Guia Meiocampo da Premier League 2025/26
Um guia com tudo que você precisa saber sobre cada um dos 20 clubes do Campeonato Inglês, o mais badalado da Europa e que começa nesta sexta-feira!
Fazer guias é uma das coisas que mais nos marcou nos muitos anos trabalhando com futebol e retomamos essa tradição nesta semana, com o Guia Meiocampo de La Liga 2025/26. Nesta sexta-feira, é a vez da Premier League ganhar o seu guia, como você, que nos acompanha há mais tempo, se acostumou em ver. Se você é novo por aqui, pegue um café e aproveite para desfrutar. E se prepare: vem mais por aí na próxima semana.
Nesta sexta, falamos sobre os 20 participantes do Campeonato Inglês. Quais as principais histórias, as estrelas, os reforços e muito mais. No final da newsletter, ainda mantemos nosso tradicional giro, com o noticiário dos últimos dias. Por conta disso, ainda assim, o tamanho da publicação estourará nos e-mails. Visualize no Substack para a experiência completa.
Vale lembrar: as edições de terça-feira e eventuais extras são exclusivas para assinantes. Às sextas-feiras, continua o conteúdo gratuito aberto ao público. Sugestões, críticas, elogios, quer só mandar um abraço: contato@meiocampo.net.
Guia Meiocampo da Premier League 2025/26
Por Bruno Bonsanti
Liverpool
Posição na última temporada: 1º
Técnico: Arne Slot
Principais reforços: Florian Wirtz (Bayer Leverkusen), Hugo Ekitiké (Eintracht Frankfurt), Milos Kerkez (Bournemouth), Jeremie Frimpong (Bayer Leverkusen)
Principais jogadores: Mohamed Salah, Virgil Van Dijk, Alisson
Joe Fagan, Sir Kenny Dalglish e Arne Slot: os únicos treinadores que conseguiram conquistar o título do Campeonato Inglês em suas primeiras temporadas pelo Liverpool. Não é uma companhia ruim. Como qualquer um conseguirá suceder Jürgen Klopp? Sem nunca ter treinado na Inglaterra? Com três dos seus principais jogadores em fim de contrato? Não vai contratar ninguém mesmo? Com um estilo de liderança mais discreto e ajustes táticos inteligentes, Slot respondeu a todas essas perguntas e entregou a Premier League com uma campanha dominante do começo ao fim. Se, como ele próprio admitiu, faltou um pouco de perna para competir nas outras competições no segundo semestre, o Liverpool nunca foi tão agressivo no mercado de transferências para lhe dar mais opções. É como se estivesse fazendo duas janelas ao mesmo tempo. Os gastos passaram de € 300 milhões, ainda com negociações em andamento por Alexander Isak, Marc Guéhi e Giovanni Leoni. Florian Wirtz foi o divisor de águas. O tipo de reforço que até chegava a ser especulado no Liverpool, mas sempre esteve fora do alcance em todos esses anos de reconstrução. Não à toa, a principal comparação é com Fernando Torres. Em 2007.
Wirtz é uma das maiores promessas do futebol europeu, líder de um campeão invicto da Bundesliga, e ainda tem 22 anos. Exigiu a maior operação financeira da história do clube para dar um novo dinamismo ao meio-campo. Ele é ótimo recebendo a bola entre as linhas, tem drible curto, criatividade e finalização. Foi o primeiro dominó do que acabou sendo uma reformulação ampla do setor ofensivo. Luis Díaz e Darwin Núñez renderam € 120 milhões para equilibrar as contas. A velocidade, inteligência e capacidade de trabalhar fora da área de Hugo Ekitiké pode ser importante porque, com o foco em Isak, um novo ponta esquerda não deve ser contratado neste momento. Jeremie Frimpong e Milos Kerkez reforçaram as laterais. O primeiro como uma reposição direta a Trent Alexander-Arnold, o único daquele trio que não renovou contrato. O clube parece determinado a dar uma chance a Conor Bradley, então Frimpong pode ser mais um canivete: às vezes na lateral direita, às vezes fornecendo um importante descanso a Mohamed Salah, que tem sempre perdido um pouco de gás na segunda metade da temporada. E se o segundo não der certo, Andrew Robertson continua por lá. Com Van Dijk envelhecendo, Ibrahima Konaté na mira do Real Madrid e Jarell Quansah (bem) vendido, outra prioridade foi a zaga. O Palace está fazendo jogo duro para extrair o máximo possível por Guéhi, que poderia ser contratado sem taxa de transferências daqui a um ano. O capitão do Crystal Palace reforçaria o presente. Leoni, garoto de 18 anos do Parma, o futuro. Tantas mudanças podem gerar um certo período de adaptação e ajustes, mas Slot provou ser capaz de fazê-los e, em médio prazo, o campeão inglês certamente ficou mais forte.
Arsenal
Posição na última temporada: 2º
Técnico: Mikel Arteta
Principais reforços: Martín Zubimendi (Real Sociedad), Viktor Gyökeres (Sporting), Nodi Madueke (Chelsea), Cristhian Mosquera (Valencia), Christia Norgaard (Brentford)
Principais jogadores: Bukayo Saka, Martin Odegaard, Declan Rice
Será que finalmente chegou a hora do Arsenal? O torcedor (no geral) tem tido paciência com o trabalho de Mikel Arteta, mas depois de três vice-campeonatos ingleses e uma semifinal de Champions League, o próximo passo precisa ter os contornos de um troféu. É justo lamentar o excesso de lesões da última temporada tanto quanto todos os pontos perdidos após se colocar à frente no placar ou as partidas em que dominou o adversário sem conseguir quebrá-lo. O seu artilheiro na Premier League foi Kai Havertz. Ele parou de jogar em fevereiro. Claramente, era necessário reforçar o departamento responsável por colocar a bola na casinha. Em um mercado com muita movimentação de centroavantes, Viktor Gyökeres era um dos mais cobiçados. Há uma pequenina pulga atrás da orelha por não ter conseguido convencer o Brighton a lhe dar uma chance na passagem anterior pela Inglaterra, mas não se engane por clipes de amistosos: ele sabe onde fica o gol.
