Metropolitano: há momentos muito ruins, intercalados por alguns excelentes, que exaltam o nome de Simeone e justificam a sua permanência.
Contudo, se geralmente o início ruim é mascarado pelo crescimento de produção até o final das campanhas (que valem vagas europeias, mas não taças), a ordem dos fatores foi diferente em 2024/25. De novo o time não chamou tanta atenção de cara, mas viveu uma guinada no meio da temporada, que permitiu à torcida sonhar com todos os títulos possíveis. A sequência de vitórias indicava uma das fases mais fortes sob as ordens de Simeone. Que, no fim das contas, se esfarelou. A traumática eliminação nos pênaltis na Champions, de novo contra o algoz Real Madrid, e por um toque duplo na marca da cal que soou como o detalhe do detalhe, significou uma pane psicológica. O Atleti não aguentou o Barça na Copa do Rei e nem sua toada em La Liga, além da campanha morna no Mundial.
Durante os últimos meses, a indignação sobre o pênalti (corretamente anulado) de Julián Álvarez estagnou o Atlético de Madrid. O clube se mostrou mais disposto a expor sua insatisfação com uma regra do futebol do que pensar em sua retomada. Cobrou seu preço. Mas, enfim, as atitudes começam a ser tomadas pensando em uma nova etapa. O mercado indica uma renovação sensível do elenco.
Vários jogadores experientes deixaram o Atlético de Madrid ao final de seus contratos. Podiam não ser protagonistas, mas há a impressão de uma limpa com as saídas de César Azpilicueta, Axel Witsel e Reinildo Mandava. Ángel Correa acabou vendido ao Tigres e a diretoria também parece não se importar tanto com a vontade de Rodrigo De Paul em assinar com o Inter Miami, após não renovar com os madrilenos. Rodrigo Riquelme e Arthur Vermeeren, dois jovens que não se indicaram extraclasses por enquanto, igualmente foram negociados e renderam um dinheiro a mais aos cofres.
Enquanto isso, os reforços do Atlético dão novas alternativas a Simeone. A impressão é de um time ainda combativo, mas que pode ser mais leve e dinâmico a partir de suas escolhas para o meio-campo, onde se concentram as novidades. Os laços com a Argentina permanecem fortes, com a vinda de Thiago Almada para ser um diferencial técnico. Mais atrás, dois atletas de 23 anos que figuraram entre os melhores de La Liga na última temporada: Álex Baena, trazido do Villarreal, e Johnny Cardoso, que brilhou pelo Betis. Também há Matteo Ruggeri chegando da Atalanta para a lateral esquerda, além da contratação definitiva do goleiro Juan Musso e do zagueiro Clément Lenglet, que estavam emprestados na temporada passada.
Por enquanto, o Atleti gastou €107 milhões nesses novos jogadores. É o quarto maior gasto dos últimos dez anos, mas só perde para temporadas em que os colchoneros resolveram quebrar a banca em um nome específico – Julián Álvarez, João Félix e Thomas Lemar. O que se mostra interessante é o volume em apostas diferentes até o momento, bem como os perfis. Talvez não sejam os jogadores que você pensaria logo de cara para a versão estereotipada do estilo de jogo de Simeone.
A renovação em curso já inclui outros jogadores subindo na hierarquia do Atleti. Figuras como Julián Álvarez, Giuliano Simeone, Alexander Sorloth e Pablo Barrios são indispensáveis. Antoine Griezmann, por sua vez, deixou de ser o termômetro de outros tempos. Ainda se confia no seu talento, tanto que o contrato foi renovado por mais dois anos em junho, mas sua constância anda em xeque. A contratação de Thiago Almada alude a uma passagem de bastão nesse sentido.
Já Simeone precisa ser tratado menos como intocável. Ninguém nega sua importância e dificilmente o Atleti encontraria um substituto com sua estatura, por isso ele segue em frente. Nunca é simples perceber quando um ciclo vitorioso chega ao final – algo que discutimos na última edição da newsletter, aliás. Todavia, são necessárias conquistas, o que não vem acontecendo. Simeone se mostrou um treinador mais maleável taticamente nos últimos anos, mas tais encaixes não se deram no momento certo e nem de forma duradoura. O novo mercado possibilita uma nova tentativa. Resta saber como será a avaliação sobre o técnico se, outra vez, o efeito for meramente paliativo para que ele siga em frente, mas não para que o Atleti seja campeão.
