Brasil encontra respostas no laboratório de Ancelotti
A Newsletter Meiocampo desta sexta analisa a atuação do Brasil contra o Chile, fala sobre a volta do Paraguai à Copa após 16 anos, lista clubes que se deram bem na janela de transferências e traz mais
Newsletter Meiocampo – 5 de setembro de 2025
Um dos exercícios mais corriqueiros e prazerosos sobre a Seleção é imaginar quem serão os convocados à Copa do Mundo. Faltando menos de um ano para o Mundial de 2026, a tarefa se torna mais pertinente. E continua bem aberta, seja pelo ciclo conturbado vivido pelo Brasil, seja pela vastidão de opções (ou falta delas) conforme as posições. O time, enfim, ganha forma com Carlo Ancelotti. E a vitória sobre o Chile trouxe sinalizações importantes, que analisamos.
A Newsletter Meiocampo ainda fala de muita coisa da Data Fifa, em especial a classificação do Paraguai à Copa, depois de um longo inverno desde 2010. Há um rescaldo do mercado de transferências, com 15 times menos badalados que aproveitaram bem a janela. E o giro final, com mais sobre seleções, bem como a saída de Daniel Levy do Tottenham e as punições da Conmebol aplicadas após o caos na Copa Sul-Americana.
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No laboratório de Ancelotti, Brasil encontra respostas para a Copa
Em noite onde o placar foi o de menos, atuações de jogadores que saíram do banco e observações individuais foram o ponto alto na construção da equipe para 2026
Por Felipe Lobo
Foto: Rafael Ribeiro/ CBF
O técnico Carlo Ancelotti avisou que o jogo contra o Chile seria importante para testes, e a vitória por 3 a 0 no Maracanã entregou muitas observações valiosas nesse sentido. Mais do que o resultado, o que importou foi a oportunidade de moldar o time para a Copa do Mundo de 2026. Alguns jogadores que não estiveram na primeira convocação agarraram a oportunidade, enquanto outros se consolidaram como peças importantes no elenco.
Uma defesa com novidades e consolidações
Começando pela defesa, a partida marcou o retorno de um nome esquecido. O lateral-esquerdo Douglas Santos, do Zenit, não era convocado desde a era Dunga, em 2016. Campeão olímpico na Rio 2016, o jogador revelado pelo Náutico parecia fora do radar, mas, aos 31 anos e capitão na Rússia, aproveitou muito bem sua chance em uma posição sem dono definido.
Na zaga, Gabriel Magalhães teve uma atuação segura e mostrou que a dupla titular com Marquinhos tem tudo para ser a base do time até a Copa. Na direita, Wesley, da Roma, fez valer sua principal característica: a velocidade na chegada ao ataque. Embora precise ser testado em um cenário de maior pressão defensiva, certamente ganhou espaço no grupo.
O meio-campo se molda e o ataque tem destaques e dúvidas
No meio, a parceria entre Bruno Guimarães e Casemiro segue se consolidando. Embora Guimarães ainda não tenha repetido suas melhores atuações do Newcastle, a dupla parece ser a aposta de Ancelotti para o setor.
No ataque, a noite foi de contrastes. Estêvão, autor do primeiro gol, e Raphinha foram os destaques positivos entre os titulares. O ex-jogador do Palmeiras ganha cada vez mais espaço, enquanto o meia do Barcelona se firma como uma das principais figuras da equipe. Ambos mostraram ótima participação ofensiva e devem ser nomes certos no Mundial.
Como centroavante, João Pedro teve uma atuação discreta. Participou do jogo de passes, mas sem o brilho que o credenciou no Chelsea. Já Gabriel Martinelli foi quem deixou dúvidas. O atacante do Arsenal repetiu a má fase do clube e pouco produziu, levantando questionamentos sobre sua vaga, especialmente com a concorrência de nomes como Vinícius Júnior, Rodrygo e Savinho.
Os reservas que mudaram o jogo e pediram passagem
Se entre os titulares houve altos e baixos, foram os jogadores que vieram do banco que realmente incendiaram a partida e se tornaram os grandes destaques. Lucas Paquetá e Luiz Henrique entraram no segundo tempo e foram decisivos.
Paquetá precisou de apenas 40 segundos em campo para marcar o segundo gol. Mais importante que o gol, porém, é o que ele representa taticamente: um dos poucos meias ofensivos de ofício em um universo de atacantes adaptados à função de "camisa 10". Livre da sombra da investigação que pairava sobre sua carreira, ele tem tudo para ser uma peça crucial no time, como foi na última Copa. Não há outro jogador com suas características no elenco atual.
O grande nome da noite, no entanto, foi Luiz Henrique. O atacante, ex-Botafogo, foi um tormento para a defesa chilena. Com dribles, movimentação e criatividade, participou diretamente dos dois gols do segundo tempo: a assistência para Paquetá e a jogada do gol de Bruno Guimarães. Sua ausência na primeira lista de Ancelotti gerou dúvidas, mas a atuação contra o Chile deixou claro que ele não só merece mais minutos, como precisa ser uma opção constante para a Seleção.
No fim, a partida contra o Chile valeu muito mais pelos testes do que pelo placar elástico. Com os últimos amistosos se aproximando em março, antes da convocação final, o time para a Copa do Mundo de 2026 ganha, cada vez mais, uma forma definida.