O outro grande investimento foi em Martín Zubimendi. O ex-volante da Real Sociedad, muito comparado a Sergio Busquets pela sua inteligência e senso de posicionamento, complementa um setor que tem a força física de Declan Rice e a criatividade de Martin Odegaard, que precisará dar uma resposta depois de uma temporada apagada. Depois de tantos problemas físicos, esforçou-se para reforçar a rotação. Cristian Norgaard e Kepa Arrizabalaga são reservas veteranos e o jovem Cristhian Mosquera amplia a profundidade da defesa. Nodi Madueke chegou para ser uma opção mais confiável pelos lados e até pressionar a titularidade de Gabriel Martinelli. A dúvida é se € 56 milhões não é um valor meio alto só para isso. Ele terá que provar que não. Assim como o Arsenal terá que provar que, pela primeira vez desde 2004, tem o que é preciso para ser campeão.
Manchester City
Posição na última temporada: 3º
Técnico: Pep Guardiola
Principais reforços: Tijjani Reijnders (Milan), Rayan Aït-Nouri (Wolverhampton), Rayan Cherki (Lyon), James Trafford (Burnley), Sverre Nypan (Rosenborg)
Principais jogadores: Rodri, Rúben Dias, Erling Haaland, Phil Foden
O Manchester City tem uma pergunta a responder. Talvez a pergunta mais consequente da história recente do futebol: a última temporada foi apenas sintoma de um time envelhecido, desgastado e de barriga cheia que precisava de reformulação ou será que… acabou? Pep Guardiola passou por outros períodos difíceis na sua carreira, mas eles sempre foram pontuais. Algumas semanas em que os seus jogadores estavam cansados ou machucados, uma ou outra peça um pouquinho solta, um novo reforço que ainda precisava ser encaixado. Ele encontrava as soluções e, de repente, lá estava o seu time ganhando 25 jogos seguidos. Desta vez foi diferente. Ele não encontrou as soluções. No máximo, estancou a sangria. O City melhorou depois de perder quatro rodadas seguidas de Premier League, ser goleado pelo Sporting e quase ficar fora do mata-mata da Champions League. Nunca, porém, chegou perto daquele nível avassalador com regularidade, nem diante da necessidade de fazê-lo. Melhorou apenas o suficiente para terminar em terceiro lugar e a instabilidade voltou a dar as caras na Copa do Mundo de Clubes. E se acabou, tudo bem. Nenhum treinador passou tanto tempo no auge quanto Guardiola. Mas… acho que ainda não chegamos a esse momento.
Talvez o problema tenha sido apenas a ausência de Rodri, o coração do meio-campo. Ele perdeu praticamente toda a temporada por uma lesão séria no joelho e usou o Mundial para recuperar ritmo. Como ninguém parece capaz de chegar a uma decisão sobre as 115 acusações de violações de Fair Play Financeiro, o Manchester City continuou gastando bastante para dar a Guardiola tudo que ele poderia precisar. Começando em janeiro com alguns jogadores que foram importantes para pelo menos estabilizar a campanha, como Omar Marmoush e Nico González. Sem Kevin de Bruyne, e determinado a nunca mais ficar descoberto no setor favorito de Guardiola, continuou trazendo jogadores para o meio-campo com Tijjani Reijnders, Rayan Cherki e o garoto Sverre Nypan. Contando as duas janelas, foram nove novos jogadores contratados em seis meses, a maioria com menos de 24 anos. Uma renovação tão extensa que pode até atingir Ederson, com o retorno de James Trafford e os rumores de Gianluigi Donnarumma. Guardiola recebeu os ingredientes que precisava. Talvez não todos, mas muitos. Agora é ver se foi mesmo a ausência deles que explica a temporada passada. Se ele ainda sabe cozinhar como antes.
Chelsea
Posição na última temporada: 4º
Técnico: Enzo Maresca
Principais reforços: João Pedro (Brighton), Jamie Gittens (Borussia Dortmund), Estêvão (Palmeiras), Jorrel Hato (Ajax), Liam Delap (Ispwich),
Principais jogadores: Marc Cucurella, Moisés Caicedo, Enzo Fernández, Cole Palmer, Pedro Neto
Ora ora, se não é o campeão do mundo. O projeto do Chelsea é tão maluco que, € 1 bilhão depois, não deveria parecer surreal que eles conseguiram dar um sacode no Paris Saint-Germain, mas parece porque sua temporada foi estranha. Em um vácuo, não tem como reclamar dos resultados. Um título europeu, não mais do que a sua obrigação quando o Legia Varsóvia e o Djurgardens são os seus grandes desafios no mata-mata, e o quarto lugar da Premier League. Esse, um ótimo feito, sem ponderações, principalmente em uma disputa tão acirrada. Ainda assim, houve pouco de notável na maneira como chegou lá. Havia nos primeiros meses do trabalho de Enzo Maresca, quando até parecia que poderia acompanhar o ritmo de Arsenal e Liverpool. Caiu de rendimento em dezembro e, quando se recuperou, ganhou os jogos que deveria ganhar sem muito alarde.