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🎧PODCAST MEIOCAMPO #150
A Copa do Mundo de Clubes chegou ao fim com um resultado surpreendente: o Chelsea passou por cima do favorito PSG na final e se consagrou como campeão do mundo. Falamos sobre essa vitória e fazemos um balanço sobre a competição. Além disso, abordamos o mercado de transferências.
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Brasileirão segue fora do EA FC 26 e a culpa é da falta de liga
Por Felipe Lobo
Havia a expectativa do Campeonato Brasileiro estar no EA FC 26, o principal game de futebol do planeta, mas não aconteceu. Pelo menos por enquanto. Os clubes brasileiros até estarão no jogo, graças a um acordo com a Conmebol, mas os jogadores ainda não. Assim como em edições anteriores, os jogadores dos clubes brasileiros serão genéricos. Apesar disso, as coisas ainda podem mudar.
Desde fevereiro que há uma conversa que os clubes brasileiros podem voltar a serem totalmente licenciados dentro do jogo da Electronic Arts, conhecida como EA. Foi quando Marcelo Paz, presidente do Fortaleza e da Liga Forte União (LFU), declarou em entrevista que a LFU trabalharia para levar os clubes brasileiros de volta ao game.
O EA FC é o herdeiro da franquia FIFA, mas a entidade não dá mais nome ao jogo desde a edição 2024. É o jogo mais popular, já que o principal concorrente, eFootball, se tornou um jogo gratuito sem muitos modos de jogo. Apesar disso, há clubes brasileiros no game, inclusive com jogadores licenciados, tanto da primeira quanto da segunda divisão. Neste caso, os acordos são individuais.
O rumor sobre a volta dos clubes brasileiros ao jogo ganhou força depois de matéria do Estadão que falava sobre proposta da EA para a CBF, que tentava licenciar tanto o Campeonato Brasileiro quanto a seleção brasileira para o jogo. O acordo, porém, ainda não aconteceu. Por enquanto, o Campeonato Brasileiro não está entre os clubes licenciados para estar no EA FC 26, que teve trailer lançado esta semana.
Há um grande problema de licenciamento no Brasil por uma questão de legislação. Os jogadores tem direito sobre as suas imagens e isso já gerou processos de dezenas de jogadores contra a EA e também contra a Sports Interactive, desenvolvedora do lendário Football Manager.
Desde o FM 2017 o jogo não é mais vendido no Brasil por isso. Os clubes brasileiros não tem seus nomes e cores reais, mas os jogadores continuam com os nomes reais no jogo. Como não é mais vendido no Brasil, não está mais sujeito à legislação brasileira e o jogo alega que o acordo com a FIFPro, sindicato mundial de jogadores, é suficiente para ter os jogadores no game.
No caso do FIFA, os clubes e os seus jogadores deixaram de aparecer nas edições do jogo. Só voltaram a aparecer no game por acordo da EA com a Conmebol que permite o uso dos escudos e uniformes dos clubes, mas não dos jogadores. Por isso os clubes brasileiros que jogam Libertadores e Sul-Americana aparecem no game, mas com jogadores genéricos.
As conversas entre LFU e a Libra (Liga Brasileira de Futebol) sobre a formação de um bloco único para organizar o Campeonato Brasileiro incluem diversos pontos, como arbitragem, calendário, Fair Play Financeiro e propriedades comerciais, incluindo aqui a venda de direitos para licenciamento de videogames.
Por enquanto, porém, esse acordo entre as duas entidades ainda não saiu. Há um memorando de entendimento, com os clubes almejando passar a organizar o Brasileirão a partir de 2027. Só que ainda há muitos pontos a serem resolvidos. O Flamengo, por exemplo, é contra incluir seus ativos comerciais para venda em conjunto e não está satisfeito nem mesmo com a divisão dos direitos de TV dentro da Libra, grupo do qual faz parte. Por isso, é de se imaginar que um acordo ainda esteja distante.