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Para onde? Para a Copa do Mundo!
Por Bruno Bonsanti
Eu não vou fazer aquele negócio de quanto estava o dólar ou qual música liderava as paradas na última vez que o Paraguai disputou uma partida de Copa do Mundo. Basta dizer que faz tempo. Óscar Cardozo, ainda uma criança de 27 anos no começo da sua carreira, perdeu um pênalti, e a Espanha avançou às semifinais da África do Sul em 2010. A espera terminou esta semana graças a um empate por 0 a 0 com o Equador, um resultado que conversa bem tanto com suas qualidades quanto com suas deficiências.
Aquela foi a melhor campanha do Paraguai em um Mundial. No ano seguinte, chegou à final da Copa América, eliminando o Brasil no meio do caminho. As duas campanhas foram comandadas por Tata Martino, mas seus sucessores não conseguiram chegar nem perto daquele sucesso. E eram alguns nomes graúdos do futebol sul-americano, como Arce, Ramón Díaz, Juan Carlos Osorio e Guillermo Barros Schelotto.
Alguns maiores como jogadores do que como técnicos.
O Paraguai não conseguiu aproveitar nem o embalo daquele ciclo que começou com o vice-campeonato da Copa América, nem a ausência do Brasil. Ficou em último lugar nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2014, a 13 pontos tanto da repescagem, quanto da vaga direta. A tentativa seguinte bateu na trave: sétimo lugar (24), a três da classificação automática. Novamente, não houve sequência. Regrediu na campanha que levava ao Catar (16), em oitavo lugar e a 10 pontos da vaga.
Sim, a expansão da Copa do Mundo antecipou a festa do Paraguai, mas, com 25 pontos, já superou as pontuações dessas campanhas citadas acima e ainda falta uma rodada, contra um fraco time peruano. Estaria pelo menos na briga no formato anterior. - e, caramba, Fifa, que briga seria! Três pontos o separam, em sexto lugar, do Brasil em terceiro.
O Paraguai teve três treinadores nesse ciclo. Barros Schelotto assumiu a seis rodadas do fim do torneio classificatório para o Catar e não conseguiu sair do lugar. Foi demitido no meio de 2023 após perder da Venezuela na segunda rodada das novas Eliminatórias. O seu substituto, Daniel Garnero, durou apenas um ano. Não resistiu à campanha fraca na Copa América, com três derrotas em três jogos. A última delas foi para a Costa Rica de Gustavo Alfaro, então por que não contratá-lo?
Também um ex-treinador do Boca Juniors e campeão da Copa da Argentina com o Arsenal de Sarandí, Alfaro havia comandado o Equador na Copa do Mundo de 2022. Não conseguiu passar às oitavas de final, mas havia meio que chamado a atenção nas duas primeiras partidas contra Catar (2 a 0) e Holanda (1 a 1).
Ele pegou o Paraguai com cinco pontos em seis rodadas e conseguiu uma excelente recuperação. Somou 20 em 11 jogos, com base em uma defesa bastante forte que sofreu apenas 10 gols até agora. Apenas Equador (5) e Argentina (9) foram vazados menos vezes. O problema está no ataque: Peru (6) e Chile (9) são os únicos que marcaram menos que o Paraguai (13).
A principal fonte de talento da seleção paraguaia é o Campeonato Brasileiro. Foram seis convocados para enfrentar Equador e Peru. Um a menos que da Argentina, mas é por aqui que jogam nomes como Gustavo Gómez, Júnior Alonso, Ángel Romero e Ramón Sosa.
Por outro lado, há uma escassez visível de representantes das grandes ligas europeias. Diego Gómez joga apenas de vez em quando pelo Brighton, e Omar Alderete acabou de trocar o Getafe pelo Sunderland. Antonio Sanabria, um centroavante com cerca de setenta gols por La Liga e Serie A, é o nome mais famoso desse grupo. O último é o garoto Hugo Cuenca, 20 anos, cuja vivência pela seleção se resume a quatro minutos contra o Brasil. Em clubes, ainda nem estreou no time principal. Nem pelo Milan, que o formou, nem pelo Genoa, que o emprega atualmente.
Claro que, alguns anos atrás, essa lista incluiria Miguel Almirón, um dos líderes técnicos da seleção paraguaia, agora defendendo o Atlanta United, da Major League Soccer. Outro talento indiscutível é o de Julio Enciso, recuperando-se de problemas físicos e que entrou na barca do Chelsea, mas primeiro defenderá o Estrasburgo, outro clube do mesmo grupo. De qualquer maneira, não é um elenco que chama tanta atenção.
Mas com um bom técnico, que tem experiência de Copa do Mundo, e uma defesa bastante forte, talvez consiga fazer um pouquinho de barulho. Além disso, está garantido em dois Mundiais consecutivos porque será um dos países-sede da edição de 2030. Talvez Óscar Cardozo ainda esteja jogando.
PODCAST MEIOCAMPO #164
O Podcast Meiocampo chega quente nesta segunda-feira, com as últimas do mercado de transferências em seu dia de fechamento nas principais ligas da Europa. Foram horas movimentadas, sobretudo na Premier League, com o fim de várias novelas. Quem se deu bem? Quem merece destaque? Tudo isso e mais o giro da rodada no final de semana. Vem!