E aí veio a Copa do Mundo de Clubes, na qual conseguiu apenas uma vitória contra um adversário com conta bancária similar. Aconteceu que foi justamente na final. Serviu pelo menos para Maresca mostrar que encontrou uma espinha dorsal que funciona, a partir de Moisés Caicedo, Roméo Lavia e Enzo Fernández no meio-campo, com Cole Palmer flutuando na linha ofensiva, Pedro Neto pela esquerda e o recém-contratado João Pedro fazendo os gols. A defesa ainda tem algumas vagas disponíveis. Jorrel Hato, jovem e promissor zagueiro do Ajax, pode ocupar uma delas. Os outros principais reforços foram para o ataque porque o Chelsea não parece capaz de só parar de contratar jogadores para o ataque. Muitos saíram também e outros, como Nicolas Jackson e Christopher Nkunku, esperam boas propostas. Pelo menos facilita para garotos como Estêvão e Jamie Gittens que terão que brigar por minutos em suas estreias na Inglaterra.
Newcastle
Posição na última temporada: 5º
Técnico: Eddie Howe
Principais reforços: Anthony Elanga (Nottingham Forest), Aaron Ramsdale (Southampton), Malick Thiaw (Milan)
Principais jogadores: Bruno Guimarães, Sandro Tonali, Alexander Isak (ele continua lá, o que eu posso fazer?)
Era para estar tudo bem com o Newcastle. Classificado à Champions League pela segunda vez em três temporadas e, finalmente, campeão de alguma coisa após 70 anos. Não está tudo bem com o Newcastle porque a pré-temporada foi turbulenta. Cadeiras da sua cúpula de futebol seguem vazias, algumas importantes, como a de diretor de futebol, por exemplo, e, precisando consultar Riade para avançar os seus negócios, a lista de jogadores que preferiram atuar em outro lugar é extensa: James Trafford, João Pedro, Bryam Mbeumo, Benjamin Sesko e Hugo Ekitiké. Depois desse último escolher o Liverpool, Alexander Isak tornou público o seu desejo de ser negociado e entrou em um braço de ferro com o Newcastle. Está afastado. Foi excluído até do churrasco do elenco. Eu nunca vi um treinador deixar tão claro que está bravo com um jogador que ainda tem três anos de contrato quanto Eddie Howe. Essas coisas mudam muito rapidamente, mas, por enquanto, o que se sabe, ou pelo menos o que foi vazado, é que Isak pretende nunca mais vestir a camisa do clube. Ficando ou saindo.
O curioso é que, se ignorarmos esse clima pesado, há motivos para acreditar em mais uma ótima campanha. O primeiro deles é que Eddie Howe é um excelente treinador. Colocou o Newcastle na elite do futebol europeu gastando dinheiro, mas sem investimentos tão altos quanto os de outros clubes-Estado. No campo e bola mesmo. A espinha dorsal com Bruno Guimarães, Sandro Tonali, Joelinton, Anthony Gordon e outros continua por lá e foi reforçada. Aaron Ramsdale chega para brigar por posição com Nick Pope, 33, e Anthony Elanga será mais uma opção para as pontas, depois de se destacar pelo Nottingham Forest. Embora não fosse titular do Milan, Malick Thiaw atuava regularmente e tem apenas 24 anos. Com certeza, algum atacante será contratado até o fim da janela. Mas não dá para ignorar o clima pesado por muito tempo. Nem a sensação que muitos começam a ter de que o Newcastle caiu na lista de prioridades esportivas da Arábia Saudita. Seja aceitando a proposta do Liverpool, seja realmente fechando as portas, precisa encerrar essa novela para poder se concentrar apenas em futebol. E se fizer isso, os prognósticos são positivos.
Aston Villa
Posição na última temporada: 6º
Técnico: Unai Emery
Principais reforços: Marco Bizot (Brest), Evann Guessand (Nice)
Principais jogadores: Emiliano Martínez, Youri Tielemans, Ollie Watkins
O Aston Villa havia contratado apenas o goleiro do Brest, Marco Bizot, 34 anos, provavelmente para a reserva, até soltar € 30 milhões pelo atacante Evann Guessand, do Nice, no fim da semana passada. Então a má notícia é que o seu time é praticamente o mesmo. A boa notícia é que esse time foi um dos melhores da última temporada do futebol europeu. Apenas uma vaga na Liga Europa foi um prêmio muito modesto para o que conseguiu fazer, equilibrando três competições com maestria. Pressionou o Paris Saint-Germain nas quartas de final da Champions League em meio a uma sequência de oito vitórias em nove rodadas da Premier League. O pecado esteve nos detalhes: faltou um pontinho para ficar entre os cinco primeiros e teve uma tarde desastrosa contra o Crystal Palace na semifinal da Copa da Inglaterra.
Não escolheu a continuidade, está com as mãos atadas pelas regras financeiras, mas não é desastre ser obrigado a apostar na evolução do trabalho de um técnico tão bom quanto Unai Emery, no desenvolvimento de Morgan Rogers, meia ofensivo de 21 anos que foi seu vice-artilheiro, e em uma espinha dorsal que provou ser capaz de bater de frente com qualquer um. Guessand reforça o ataque após o fim dos empréstimos de Marcus Rashford e Marco Asensio e será alternativa a Ollie Watkins, um dos mais letais atacantes ingleses em atividade. Então há muitos motivos para otimismo, apesar do compreensível gostinho de decepção. Quer o principal deles? Disputará a Liga Europa com Unai Emery no banco de reservas.
Nottingham Forest
Posição na última temporada: 7º
Técnico: Nuno Espírito Santo
Principais reforços: Dan Ndoye (Bologna), Igor Jesus (Botafogo), Jair (Botafogo)
Principais jogadores: Nikola Milenkovic, Morgan Gibbs-White, Callum Hudson-Odoi
Podemos começar por aqui: o Nottingham Forest está de volta à Europa. Pela primeira vez desde 1995/96, quando chegou às quartas de final da Copa da Uefa. Parecia até que o retorno seria na Champions League, competição que conquistou duas vezes com Brian Clough mais de quatro décadas atrás, mas perdeu fôlego na reta final e caiu para o sétimo lugar. Deveria ser na Conference League, mas, com o Crystal Palace punido por violar regras de multipropriedade, o Forest foi promovido à Liga Europa. A campanha foi tão excelente quanto surpreendente depois de duas temporadas brigando apenas para sobreviver e serviu para reabilitar a imagem de Nuno Espírito Santo. Provou que o sucesso com o Wolverhampton não foi mero acaso e a exceção foi mesmo a breve passagem pelo Tottenham.