Se as coisas caminharem em um rumo surpreendentemente rápido nos próximos meses, quem sabe isso pode mudar para o FC 27, que sairá no próximo ano. Talvez a seleção brasileira apareça em algum momento no jogo, porque isso depende apenas da CBF. Os clubes e o Campeonato Brasileiro, porém, podem demorar mais.
É uma pena que os nossos dirigentes continuem sem conseguir chegar a um acordo para algo básico. Estar nos jogos de videogame pode parecer pouco para dirigentes que estão preocupados apenas em fazer alguma grande contratação para satisfazer a torcida, mas é algo muito importante. Nenhum campeonato do mundo tem números de audiência quanto o EA FC tem de jogadores ao redor do mundo. É uma grande oportunidade desperdiçada para os clubes e jogadores brasileiros ao não estarem no game de futebol mais relevante do mundo.
NA EDIÇÃO ANTERIOR DA NEWSLETTER…
A Newsletter Meiocampo conta com duas edições fixas semanais: às terças, exclusiva para assinantes, e às sextas, gratuita para o público em geral. Ocasionalmente, nossos assinantes também ganharão textos extras. Na última terça, em edição apenas para assinantes, falamos sobre as lições que ficam da Copa do Mundo de Clubes.
Giro
- A Champions League concluiu sua primeira fase classificatória. Avançaram: Hamrun Spartans (Malta), KuPS (Finlândia), Shkendija (Macedônia do Norte), Malmö (Suécia), RFS Riga (Letônia), Drita (Kosovo), Lincoln Red Imps (Gibraltar), Breidablik (Islândia), Shelbourne (Irlanda), FCSB (Romênia), Zrinjski Mostar (Bósnia), Kairat (Cazaquistão), Noah (Armênia) e Ludogorets (Bulgária). O Shelbourne terminou de se impor no duelo de Irlandas com o Linfield, ao arrancar o empate por 1 a 1 em Belfast. O Inter Club d'Escaldes não avançou, mas bateu o FCSB (o renomeado Steaua Bucareste) em Andorra. Destaque ainda para os 28 pênaltis entre Hamrun Spartans e Zalgiris, com a classificação dos malteses com o triunfo por 11 a 10. Passaram ainda os kosovares do Drita e os gibraltinos do Lincoln Red Imps, que, se não tiverem vida longa na Champions, ao menos estão um passo mais perto da fase de liga da Conference. (Leandro Stein)
- A lista de classificados na Liga Europa inclui: Legia Varsóvia (Polônia), Shakhtar Donetsk (Ucrânia), Hacken (Suécia), Cluj (Romênia), Celje (Eslovênia), Levski Sofia (Bulgária), Sheriff Tiraspol (Moldova) e AEK Larnaca (Chipre). A maior surpresa entre os eliminados é o Partizan Belgrado, superado justamente pelos cipriotas. O AEK venceu por 1 a 0 em casa e perdeu por 2 a 1 na Sérvia, mas avançou nos pênaltis. (Leandro Stein)