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15 clubes que aproveitaram a janela de transferências
Por Leandro Stein
Foi uma janela de transferências muito movimentada, isso é inegável. E, ainda que o dinheiro tenha se concentrado no topo da tabela da Premier League, muita gente conseguiu soluções interessantes. Abaixo, listamos 15 clubes que fecham o mercado fortalecidos. A ideia da lista é contemplar além dos chamados “superleaguers”, os times que dominam os balanços financeiros do futebol europeu desde a última década – como o Big Six da Inglaterra, os trios de ferro da Espanha e da Itália, os hegemônicos da Alemanha e da França. Há espaço na seleção para tradicionalíssimos do peso de Napoli e Olympique de Marseille, bem como para recém-promovidos e mesmo equipes de fora das cinco grandes ligas. Confira:
Sunderland: Os Black Cats voltaram à Premier League em grande estilo e, mesmo com o acesso conquistado nos playoffs da Championship, se prometem mais competitivos que os outros promovidos. Tal impressão se dá pelo mercado robusto, que garantiu €187,5 milhões em reforços, com uma mescla interessante entre juventude e experiência. Granit Xhaka (Bayer Leverkusen) lidera a lista de nomes mais reconhecidos, que inclui também Nordi Mukiele (PSG), Omar Alderete (Getafe), Reinildo Mandava (Atlético de Madrid), Arthur Masuaku (Besiktas) e Bertrand Traoré (Ajax). Se os medalhões vieram sobretudo para o setor defensivo, do meio para frente sobram promessas. Chegaram oito jogadores com 25 anos ou menos, incluindo as seis compras mais caras. Habib Diarra (Strasbourg), Noah Sadiki (Union St. Gilloise) e Enzo Le Fée (Roma) recheiam o meio. Lutsharel Geertruida (RB Leipzig) desembarca num vantajoso empréstimo. Chemsdine Talbi (Club Brugge) e Simon Adingra (Brighton) são escapes às pontas. E o ataque ganhou Brian Brobbey (Ajax) como referência, após o Chelsea pedir a volta de Marc Guiu em brevíssimo empréstimo. As principais vendas foram de Jobe Bellingham e Tom Watson, duas revelações.
Eintracht Frankfurt: As Águias fizeram uma boa grana nos últimos meses, nesta janela especialmente com a venda de Hugo Ekitiké. Saíram também lideranças como Tuta e Kevin Trapp. Todavia, o investimento de €57,6 milhões garantiu uma das melhores janelas da Bundesliga, com o saldo positivo pelas contratações. O ataque se fortaleceu bastante com Ritsu Doan (Freiburg) e Jonathan Burkardt (Mainz 05) servindo de novas alternativas, um ponta agudo e um centroavante de área. Rasmus Kristensen (Leeds) foi contratado em definitivo, enquanto Michael Zetterer (Werder Bremen) ocupa a lacuna no gol. Ainda tem o garoto Love Arrhov (Brommapojkarna), meia de 17 anos que desembarcará em janeiro depois de surgir como uma das principais revelações do Campeonato Sueco.
Napoli: O campeão da Serie A tentará o bicampeonato com um time titular mais forte e um elenco mais encorpado. Diferentemente do que aconteceu no Scudetto anterior com Luciano Spalletti, Antonio Conte fez Aurelio De Laurentiis tirar o escorpião do bolso e contratar – uma prerrogativa para a continuidade do treinador. Os €115 milhões desembolsados nem parecem tanto, num mercado que deu lucro aos celestes, muito graças à venda de Victor Osimhen. E mesmo assim o Napoli está inegavelmente mais competitivo. Os principais gastos foram no zagueiro Sam Beukema (Bologna), no lateral Miguel Gutiérrez (Girona) e no ponta Noa Lang (PSV). Os muitos empréstimos também ajudam no equilíbrio: Vanja Milinkovic-Savic (Torino), Lorenzo Lucca (Udinese), Rasmus Hojlund (Manchester United) e Elijf Elmas (RB Leipzig). Mesmo assim, a cereja do bolo foi mesmo a assinatura de Kevin de Bruyne (Manchester City) ao final de seu contrato. Golpe de mestre.
Como: Diante de seus donos ricos e do projeto ambicioso, o investimento do Como não surpreende. O destaque fica para a competência da direção em conseguir captar uma série de promessas talentosas. A maior parte dos €107,6 milhões gastos foram direcionados para jogadores de até 25 anos. Uma seleção recheada que abarca Jesús Rodríguez (Betis), Nicolas Kühn (Celtic), Martin Baturina (Dinamo Zagreb), Jayden Addai (AZ) e Máximo Perone (Manchester City), todos comprados por valores entre €13 e €23 milhões. Cesc Fàbregas também ganhou doses pontuais de experiência, graças aos empréstimos de duas lideranças. Diego Carlos (Fenerbahçe) tem tudo para recuperar o moral depois de temporadas mais instáveis, enquanto Álvaro Morata (Milan) será um homem de confiança do técnico dentro dos vestiários.