O Forest compartilha muitas das características daquele Wolverhampton: contra-ataque e velocidade, força física e transições rápidas, tudo calcado em uma ótima defesa, liderada pelo gigante Nikola Milenkovic e o brasileiro Murillo. Para sentir menos a saída de Anthony Elanga para o Newcastle, o recorde de transferência foi quebrado para contratar Dan Ndoye, que ajudou o Bologna a chegar à Champions League e conquistar a Copa Itália. Foi o autor do gol da vitória na final contra o Milan. A relação próxima entre Evangelos Marinakis e John Textor trouxe os outros dois reforços confirmados. Igor Jesus terá a concorrência de Taiwo Awoniyi, muitas vezes decisivo nos anos de briga contra o rebaixamento, e Chris Wood, com 20 gols na última Premier League. Segue ativo no mercado tentando aumentar a profundidade do seu elenco para conciliar os compromissos domésticos com os europeus. Há um histórico consolidado de clubes retornando às competições continentais depois de muitos anos que sofreram para fazer isso. Poucos deles eram bicampeões europeus.
Brighton
Posição na última temporada: 8º
Técnico: Fabian Hürzeler
Principais reforços: Charalampos Kostoulas (Olympiacos), Maxim de Cuyper (Club Brugge), Tom Watson (Sunderland), Diego Coppola (Verona), Olivier Boscagli (PSV)
Principais jogadores: Kaoru Mitoma, Lewis Dunk, Georginio Rutter
Oito jogos sem vencer entre o fim de novembro e o começo de janeiro testaram a convicção da diretoria do Brighton. A temporada nem havia começado tão bem e, com as mãos no guidão, substituindo uma figura popular como Roberto de Zerbi, estava um técnico de 32 anos. O Brighton, porém, está adquirindo uma fama perigosa de nunca errar. Um pouco de paciência era essencial depois de uma troca de comando e dezenas de reforços em um mercado que quase bateu € 300 milhões. Fabian Hürzeler foi pouco a pouco acertando os ponteiros e de repente, apareceu na briga por vaga em competições europeias. Não conseguiu nenhuma porque somou apenas dois pontos em 15 possíveis entre março e abril, mas ganhou as últimas três rodadas para reforçar que as bases para crescimento existem.
Principalmente se o Chelsea continuar lhe dando dinheiro. Recebeu mais de € 60 milhões por João Pedro e investiu principalmente na defesa, com Diego Coppola, 21 anos, para a zaga e Maxim De Cuyper, 24, para a lateral esquerda. Oliver Boscagli, 27, foi a bola de segurança mais experiente para arredondar o setor. A principal expectativa é pelo atacante Charalampsos Kostoulas, com uma experiência razoável pelo time principal do Olympiacos (35 jogos, 7 gols) para quem tem apenas 18 anos. Novas promessas para se juntarem a destaques como Kaoru Mitoma, Carlos Baleba e Georginio Rutter. O clube mais inteligente da Inglaterra continua fazendo a roda girar. Em oitavo na última temporada, por cinco pontos não igualou o sexto lugar com De Zerbi em 2022/23. Se todo mundo seguir melhorando, inclusive o seu técnico que, de novo, tem 32 anos, pode até ir além.
Bournemouth
Posição na última temporada: 9º
Técnico: Andoni Iraola
Principais reforços: Bafodé Diakité (Lille), Djordje Petrovic (Chelsea), Adrien Truffert (Rennes)
Principais jogadores: Justin Kluivert, Antoine Semenyo, Evanilson
O Bournemouth teve a sua maior pontuação na primeira divisão (56) e precisava apenas de um aproveitamento um pouquinho melhor nas últimas 15 rodadas para se classificar às competições europeias. Melhor do que apenas quatro vitórias, quatro empates e sete derrotas. Em seus dias mais iluminados, é um time formidável, intenso e ofensivo, que consegue roubar pontos dos grandes. Ganhou de Manchester United e Tottenham, o que fica menos impressionante quando você vê em que posição eles terminaram, mas também goleou o Newcastle no St. James’s Park e bateu o Arsenal nos dois turnos. Tem jogadores de potencial, como Junior Kroupi, retornando de 22 gols na segunda divisão francesa emprestado ao Lorient, e Alex Scott. No entanto, a propensão a de repente se despedaçar é alta. Os altos e baixos foram menos drásticos que na sua primeira temporada, mas o próximo passo para Andoni Iraola é tentar fazer com que seu estilo de jogo seja mais sustentável com um elenco curto e menos qualificado que o da concorrência.
O segundo desafio é reconstruir uma defesa que foi dilapidada pelas potências europeias: Kepa Arrizabalaga voltou ao Chelsea e foi vendido ao Arsenal, Dean Huijsen foi contratado pelo Real Madrid, Milos Kerkez pelo Liverpool e Illya Zabarnyi pelo Paris Saint-Germain. O altíssimo aporte que receberá dessas vendas é a prova de que o seu modelo de negócios funciona: está encontrando jogadores com potencial e conseguindo desenvolvê-los. O melhor exemplo é Huijsen, que gerou um lucro de € 40 milhões em um ano. Mas também precisa de alguns jogadores que saibam defender para colocar em campo. Por enquanto, contratou Djordje Petrovic para o gol, Bafodé Diakité para a zaga e Adrien Truffert para a lateral esquerda.