- Na Conference passaram: Vllaznia (Albânia), Dila Gori (Geórgia), FC Santa Coloma (Andorra), Valur (Islândia), St. Patrick's (Irlanda), HJK Helsinque (Finlândia), Torpedo Kutaisi (Geórgia), Pyunik (Armênia), Torpedo BelAZ Zhodino (Belarus), Paide (Estônia), Atletic d'Escaldes (Andorra), Floriana (Malta), Kauno Zalgiris (Lituânia), Petrocub (Moldova), Decic (Montenegro), Koper (Eslovênia), Neman (Belarus), Kalju (Estônia), Sutjeska (Montenegro), St. Josephs (Gibraltar), KÍ Klaksvík (Ilhas Faroe), Víkingur (Islândia) e Vardar (Macedônia do Norte). As goleadas de HJK Helsinque (que deu 60 finalizações na noite!) e Pyunik impediram as zebras dos faroeses do NSÍ e dos samarineses do Tre Fiori, respectivamente. Já os andorranos do Atletic d'Escaldes e do FC Santa Coloma se confirmaram como surpresas na próxima etapa, assim como os gibraltinos do St. Joseph's, que bateram o Cliftonville na Irlanda do Norte para avançar. (Leandro Stein)
- Eu não sei qual o rolê entre Evangelos Marinakis e John Textor, de repente almas gêmeas, carne e unha, duas forças que se atraem e não fazem negócios com mais ninguém. Danilo estava especulado no Lyon, que já havia levado Orel Mangala e Moussa Niakhité do Nottingham Forest que, por siua vez, contratou Jair e Igor Jesus, do Botafogo. Com o Lyon salvo do rebaixamento, mas com restrições orçamentárias, e em uma situação geral meio bagunçada, o Grupo Eagle o redirecionou (estacionou?) para o Botafogo. Os dois anos e meio de Danilo na Premier League foram de altos e baixos. Marcou gols importantes para evitar o rebaixamento após chegar do Palmeiras em janeiro de 2023. A sua primeira temporada completa não foi tão impressionante, 20 vezes titular na liga, com dois gols e duas assistências, e não deu para saber se era apenas um período de ambientação porque a segunda foi severamente prejudicada por uma lesão no tornozelo que o deixou fora de quase todo o primeiro semestre. Chega ao Botafogo para ser um reforço de peso para o alvinegro. (Bruno Bonsanti)
- Depois do bicampeonato na Holanda, o PSV atravessa um desmanche. O clube negociou vários destaques nesse mercado: Noa Lang (Napoli), Malik Tillman (Bayer Leverkusen) e Johan Bakayoko (RB Leipzig) foram vendidos. O trio rendeu 78 milhões de euros aos cofres, mas também saíram ao final de seus contratos Olivier Boscagli (Brighton) e Walter Benítez (Crystal Palace), enquanto o capitão Luuk de Jong não definiu os rumos de sua carreira ao término do vínculo. Os Boeren fizeram bons negócios na Bundesliga, trazendo por custos baixos o goleiro Matej Kovar, o lateral Killian Sildillia e principalmente o atacante Alassane Pléa. Já o maior investimento é no ponta Ruben van Bommel, destaque do AZ de 20 anos, que é filho do velho ídolo Marc van Bommel.
- Antonio Conte ganha bons recursos ao Napoli. A principal contratação é Kevin De Bruyne, mas o ataque acaba sendo o setor mais encorpado. Noa Lang oferece um jogo incisivo pela ponta esquerda e servirá de reposição a Khvicha Kvaratskhelia. Já o comando de ataque agora traz a alternativa de Lorenzo Lucca, para se revezar com Romelu Lukaku e Giovanni Simeone. O italiano vem de boa temporada na Udinese e pode evoluir seu jogo além da estatura de 2,01m, um grande diferencial. Daqueles jovens que costumam se aprimorar com Conte e potencializam as circunstâncias de jogo do treinador.