Pisa: De volta à Serie A, o Pisa se movimentou bem no mercado para garantir jogadores experientes e também promessas. Os €11,4 milhões gastos se concentraram em garotos como Isak Vural (Frosinone), Henrik Meister (Rennes) e Lorran (Flamengo), além de outros garantidos por empréstimo. Os nerazzurri também cavucaram oportunidades de mercado com o goleiro Simone Scuffet (Cagliari), o polivalente Juan Guillermo Cuadrado (Atalanta), o ala Michel Aebischer (Bologna), o meia Calvin Stengs (Feyenoord), o zagueiro Raúl Albiol (Villarreal) e o centroavante M'Bala Nzola (Fiorentina). No papel, são peças que devem ajudar o clube a escapar do rebaixamento. E parecia difícil de imaginar tantos jogadores renomados indo a Pisa, depois de tamanha ausência na primeira divisão.
Real Oviedo: O investimento do Oviedo, na casa dos €3,5 milhões, é bastante modesto. Contudo, os asturianos foram bastante inteligentes no mercado para garantir os serviços de jogadores sem contrato ou emprestados. Com isso, ganharam uma dose extra de experiência para acompanhar Santi Cazorla. As novidades incluem Eric Bailly (Villarreal), Leander Dendoncker (Aston Villa), Josip Brekalo (Fiorentina) e José Salomón Rondón (Nottingham Forest), uma espinha dorsal repleta de vivência na elite do futebol europeu. Há outros bons achados como David Carmo (Nottingham Forest), Javi López (Real Sociedad) e Horatiu Moldovan (Atlético de Madrid). As únicas compras foram de Luka Ilic (Estrela Vermelha) e Ilyas Chaira (Girona), sendo que este foi um dos heróis do acesso. A esperança de permanência na elite é justificada.
Villarreal: Somente os dois gigantes de Madri gastaram mais que o Submarino Amarelo nesta janela de La Liga. Demonstra a ambição do Villarreal, que aproveita a presença na Champions League para ampliar o seu investimento e melhorar o time de Marcelino García Toral. Por um lado, o elenco perdeu três jogadores importantes com as vendas de Álex Baena, Yéremy Pino e Thierno Barry. Apesar disso, a impressão é de que o coletivo se fortaleceu, com novas peças que beneficiam diferentes setores. A defesa agora reúne Renato Veiga (Chelsea), Santiago Mouriño (Atlético de Madrid), Arnau Tenas (PSG) e Rafa Marín (Napoli). A ligação ofensiva também garante mais recursos com Alberto Moleiro (Las Palmas), Tajon Buchanan (Inter) e Manor Salomon (Tottenham). Na frente, boas apostas em Georges Mikautadze (Lyon) e Tani Oluwaseyi (Minnesota United). Fica apenas o porém da assinatura de Thomas Partey, em fim de contrato com o Arsenal, mas uma bomba ao clube enquanto é investigado por um caso de abuso sexual na Inglaterra.
Olympique de Marseille: Por muito pouco o OM não passou o PSG no total de gastos para a temporada. Mas se os parisienses fazem a manutenção do elenco campeão europeu, os marselheses buscam um salto ao trabalho de Roberto De Zerbi, pagando até barato por alguns novatos. Pierre-Emerick Aubameyang (Al-Qadsiah) veio ao final de seu contrato, assim como Angel Gomes (Lille) e CJ Egan-Riley (Burnley). A longa lista de empréstimos contempla gente do calibre de Benjamin Pavard (Inter), Timothy Weah (Juventus), Matt O'Riley (Brighton), Facundo Medina (Lens) e Arthur Vermeeren (RB Leipzig). Ainda houve outros acertos relativamente baratos com Neal Maupay (Everton) e Emerson Palmieri (West Ham). Só três reforços passaram dos €10 milhões: a compra definitiva de Pierre-Emile Hojbjerg (Tottenham), além das chegadas de Igor Paixão (Feyenoord) e Nayef Aguerd (West Ham), figuras para serem titulares absolutos. E isso num mercado que, exceção feita à venda de Luis Enrique, bem como à confusão armada por Jonathan Rowe e Adrien Rabiot, as perdas não foram tão sentidas assim.
Lens: Sem um gasto sequer acima dos €10 milhões, o Lens priorizou o volume de contratações, depois de ganhar um bom dinheiro com a venda de três de seus mais importantes jogadores – Kevin Danso, Neil El Aynaoui e Andy Diouf. Foram €54 milhões investidos em 11 aquisições em definitivo, majoritariamente de jovens. Mamadou Sangaré (Rapid Viena), Samson Baidoo (Red Bull Salzburg) e Jeremy Agbonifo (Hacken) são as principais apostas. Contudo, o Sang et Or também encontrou atletas de renome que podem contribuir bastante e estão abaixo dos 30 anos. São os casos de Abdallah Sima (Brighton), Morgan Guilavogui (St. Pauli) e Odsonne Édouard (Crystal Palace), um trio que dá novas perspectivas ao ataque. O medalhão comprado é Florian Thauvin (Udinese), um campeão do mundo que pode reinar no novo time aos 32 anos. Por fim, rolou o empréstimo de Saud Abdulhamid (Roma), polivalente saudita que garante alternativas.