Brentford
Posição na última temporada: 10º
Técnico: Keith Andrews
Principais reforços: Antoni Milambo (Feyenoord), Michael Kayode (Fiorentina), Caoimhín Kelleher (Liverpool), Jordan Henderson (Ajax)
Principais jogadores: Yoane Wissa, Nathan Collins, Mikkel Damsgaard
O diretor de futebol do Brentford, Phil Gilles, deu uma declaração interessante: se um clube chega à conclusão de que qualquer jogador ou membro da comissão técnica é inegociável, totalmente inegociável, não importa a circunstância, provavelmente precisa refletir sobre por que se colocou em uma posição em que aquela pessoa é tão importante que, sem ela, as coisas não funcionariam. Enfim, ele estava querendo dizer que há vida pós-Thomas Frank. E Bryan Mbeumo. E Cristian Norgaard. E Mark Flakken. A cada uma dessas saídas a posição do Brentford no meio da tabela da Premier League ia ficando mais ameaçada. Apesar do discurso, no fundo todo mundo sabe que Frank foi o principal gatilho para a chegada à primeira divisão depois de 74 anos e para a permanência nela por mais quatro com poucos sustos.
A reposição é tão corajosa que chega a ser admirável: Keith Andrews, ex-técnico de bola parada e nenhuma experiência como treinador principal. Caoimhín Kelleher terá a chance de jogar regularmente, após ser um reserva mais do que competente de Alisson no Liverpool, e Jordan Henderson ocupará o espaço deixado por Norgaard no meio-campo. Os outros reforços são apostas: Antoni Milambo, meia-atacante de 20 anos com 60 partidas pelo Feyenoord, e o lateral direito Michael Kayode, 21, que defendeu a Fiorentina cerca de 50 vezes. Depois de estabilidade e crescimento gradual desde o acesso, a temporada do Brentford começa cheia de incertezas.
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Fulham
Posição na última temporada: 11º
Técnico: Marco Silva
Principais reforços: …uma nova arquibancada?
Principais jogadores: Emile Smith Rowe, Andreas Pereira, Raúl Jiménez
O Fulham conseguiu, enfim, se firmar na Premier League. Caminha para a sua quarta temporada consecutiva, sem riscos de rebaixamento e de vez em quando arranca um grande resultado contra os grandes. Enfim, a vida no meio da tabela. Quase deu um passo além ao brigar por vaga em competições europeias, mas perdeu 10 vezes depois da virada do ano e acabou faltando alguns pontinhos. Uma dessas derrotas foi para o Everton, na antepenúltima rodada. Praticamente acabou com as suas chances. Também foi simbólica por outro motivo: naquela tarde, inaugurou a sua nova arquibancada Riverside, um projeto grandioso com oito andares, restaurantes de alta cozinha e até uma piscina. Muitas das instalações de luxo, incluindo a piscina, não têm vista para o campo, mas tudo bem. Não era o propósito. A principal atração é o Rio Tâmisa, não Andreas Pereira. Aquele tipo de experiência de dia de jogo em que o jogo em si é apenas pano de fundo.
A ideia do Fulham é mantê-lo aberto como um clube privado a semana inteira e ganhar dinheiro mesmo quando não coloca o time em campo. Pode ser importante para o seu futuro financeiro, mas, como custou £ 350 milhões, os torcedores estão associando essa nova arquibancada ao fato de ninguém ter sido contratado ainda. Tirando Benjamin Lecomte, um goleiro de 34 anos para a reserva. Também estão irritados porque os ingressos aumentaram em 2,8% apesar dessa projeção de receitas maiores. Ou justamente para ajudar a bancar o projeto. O alento é que pelo menos ninguém foi embora, com exceção dos brasileiros Willian e Carlos Vinícius que nem estavam jogando tanto. Marco Silva terá que procurar melhorias internas para uma nova investida à parte de cima da tabela. O problema desse plano é que o elenco não é especialmente jovem. Apenas dois jogadores têm menos de 24 anos. Parece que será uma temporada mais de transição e sobrevivência do que de progresso.
Crystal Palace
Posição na última temporada: 12º
Técnico: Oliver Glasner
Principais reforços: Walter Benítez (PSV), Borna Sosa (Ajax)
Principais jogadores: Dean Henderson, Marc Guéhi, Adam Wharton, Jean-Philippe Mateta
Uma tarde em Wembley levantando um troféu depois de ganhar de um dos melhores times do país é o sonho de qualquer torcedor inglês. Principalmente dos de clubes do tamanho do Crystal Palace, que conseguiu fazê-lo duas vezes em três meses. A vitória sobre o Liverpool na Community Shield, embora nos pênaltis, mostrou que o time de Oliver Glasner está pronto para tentar uma promoção ao grupo que briga por vagas europeias. Um começo muito ruim, sem vitórias nas primeiras oito rodadas, foi provavelmente o que impediu que isso já acontecesse na última temporada. Porque perdeu apenas quatro vezes depois do Natal e terminou com 53 pontos, sua melhor pontuação na era Premier League. E claro, conquistou o primeiro título da sua história ao vencer o Manchester City na final da Copa da Inglaterra.
Essa conquista deveria ter lhe dado uma vaga na Liga Europa, mas terá que disputar a Conference League após a Uefa concluir que violou regras multipropriedade por compartilhar um proprietário com “influência decisiva” com outro classificado, o nosso amigo John Textor, e a Corte Arbitral do Esporte recusar o seu recurso. Essa indefinição pode ter travado o mercado que, por enquanto, entregou apenas um goleiro e um lateral esquerdo reservas. Steve Parish, o homem que realmente tem influência decisiva no Selhurst Park, fez um bom trabalho de segurar os seus principais destaques, mas provavelmente perderá Marc Guéhi para o Liverpool e tanto Arsenal quanto Tottenham prometem investidas por Eberechi Eze. Não seria ideal perdê-los, mas Glasner conseguiu tirar o Palace do marasmo e, se o dinheiro for bem reinvestido, nada impede que chegue um pouquinho mais longe desta vez.