- A confirmação de Stefano Pioli na Fiorentina encerrou a dança das cadeiras dos técnicos do Campeonato Italiano. Foram 12 mudanças nos 20 clubes e, entre os grandes, apenas o Napoli (por muito pouco) e a Juventus (talvez por falta de opção) mantiveram os seus comandantes. Os outros foram Bologna (Vicenzo Italiano), Como (Cesc Fàbregas), Udinese (Kosta Runjaic), Genoa (Patrick Vieira), Verona (Paolo Zanetti) e Sassuolo (Fabio Grosso). A novidade mais interessante foi a ida de Gian Piero Gasperini da Atalanta para a Roma, pela expectativa de ver o que ele fará com mais recursos. Lazio (Maurizio Sarri) e Milan (Massimiliano Allegri) apostaram no passado, e a Inter… no futuro, acho? Talvez houvesse um treinador disponível com mais de três vitórias na Serie A em toda a sua carreira. Eles preferiram Cristian Chivu, ex-jogador importante do clube e que passou pelas suas categorias de base. Cagliari (Fabio Pisacane) e Parma (Carlos Cuesta) são os únicos que empregam técnicos que nunca trabalharam no Campeonato Italiano. (Bruno Bonsanti)
- O futebol feminino tem o seu novo recorde de transferências. A atacante canadense Olivia Smith, 20 anos, transferiu-se do Liverpool, que tem um programa muito menos desenvolvido do que deveria, para o Arsenal, atual campeão europeu. A taxa não foi confirmada oficialmente, mas segundo o Guardian, o The Athletic e outros veículos importantes, chegou a £ 1 milhão (US$ 1,3 milhão) pela primeira vez. Smith é um prodígio. Assinou seu primeiro contrato profissional com o Sporting em 2023 e fez 16 gols em 28 partidas naquela temporada. Pelos Reds, marcou nove vezes em 25 jogos. Quando tinha 15 anos, foi a jogadora mais jovem a defender a seleção canadense. O recorde anterior era a zagueira americana Naomi Girma, contratada pelo Chelsea por £ 890 mil (US$ 1,1 milhão). Para referência, a primeira transferência de £ 1 milhão no futebol masculino foi Giuseppe Savoldi (£ 1,2 milhão) trocando o Bologna pelo Napoli. Em 1975. (Bruno Bonsanti)
- O River Plate tantas vezes parece preso ao passado nesta volta de Marcelo Gallardo. Grande parte dos reforços é composta ou por ex-jogadores recontratados ou por veteranos. Juan Fernando Quintero atende os dois quesitos. Nem é uma questão de talento, como o colombiano mostrou em 2024 pelo Racing. O problema é mesmo sua regularidade e a constante briga com a balança. Herói da Libertadores 2018, Juanfer estava no América de Cali, em mais uma volta à Colômbia sem tanto sucesso. No Monumental, terá a companhia de Maximiliano Salas, ex-colega de Racing e este sim uma novidade que pode ajudar mais os millonarios. (Leandro Stein)
- Enquanto a Conmebol seguir tomando medidas inócuas, o futebol sul-americano continuará sendo palco de asquerosas manifestações racistas. O mais recente caso, na Copa Sul-Americana, teve Caio Paulista como vítima. Felizmente o racista foi identificado e detido pela polícia em Bucaramanga, enquanto o Atlético Mineiro registrou boletim de ocorrência. A Colômbia, assim como o Brasil, tem sido um dos principais alvos de injúrias raciais nos torneios da Conmebol durante os últimos anos. A imbecilidade e a ignorância, todavia, não eximem as nacionalidades das potenciais vítimas de agruparem também os mais execráveis agressores – algo que nós, brasileiros, sabemos bem, apesar da evolução do debate racial no país durante os últimos anos (Leandro Stein).
- Os mata-matas da Copa Sul-Americana começaram difíceis aos clubes brasileiros. Só o Atlético Mineiro venceu o Bucaramanga, com o empate do Bahia em casa contra o América de Cali, assim como as duras derrotas de Grêmio e Vasco longe de seus domínios. Alianza Lima e Independiente del Valle, por outro lado, saem em alta ao baterem os dois respectivos brasileiros. Foi uma rodada de resultados expressivos, incluindo ainda o Universidad de Chile 5x0 Guaraní, o San Antonio Bulo-Bulo 0x3 Once Caldas e o Bolívar 3x0 Palestino. Muita gente já caminha a passos largos rumo à classificação.
- Marrocos se despediu nesta semana de uma das maiores referências de seu futebol: o ex-atacante Ahmed Faras, falecido aos 78 anos. Faras permanece ainda hoje como maior artilheiro da história da seleção, autor de 36 gols em 94 aparições. Foi a principal estrela dos Leões do Atlas nos anos 1970. O camisa 9 foi reserva do time que fez a estreia marroquina em Copas do Mundo, em 1970, mas liderou a campanha à segunda fase das Olimpíadas de 1972. Já sua principal conquista foi a Copa Africana de Nações de 1976, ainda hoje único troféu do país no torneio, com três gols marcados e a escolha para a equipe ideal da competição. Individualmente, Faras foi eleito o jogador africano do ano em 1975, condecoração que somente Badou Zaki e Mustapha Hadji repetiram em Marrocos. Defendeu por toda a carreira o Chabab Mohammédia, clube pelo qual ganhou um Campeonato Marroquino e duas Copas do Trono.