Paris FC: De volta à primeira divisão após longo inverno, o Paris FC tenta balançar o equilíbrio de forças na capital, com o reinado absoluto do PSG. Não é fácil se equiparar às cifras catarianas, mas os novatos também possuem investidores endinheirados e gastaram €57 milhões em novas peças. Gente com rodagem na elite do futebol chegou. Kevin Trapp (Eintracht Frankfurt) puxa a fila que inclui também Jonathan Ikoné (Fiorentina), Moses Simon (Nantes), Hamari Traoré (Real Sociedad) e Pierre Lees-Melou (Brest). Os principais gastos ocorrem num trio de jovens, em especial no zagueiro brasileiro Otávio (Porto), acompanhado pelo lateral Noa Sangui (Reims) e pelo centroavante Willem Geubbels (St. Gallen). A base que garantiu o acesso foi mantida.
Galatasaray: Não é exagero dizer que o Campeonato Turco fez uma das janelas mais impactantes da história fora das grandes ligas. O Galatasaray liderou o movimento, ao ganhar mais força para sustentar sua hegemonia e dar um salto na Champions. As três maiores compras da história da Süper Lig são deste mercado dos Leões, com o recorde absoluto na aquisição em definitivo de Victor Osimhen (Napoli). O sistema defensivo também adicionou boas novidades com Wilfried Singo (Monaco) e Ugucan Çakir (Trabzonspor), além de Ismail Jakobs (Monaco) num preço mais camarada. Leroy Sané (Bayern) veio por um grande salário, mas sem custos de transferência ao final de seu contrato. E houve o desembarque de Ilkay Gündogan (Manchester City) como grand finale: torcedor do clube e desde já um dos maiores jogadores a passar pela Süper Lig, em sua primeira experiência no país de seus pais. Para melhorar, poucas perdas foram sentidas, exceção feita às despedidas dos veteranos Fernando Muslera e Dries Mertens.
Fenerbahçe: Não se classificar à Champions tem um custo ao Fener, assim como a saída de José Mourinho tira um pouco os holofotes. Nem por isso o mercado deixa de ser ótimo, a começar pela vinda de um novo ícone como Ederson (Manchester City), em vitória particular sobre o rival Galatasaray, que também se interessou pelo brasileiro. Kerem Aktürkoglu (Benfica) é outro que retorna a Istambul no contexto da rivalidade, embora tenha feito o gol que tirou os Canários da Champions. Dorgeles Nene (Red Bull Salzburg) e Jhon Durán (Al-Nassr) são dois achados para despontar no ataque, o colombiano emprestado. E claro que há medalhões do porte de Marco Asensio (PSG), Milan Skriniar (PSG), Edson Álvarez (West Ham) e Nelson Semedo (Wolverhampton). Alguns veteranos que não deram tão certo saíram - Diego Carlos, Edin Dzeko, Dusan Tadic, Sofyan Amrabat e Dominik Livakovic entre eles.
Benfica: Depois de uma temporada instável, o trio de ferro de Portugal se mexeu bastante na janela de transferências. O Benfica, além de realizar os maiores gastos, também parece ter garantido os melhores reforços. Os encarnados desembolsaram €105 milhões, contrabalanceados pelas vendas lucrativas de Álvaro Carreras e Kerem Aktürkoglu, sobretudo. O meio-campo é o setor mais beneficiado: Richard Ríos (Palmeiras), Georgiy Sudakov (Shakhtar) e Enzo Barrenechea (Aston Villa) podem dominar a faixa central por um bom tempo. As laterais ganharam profundidade com Amar Dedic (Red Bull Salzburg), Samuel Dahl (Roma) e Rafa Obrador (Real Madrid Castilla). Na frente, enquanto Franjo Ivanovic (Union St. Gilloise) vem em ascensão, Dodi Lukébakio (Sevilla) é bem mais estabelecido nas grandes ligas.
Porto: O Dragão também aproveitou o mercado para dar um salto de qualidade e ser mais competitivo no Campeonato Português. O Porto não gastou mais do que €20 milhões num mesmo jogador, mas os quase €95 milhões investidos trouxeram várias promessas. Victor Froholdt (Copenhague) e Gabri Veiga (Al-Ahli) garantem potencial à meia-cancha, assim como Alberto Costa (Juventus) na lateral. Outros abaixo dos 25 anos são Borja Sainz (Norwich), Nehuén Pérez (Udinese), Jakub Kiwior (Arsenal) e Dominik Prpic (Hajduk Split). Jan Bednarek (Southampton) e Pablo Rosario (Nice) oferecem mais rodagem, mas ninguém no patamar de Luuk De Jong (PSV), que veio como negócio surpresa e muito bem feito ao final de seu contrato. As vendas ainda quase compensaram o déficit, principalmente a de Francisco Conceição, que já estava fora desde a temporada passada.
Birmingham City: O nível de investimento de alguns clubes da Championship se equipara a times tradicionais das ligas mais fortes. E um exemplo disso vem do Birmingham, recém-promovido à segunda divisão inglesa. Os €14 milhões gastos não são tão altos, mas os Blues conseguiram reforços de clubes com bem mais cartaz. O ataque tem mais qualidade com Kyogo Furuhashi (Rennes) e Marvin Ducksch (Werder Bremen), além do apoio de Demarai Gray (Al-Etiffaq). O setor defensivo também ganhou Alfons Sampsted (Twente) e Bright Osayi-Samuel (Fenerbahçe). Aconteceram algumas movimentações internas, a exemplo de Jack Robinson (Sheffield United) e Taylor Gardner-Hickman (Bristol City). Se o Wrexham ganha destaque por levar diversos jogadores com experiência de Premier League, o olhar continental do Birmingham é até mais notável.