Everton
Posição na última temporada: 13º
Técnico: David Moyes
Principais reforços: Jack Grealish (Manchester City), Kiernan Dewsbury-Hall (Chelsea), Mark Travers (Bournemouth), Thierno Barry (Villarreal)
Principais jogadores: Jordan Pickford, James Tarkowski, Idrissa Gueye, Iliman Ndiaye
Era para ser uma temporada de perspectivas renovadas para o Everton. Tem o estádio mais moderno da Inglaterra, deixou para trás a propriedade turbulenta de Farhad Moshiri e passou o verão inteiro dobrando os pontos conquistados com David Moyes (31 em 19 rodadas) para ver onde terminaria se ele tivesse chegado no começo da Premier League. Em oitavo lugar, aliás. Mas como ser otimista? A última vez que houve motivos concretos para sê-lo foi justamente quando Moshiri chegou prometendo investimentos. A tragédia é que ele cumpriu a sua palavra, mas o dinheiro foi tão mal gasto que, em vez de subir de patamar, o Everton foi arrastado para a parte de baixo da tabela, principalmente quando a torneira secou diante dos custos da sua nova casa. Também é difícil ser feliz quando seu time acabou de ser treinado por Sean Dyche. Ele é um aspirador de esperanças. Convence todo mundo que o sofrimento é o único caminho. Meio que um dementador da bola.
Além de não ter conseguido terminar acima da 10ª posição há seis temporadas, o outro motivo que impede o torcedor de acreditar em dias melhores é que muitos jogadores experientes foram embora, como Ashley Young, Abdoulaye Doucuré e Dominic Calvert-Lewin. Há potencial nas reposições, principalmente com o atacante francês Thierno Barry, 22 anos, autor de 11 gols em La Liga pelo Villarreal. Kieran Dewsbury-Hall provou ser um meio-campista sólido de Premier League e, claro, agora tem um jogador de £ 100 milhões no elenco. Jack Grealish está de volta ao seu habitat natural: o centro do universo. Não tem muita discussão que será o jogador mais talentoso do Everton e, se David Moyes conseguir usá-lo tão bem quanto os treinadores do Aston Villa, não é uma base ruim para começar essa nova era.
West Ham
Posição na última temporada: 14º
Técnico: Graham Potter
Principais reforços: El Hadji Malick Diouf (Slavia Praga), Mads Hermansen (Leicester), Kyle Walker-Peters (Southampton), Callum Wilson (Newcastle)
Principais jogadores: Jarrod Bowen, Tomás Soucek, Lucas Paquetá
O West Ham terminou três edições em quatro da Premier League na parte de cima da tabela e conquistou a Conference League. David Moyes despediu-se com um nono lugar. Julen Lopetegui tinha pelo menos currículo para gerar expectativas, mas, em uma carreira em que os erros estão começando a superar os acertos, foi demitido em janeiro. Graham Potter não conseguiu ser muito melhor. O West Ham despencou para o 14º lugar, mesma posição de 2022/23. Com a diferença de que desta vez não houve título europeu. Ou três vitórias seguidas. Às vezes eu até esqueço que o West Ham disputou a última Premier League. Foi esse tipo de temporada. Um pouco perdido desde que entrou na trituradora do Chelsea, o trabalho de Potter no Brighton não foi uma miragem. Com tempo e pré-temporada, ainda tem chance de dar certo. E Lucas Paquetá finalmente está livre das acusações de manipulação de resultados, absolvido pela Federação Inglesa. O West Ham pode finalmente deixar essa história para trás.
Tentando equilibrar as contas depois de três mercados gastando mais de € 140 milhões, abriu mão de muita experiência. Kurt Zouma, Lukasz Fabianski, Vladimir Coufal, Aaron Cresswell, Danny Ings e Michael Antonio saíram ao fim dos seus contratos. E Mohammed Kudus foi vendido ao Tottenham. Parece uma temporada de transição no leste de Londres. Exceto que não está muito claro para o que porque o mercado até agora tem sido modesto. Jean-Clair Todibo foi contratado em definitivo após empréstimo. O West Ham pagou € 20 milhões tanto por Mads Hermansen, goleiro do Leicester nas últimas duas temporadas, quanto por El Hadji Diouf. Não aquele. Um meia do Slavia Praga de 20 anos. No mercado de jogadores livres, trouxe o lateral direito Kyle Walker-Peters, ex-Southampton, e o experiente centroavante Callum Wilson. Ele parece o reforço mais pronto para fazer a diferença imediatamente, mas vem de uma temporada prejudicada por lesões em que jogou apenas 458 minutos pelo Newcastle. E fez um único gol.
Manchester United
Posição na última temporada: 15º
Técnico: Rúben Amorim
Principais reforços: Matheus Cunha (Wolverhampton), Bryan Mbeumo (Brentford), Benjamin Sesko (RB Leipzig)
Principais jogadores: Bruno Fernandes, Lisandro Martínez, Casemiro
O Manchester United oferece um cardápio para ilustrar como a sua temporada foi ruim. O que você prefere? O 15º lugar, por exemplo, foi a sua pior posição na era Premier League. Com o time que tem, e o dinheiro que investiu, marcou 44 gols em 38 jogos. Apenas os rebaixados e o Everton, por meses atolado na Sean Dyche Experience, fizeram menos. Old Trafford assistiu a apenas sete vitórias do time da casa pela liga. Não conseguiu salvar a lavoura na Liga Europa porque perdeu uma final para o Tottenham e nem o balanço financeiro, tantas vezes fonte de esperança, pode ajudar neste momento porque o novo dono teve que fechar a cantina para economizar dinheiro. Talvez a nota positiva é que não parece possível que a próxima temporada seja pior. Rúben Amorim foi atirado nesse caldeirão. Conseguiu passar relativamente ileso porque, a essa altura, a infraestrutura do futebol está bem ciente de que os problemas do Manchester United vão muito além do treinador.