- É 18 de julho, o grande torneio do meio do ano acabou de acabar, então vamos falar sobre o Swansea. Depois de Luka Modric, o clube galês aumentou seu portfólio de celebridades com o rapper americano Snoop Dogg, famoso por vestir qualquer camisa de futebol que passa pela sua frente. Havia especulações de que ele estava interessado em fazer um investimento no Celtic, do qual se diz torcedor, ou pelo menos gosta bastante do mascote (um cachorro). Chegou a sugerir levar um food truck para os arredores do Celtic Park no qual ele próprio serviria hambúrgueres para a galera. Enfim, preferiu o Swansea, propriedade de outros empresários americanos, dizendo que, como ele, o clube é um “underdog que morde de volta”. O Swansea foi 11º colocado na Championship, cada vez mais lotada de celebridades: além de Modric e Snoop, e Ryan Reynolds e Rob McElhenney no recém-promovido Wrexham, Tom Brady, Michael B. Jordan, Russell Crowe, Will Ferrell e Russell Westbrook são outros nomes que investem ou investiram em clubes da segunda divisão inglesa. (Bruno Bonsanti)
- O Manchester City contratou Sverre Nypan, de apenas 18 anos, que estava no Rosenborg. Jogador conhecido dos jogadores de Football Manager, o meia assinou contrato de cinco anos com o clube inglês. Ele é jogador da seleção norueguesa sub-21 e recebeu mensagens de boas-vindas do seu compatriota, Erling Haaland. Há expectativa que Sverre Nypan seja emprestado para ganhar experiência, mas ainda há possibilidade de ele ser aproveitado no elenco principal já este ano. (Felipe Lobo)
- O estádio San Siro falhou na inspeção da Uefa para a Euro 2032, segundo o Sport Mediaset. A Itália sediará a competição junto com a Turquia e precisa indicar cinco estádios. San Siro era um tiro certo, mas o estádio não foi aprovado. Isso pode reforçar os planos de Inter e Milan de construírem um novo estádio, em projeto que já foi aprovado pelos clubes, mas enfrenta impasses burocráticos na Itália - com o atual prefeito, Giuseppe Sala, sob investigação, o que pode fazer os acordos assinados por ele serem questionados. O imbróglio do estádio de Milão continua. (Felipe Lobo)
- Presidente do Napoli diz que o clube terá um novo estádio em três anos. Segundo Aurelio De Laurentiis, a ideia é construir um novo estádio, mas a confiança do dirigente contrasta com as dificuldades enfrentadas pelo clube, que não ficou impressionado com a ideia há três meses. Como o Napoli vai construir um estádio em três anos é uma grande pergunta, ainda mais porque o clube não tem recursos infinitos. Parece mais uma jogada de De Laurentiis para pressionar o poder público italiano. (Felipe Lobo)
- O Arsenal confirmou a contratação de Noni Madueke. O atacante de 23 anos chega por 48,5 milhões de libras (55,4 milhões de euros) depois de dois anos e meio do jogador atuando no Chelsea. Em janeiro de 2023, ele chegou aos Blues vindo do PSV por 35 milhões de euros, uma valorização de mais de 20 milhões de euros. Foram 92 jogos pelo Chelsea, com 20 gols e nove assistências. Ele esteve em campo em cinco jogos da Copa do Mundo de Clubes, mas não foi relacionado para a final. Nascido em Londres, o jogador fez parte das categorias de base do Tottenham, mas ainda na base foi para o PSV, onde se profissionalizou. Foram três anos atuando no clube holandês antes de voltar ao país natal pelo Chelsea e agora defenderá o Arsenal. Ele tem sete jogos pela seleção inglesa e pode atuar como ponta dos dois lados do campo, embora usualmente atue no lado direito. (Felipe Lobo)