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A Newsletter Meiocampo conta com duas edições fixas semanais: às terças, exclusiva para assinantes, e às sextas, gratuita para o público em geral. Ocasionalmente, nossos assinantes também ganharão textos extras. Na última terça-feira, fizemos um balanço financeiro sobre o mercado de transferências (e o domínio da Premier League), listamos 10 negócios interessantes da reta final da janela e prestamos um tributo ao colorado Luis Fernando Verissimo.
Giro
- Sabe aquele rolê de que não adianta demitir o técnico, tem que demitir também quem o contratou? Então. Daniel Levy, o mais longevo dirigente da Premier League, deixou o seu cargo na última quinta-feira. O anúncio oficial do Tottenham disse que ele renunciou, mas, segundo a BBC e o The Athletic, ele foi renunciado. Os proprietários acham que uma mudança neste momento pode levar a um maior sucesso esportivo. A ironia me encanta: imagina quantas vezes ele demitiu um treinador usando exatamente a mesma justificativa? Apesar de parecer, ele não era o dono do Tottenham. Oficialmente, quem o controla é uma empresa chamada Enic International, da qual ele detém cerca de 30% das ações. Os outros 70% são da família do empresário Joe Lewis, seu sócio na aquisição dos Spurs em 2001, quando ele começou a sua longa presidência executiva. Tanto tempo desgastou a relação com os torcedores. Protestos vinham sendo comuns contra a maneira como ele geria o clube, citando falta de ambição e ganância. Ao mesmo tempo em que são compreensíveis, o mérito do que ele fez é inegável. Foi provavelmente o melhor trabalho de desenvolvimento orgânico de um clube de elite da Europa. Ao contrário de certos colegas, o Tottenham entrou no tal do Big Six sem a ajuda de um grande mecenas. Aumentou as suas receitas até chegar ao nono maior faturamento do mundo no último estudo da Deloitte, construiu um novo estádio que garantirá a sua sustentabilidade financeira e chegou a uma final de Champions League. Prova do quanto cresceu, é um fracasso esportivo se não terminar a Premier League pelo menos entre os seis primeiros. A torcida provavelmente responderia que faltaram títulos. Faltaram. E que ele poderia ter investido mais no time. De fato. Nem sempre ele fez um bom trabalho em equilibrar a ambição com os riscos à sustentabilidade das contas. O CEP também ajudou. Londres é um mercado forte. Mas digamos que West Ham e Fulham não tiveram a mesma sorte. Talvez fosse a hora de uma mudança mesmo, mas Levy deixou a sua marca. (Bruno Bonsanti)
- Soou como insuficiente a punição aplicada pela Conmebol a Independiente e Universidad de Chile, diante da barbárie ocorrida na Copa Sul-Americana. Cada clube passará sete partidas como mandante e sete como visitante sem poder contar com público nas competições continentais. Também foram aplicadas multas, de US$270 mil aos chilenos e US$250 mil aos argentinos. E só. Quanto à classificação, a Conmebol preferiu ratificar o resultado que estava se concretizando em campo naquele momento, e deu a vaga nas quartas de final para La U – o Independiente era o responsável pela segurança em seu estádio, afinal. Mas nada de punições mais incisivas, nada de responsabilização efetiva, nada de autocríticas. A impressão é de que a entidade deixou o assunto esfriar, enquanto divulgou as sanções num momento em que as atenções se voltavam às seleções, minutos antes do início da rodada das Eliminatórias. E fica desde já o temor de que novos episódios do tipo se repitam, porque sequer dá para dizer que ficou o aprendizado. Os riscos são inegáveis. O caos em Avellaneda terminou com 111 detidos e 19 feridos, um deles com gravidade. (Leandro Stein)
- Pela primeira vez em sua história, o Uruguai disputará cinco Copas do Mundo consecutivas. Nem em momentos mais gloriosos a Celeste não conseguiu uma sequência tão longa de classificações. Há um reflexo do aumento de vagas no Mundial, claro, mas também méritos da formação de jogadores no Paisito e do processo estabelecido desde a volta de Óscar Tabárez ao comando da seleção. Os tempos são outros sem o Maestro, mas esta foi uma campanha relativamente tranquila nas Eliminatórias. A boa sequência inicial, com direito a vitórias sobre Brasil e Argentina, impulsionou os uruguaios. Mesmo as oscilações posteriores não atrapalharam, quando o time só teve uma vitória num intervalo de nove rodadas. Se o trabalho de Marcelo Bielsa já gerou mais empolgação, a crise que abalou os vestiários na época da Copa América vai ficando para trás. Para selar a vaga, a Celeste aproveitou a boa onda no Centenário para atropelar o incipiente Peru por 3 a 0. Os charruas não contam com os craques que estrelaram a seleção na última década, e parte dos destaques da geração atual não estouraram como prometido, mas a equipe liderada por Federico Valverde pode fazer bom papel na Copa. Impressiona a influência do futebol brasileiro sobre o elenco: nove convocados nesta Data Fifa jogam em times do Brasil. Arrascaeta foi o mestre de cerimônias na festa. O Uruguai ainda teve três titulares do América do México, incluindo Rodrigo Aguirre, outro destaque da noite (Leandro Stein)