Começou a implementar o seu sistema tático favorito e provavelmente gostaria de ter feito uma reformulação maior. Mas lembra a cantina? Obrigado a priorizar, decidiu começar pelo ataque, aquele que fez 22 gols a menos que o Brentford, com € 200 milhões em três jogadores. Pelo menos, parecem reforços teleguiados para o time que tem em mente. Matheus Cunha, por exemplo, atuava exatamente no mesmo 3-4-3 no Wolverhampton e vem da sua melhor temporada na Europa. Bryan Mbeumo tem experiência de Premier League e também acabou de ter sua campanha mais produtiva. Benjamin Sesko ainda é muito jovem e, ao mesmo tempo, defendeu um dos principais clubes da Bundesliga e lidera a sua seleção nacional. A aposta é nessa mistura de rodagem com a fome de quem ainda tem espaços vazios em seus currículos e no trabalho de Amorim que, sem competições europeias, terá bastante tempo livre para treinar. Pode dar certo. O duro é que não tem como saber. O Manchester United virou um cemitério de jogadores e projetos esportivos e apenas o tempo mostrará se finalmente deixou de sê-lo.
Wolverhampton
Posição na última temporada: 16º
Técnico: Vítor Pereira
Principais reforços: Fer López (Celta de Vigo), Jhon Arias (Fluminense), David Moller Wolfe (AZ Alkmaar)
Principais jogadores: André, João Gomes, Jorgen Strand Larsen, Ki-Jana Hoever
Quem quiser tomar uma cerveja com Vítor Pereira, os torcedores do Corinthians, por exemplo, pode encontrá-lo em um pub nos arredores do Molineux após vitórias do Wolverhampton. Foi surpreendente a quantidade de vezes que isso aconteceu porque a temporada não parecia promissora quando, sob o comando do seu antecessor, Gary O’Neill, não houve vitórias nas primeiras 10 rodadas. Mesmo após a troca, o português perdeu quatro vezes seguidas em janeiro. No entanto, Pereira conseguiu ganhar de Southampton, West Ham, Ipswich, Tottenham, Manchester United e Leicester em sequência. Todos times da parte de baixo da tabela, mas como também era onde o Wolverhampton estava, foi uma arrancada notável para afastar o fantasma do rebaixamento e terminar a campanha com moral. O torcedor está ansioso para ver o que ele pode fazer em uma temporada completa. Pelo menos, o que nunca olhou para o seu currículo.
Vítor Pereira não fica muito tempo em seus clubes. Desde que apareceu pelo Porto em 2011, o único trabalho que passou de dois anos foi no Shanghai SIPG. A maioria não durou nem um. Ele ficou três meses no Flamengo. Então é melhor adotar um otimismo cauteloso, principalmente porque o Wolverhampton sofreu baixas pesadas. Matheus Cunha e Rayan Aït-Nouri foram vendidos por um combinado de € 110 milhões. Outros nomes experientes, como Gonçalo Guedes, Pablo Sarabia e Nélson Semedo saíram de graça ou quase. E tentando equilibrar as contas após três mercados caros, investiu pouco até agora. Confirmou Jorgen Strand Larsen, autor de 14 gols em 35 rodadas na última temporada sob empréstimo, e buscou outro jogador do Celta de Vigo, o jovem ponta Fer López. A principal esperança é Jhon Arias, embalado por uma excelente Copa do Mundo de Clubes. Em material humano, o Wolverhampton piorou. Então o negócio é acreditar em Vítor Pereira mesmo.
Tottenham
Posição na última temporada: 17º
Técnico: Thomas Frank
Principais reforços: Mohammed Kudus (West Ham), João Palhinha (Bayern de Munique)
Principais jogadores: James Maddison, Dejan Kulusevski
O Tottenham conquistou o seu primeiro título após 17 anos de seca e nem isso foi suficiente para segurar Ange Postecoglou. Porque, dentro da Inglaterra, teve a sua pior campanha na primeira divisão desde 1977. Foi apenas o 17º colocado. Postecoglou, pelo menos até a decisão da Liga Europa contra o Manchester United em Bilbao, se recusou a abrir mão do seu estilo de jogo ultra-ofensivo. Mesmo quando claramente não estava funcionando. Não funcionou várias vezes: o Tottenham perdeu 22 partidas em um campeonato de 38 rodadas. A saída de Son Heung-min encerrou uma era, o último resquício do time de Mauricio Pochettino que elevou o clube de patamar e foi vice-campeão europeu, e agora (se tudo der certo) outra começará sob o comando de Thomas Frank. Durante quatro temporadas, tirou mais do Brentford do que a sua infraestrutura indicava possível e há expectativas para ver o que fará com mais recursos disponíveis.
Esses recursos ainda precisam ser usados. O Tottenham confirmou as permanências do zagueiro Kevin Danso e do atacante Mathys Tel e fez apenas duas contratações. Se estiver mais próximo da sua primeira temporada pelo West Ham do que da sua segunda, Mohammed Kudus pode contribuir tanto nas pontas quanto pelo meio, principalmente enquanto James Maddison se recupera de uma séria lesão no joelho. João Palhinha, exímio ladrão de bolas, dará ao meio-campo um pouco do equilíbrio que ele precisa. Segue no mercado, de olho em nomes como Savinho e Eberechi Eze. O Tottenham acabou… sendo o Tottenham na Supercopa da Europa, mas, até a reta final do segundo tempo, conseguiu bater de igual para igual com o Paris Saint-Germain. Foi um sinal de que, com um pouquinho de paciência, Frank pode devolvê-lo pelo menos para onde estava antes das coisas saírem um pouco dos trilhos.