- A Colômbia também estará na Copa do Mundo de 2026, após falhar na missão para 2022. O grande acerto dos Cafeteros esteve no banco de reservas, quando deram o comando nas mãos de Néstor Lorenzo, o assistente técnico de José Pekerman nas classificações anteriores para os Mundiais de 2014 e 2018. O início do atual ciclo teve momentos brilhantes, com uma longa fase invicta e um futebol agressivo. Os colombianos não perderam nas oito primeiras rodadas das Eliminatórias, com vitórias sobre Brasil e Argentina em Barranquilla, além dos triunfos nos amistosos diante de Alemanha e Espanha. Todavia, o vice na Copa América deixou um gosto amargo e os últimos meses foram bem inconsistentes, com quatro derrotas e só uma vitória nos oito jogos anteriores do qualificatório. Os 3 a 0 sobre a Bolívia no Metropolitano afastaram qualquer risco e ditaram a celebração pela vaga no Mundial. Luis Díaz sobra como referência atual, bem apoiado por talentos como Richard Ríos e Jhon Arias. Mas é um conjunto empobrecido em relação ao de Pekerman, e que depende de vários nomes na descendente. A onipresença de James Rodríguez, por mais que o camisa 10 continue entregando bem à seleção, é um sinal. O futebol garantido por Lorenzo de início estava acima do sarrafo imaginado aos colombianos neste momento. Mas ainda podem fazer bonito no Mundial. (Leandro Stein)
- Ele nem precisava produzir nada, mas não seria Lionel Messi sem um lance de mágica, para selar sua última partida oficial na Argentina pela seleção. O Monumental de Núñez se preparou para uma festa que soava como despedida, e as lágrimas do camisa 10 antes que a bola rolasse já indicavam a importância do jogo contra a Venezuela para si. Não era a vaga garantida na Copa do Mundo que faria o craque tirar o pé. Então, para abrir a vitória por 3 a 0, Messi ligou o modo câmera lenta dentro da área. Foi um golaço desde a construção da jogada, com o lançamento de Leandro Paredes e o corte seco de Julián Álvarez. Quando o atacante rolou para Messi, o capitão poderia fazer o protocolar e só escorar para a meta escancarada. Foi gênio, com uma cavadinha que fez a multidão grená à sua frente ficar impotente diante da sutileza, incluindo o choque entre dois adversários que se estatelaram ao tentar antecipar o que parecia óbvio, mas não foi, e era mesmo inevitável. Messi ainda participou da construção do segundo, de Lautaro Martinez, e cravou a estaca com simplicidade no terceiro. O camisa 10 anunciou que não jogará a rodada final contra o Equador, o que torna este seu último jogo pelas Eliminatórias. Assumiu a artilharia desta edição, com oito gols. É o maior artilheiro da história das Eliminatórias Sul-Americanas, agora com 36 gols totais. (Leandro Stein)
- O formato mais curto das Eliminatórias Europeias dá poucas margens a erros, e a Alemanha começou a campanha com uma dor de cabeça tremenda. O Nationalelf visitou a Eslováquia e perdeu por 2 a 0, numa atuação péssima. O ataque alemão produziu pouquíssimo mesmo dominando a posse, com muita lentidão e pouco entendimento. Já os eslovacos foram mais perigosos desde o início e sublinharam essa superioridade com gols, expondo fragilidades da zaga germânica. David Hancko aproveitou a brecha na área para abrir o placar antes do intervalo, enquanto David Strelec anotou um golaço para ampliar na volta ao segundo tempo – chamou Antonio Rüdiger para dançar e chutou no ângulo de Oliver Baumann. Os lampejos de Florian Wirtz não bastaram, já que uma bola perdida pelo atacante foi fatal no primeiro gol, assim como não houve esboço de reação no fim. Dá para os alemães se recuperarem, numa chave que conta com Irlanda do Norte e Luxemburgo. Contudo, é um problema sério a Julian Nagelsmann, ainda mais pensando que só o líder de cada grupo se classificará diretamente ao Mundial – com repescagens duríssimas a quem ficar em segundo. A ausência de Jamal Musiala custa em talento, assim como as referências do time campeão do mundo em 2014 são parte do passado. Não é um elenco que empolga tanto assim e essa derrota cria novas turbulências, antes dissipadas pela boa campanha na Euro 2024. (Leandro Stein)
- O Grupo I das Eliminatórias Africanas é um dos mais emocionantes. Gana lidera com 16 pontos, mas perdeu grande chance de se distanciar nesta quinta-feira, ao empatar na visita a Chade. Três pontos atrás, Madagascar ratificou suas esperanças ao bater a República Centro Africana por 2 a 0. Enquanto isso, Mali ressuscitou ao vencer Comores por 3 a 0, com os dois times somando 12 pontos. A Data Fifa terá um essencial Gana x Mali na próxima segunda-feira. Pelo Grupo D, Cabo Verde aproveitou a rodada para manter a liderança, ao vencer Ilhas Maurício por 2 a 0. Os Tubarões Azuis estão um ponto à frente de Camarões, que ganhou de Eswatini por 3 a 0. O confronto direto acontece na próxima terça, com mando dos cabo-verdianos. Líderes de suas respectivas chaves, Argélia e Tunísia ficaram mais próximas da classificação. Os argelinos ganharam de Botsuana por 3 a 1 e abriram seis pontos, com um jogo a mais que Moçambique. Já a vantagem dos tunisianos é de sete pontos, após os 3 a 0 sobre a Libéria, também com um jogo a mais que a perseguidora Namíbia. (Leandro Stein)
- Chefe-executivo do Bayer Leverkusen, Simon Rolfes deu uma entrevista coletiva após a demissão de Erik ten Hag em que disse muito e não explicou nada – mas logo os motivos da decisão se tornaram mais claros. Nesta quarta, Rolfes declarou sentir uma "boa atmosfera" nos treinamentos, indicando como a relação do treinador com os jogadores não era das mais leves. A imprensa local também enfatizou certo egocentrismo de Ten Hag e sua falta de abertura para ouvir conselhos, depois de um início de campanha ruim na Bundesliga. Pesava ainda sua postura diante da diretoria. Em meio a um processo amplo de renovação do elenco, após a venda de quase todo o time titular campeão alemão há duas temporadas, o holandês tentava interferir nas escolhas dos reforços – até aí normal, mas não quando a insistência é justamente por atletas de seu grupo de empresários. Com os atritos de todos os lados, a opção foi por renovar os ares desde já. (Leandro Stein)
- O Athletic Bilbao é um clube que lida com suas limitações de mercado, pela política exclusiva a jogadores bascos, e ainda precisou engolir uma frustração ao tentar repatriar Aymeric Laporte. O negócio só não aconteceu porque o Al-Nassr não enviou a tempo a documentação do zagueiro, algo parecido ao ocorrido com o Real Madrid na tentativa de contratar David De Gea anos atrás. O clube basco tentou acionar a Fifa, responsável pelo sistema de registro de transferências, mas a entidade não atendeu a solicitação. Assim, os Leones estudam recorrer ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) para garantir a inscrição. Tanto Laporte quanto o Al-Nassr haviam aceitado a oferta do Athletic. O beque, inclusive, concordou com uma redução substancial de seu salário para voltar a San Mamés, sete anos desde sua venda ao Manchester City. Segundo a imprensa espanhola, os advogados do Athletic e de Laporte alegam negligência do Al-Nassr na demora para enviar a documentação. (Leandro Stein)
- O fechamento do mercado nas principais ligas europeias aconteceu na segunda-feira, 1° de setembro, mas outras competições ofereceram um chorinho e aproveitaram rebarbas. Com um dia a mais, a Eredivisie proporcionou as chegadas de Kasper Dolberg ao ataque do Ajax e de Cyle Larin ao comando do setor ofensivo do Feyenoord. A Romênia dá uma semana a mais, o que providenciou a curiosa ida do zagueiro Kurt Zouma ao Cluj. Outro negócio alternativo vem da Croácia, com a assinatura do meio-campista Ismael Bennacer com o Dínamo Zagreb. Já a Turquia se esbalda em sua semana extra. Ederson no Fenerbahçe e Ilkay Gündogan no Galatasaray foram astros só selados depois do fechamento das grandes ligas, assim como Vaclav Cerny no Besiktas. Clubes menores também se deram bem, com Ianis Hagi no Alanyaspor e Matías Kranevitter no Fatih Karagumrük. (Leandro Stein)
- Antony revelou que recusou uma proposta do Bayern de Munique, que dobraria a proposta salarial do Betis. O brasileio estava de saída do Manchester United e contou que só queria o clube da Andaluzia. “Um dia antes do acordo, falei com pessoas do Bayern. Quando falei com eles, disse que o acordo com o Betis estava em 95% e que eu honraria a minha palavra. Faria isso por respeito e amor, e porque eu sei que sou muito feliz aqui”, afirmou o jogador, à Cadena Cope. Os seis meses que passou no Betis foram suficientes não só para Antony recuperar a boa fase e voltar à Seleção, mas para recobrar sua paixão pelo futebol. Tem tudo para construir uma história bonita no clube (Felipe Lobo)
- Milan e Inter negociam com a prefeitura de Milão a compra do terreno onde está o San Siro. Há anos que os dois clubes tentam um acordo para um novo estádio no local, após constatação que San Siro não suportaria uma reforma mais ampla. A prefeitura sempre foi contra, mas, depois de anos de idas e vindas, parece que a negociação vai sair. Os clubes pretendem comprar o terreno e, assim, não depender mais de autorização da cidade para demolir San Siro e construir o novo estádio, com um projeto que já foi apresentado anos atrás. O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, criticou os atuais donos dos clubes (duas empresas de investimento americanas) à Sky Sports, dizendo que sentia falta do tempo de Silvio Berlusconi e Massimo Moratti, que eram “torcedores antes de tudo”, e que os atuais veem o futebol como “apenas uma oportunidade de negócio”. (Felipe Lobo)