Leeds
Posição na última temporada: 1º na Championship
Técnico: Daniel Farke
Principais reforços: Anton Stach (Hoffenheim), Jaka Bijol (Udinese), Lucas Perri (Lyon), Sean Longstaff (Newcastle), Gabriel Gudmundsson (Lille), Sebastiaan Bornauw (Wolfsburg), Lukas Nmecha (Wolfsburg)
Principais jogadores: Joël Piroe, Daniel James, Ao Tanaka, Brenden Aaronson
O retorno do Leeds é sempre bom para a Premier League. História rica, torcida apaixonada, estádio lotado e rivalidades quentes. A questão, como com todos os promovidos, é se conseguirá ficar nela. Conseguiu por três anos após subir com Marcelo Bielsa. Foi nono colocado no primeiro, quase rebaixado no segundo e caiu no terceiro. Daniel Farke prometeu que não mudará tanto o estilo de posse de bola que produziu 100 pontos, 95 gols e o título da Championship. Quer continuar sendo agressivo e ditando o ritmo das partidas. O histórico de times promovidos dizendo que farão isso não é muito positivo, mas ele tem experiência com o assunto. Levou o Norwich duas vezes à primeira divisão. Na primeira, foi rebaixado como lanterna. Na segunda, foi demitido em novembro. E o Norwich foi rebaixado como lanterna. Eu não falei que era uma boa experiência.
O perfil dos reforços do Leeds parece específico para fornecer solidez a essa proposta. São todos jogadores entre 26 e 27 anos que vinham atuando regularmente em clubes de médio porte das grandes ligas europeias. Alguns, como Sean Longstaff e Dominic Calvert-Lewin, na própria Premier League. Calvert-Lewin, prestes a ser anunciado, é o nome mais interessante. Primeiro porque, para “atuar regularmente”, ele precisa parar de se machucar. Quando está em campo, é um centroavante eficiente que reforçará um setor desfalcado pelas saídas de Mateo Joseph e Joe Gelhardt por empréstimo e a provável venda de Patrick Bamford - o homem-gol do time de Bielsa. Brigará por posição com Joël Piroe, artilheiro da Championship com 19 gols. Todos os setores foram reforçados. Lucas Perri pulou do Lyon para pressionar Meslier, o volante Anton Stach exigiu o maior investimento, € 20 milhões, e, com 1,90 metros de altura, o zagueiro Jaka Bijol provavelmente terá que cabecear muitas bolas para o Leeds alcançar o seu principal objetivo. Grande demais para ser um iô-iô.
Burnley
Posição na última temporada: 2º na Championship
Técnico: Scott Parker
Principais reforços: Kyle Walker (Manchester City), Axel Tuanzebe (Ipswich), Martin Dubrávka (Newcastle), Lesley Ogochukwu (Chelsea), Armando Broja (Chelsea), Loum Tchaouna (Lazio), Quilindschy Hartman (Feyenoord)
Principais jogadores: Maxime Estève, Josh Cullen, Zian Flemming
Lembra quando a galera sugeria que Celtic e Rangers jogassem na Premier League? O Burnley deveria jogar no Campeonato Escocês. Porque os últimos quatro anos mostraram didaticamente que é bom demais para a segunda divisão e ruim demais para a primeira. Foi rebaixado com 35 pontos, subiu com 101 pontos. Foi rebaixado com 24 pontos, subiu com 100 pontos. Nenhum clube parece ilustrar tão bem os problemas que a Inglaterra tem tido com a transição da Championship para a Premier League e vice-versa. Em sua última passagem pela elite, Vincent Kompany não conseguiu adaptar o seu estilo de posse de bola contra adversários mais fortes. Scott Parker adotou uma proposta exatamente oposta: o Burnley teve uma defesa histórica na Championship. Sofreu 16 gols em 46 rodadas, chegou a passar 12 partidas seguidas ileso, 30 no geral, e nunca concedeu mais de um gol em um único jogo.
Parker também está em uma encruzilhada. É o seu terceiro acesso, mas, após os dois anteriores, caiu com o Fulham e foi demitido do Bournemouth, ao criticar a política de transferências do clube, um pouquinho irritado por ter levado 9 a 0 do Liverpool. Uma temporada inteira sem dramas seria boa para a sua carreira. No entanto, ele já parte com problemas. Aquela defesa lá que foi tão bem perdeu dois dos seus principais jogadores, James Trafford, vendido ao Manchester City, e CJ Egan-Riley, contratado pelo Olympique de Marseille sem taxa de transferências. Pode sofrer com a falta de gols porque o artilheiro Josh Brownhill (18) foi outro que decidiu sair ao fim do seu contrato. A experiência foi a tônica das reposições, principalmente com Kyle Walker para a lateral direita e o veterano Martin Dubrávka para o gol. Axel Tuanzebe também rodou bastante. A carteira foi aberta principalmente para ajudar o Chelsea a esvaziar algumas vagas de estacionamento. Três jovens foram contratados por um total de aproximadamente € 66 milhões. Um deles, o lateral esquerdo Bashir Humphreys, foi confirmado após um período emprestado. Mesmo caso do ponta Marcus Edwards, ex-Sporting, e do atacante Zian Flemming.
Sunderland
Posição na última temporada: 4º na Championship
Técnico: Régis Le Bris
Principais reforços: Granit Xhaka (Bayer Leverkusen), Habib Diarra (Estrasburgo), Simon Adingra (Brighton), Chemsdine Talbi (Club Brugge), Noah Sadiki (Union Saint-Gilloise), Omar Alderete (Getafe), Robin Roefs (NEC Nijmegen), Reinildo (Atlético de Madrid), Arthur Masuaku (Besiktas), Marc Guiu (Chelsea)
Principais jogadores: Chris Rigg, Enzo Le Fée
Foram oito anos longe da primeira divisão. Chegou a bater na terceira. Pior ainda, carrega a cruz de ter sido responsável pelo boom de documentários esportivos. A próxima vez que você assistir a uma série medíocre sobre um clube xis que terminou em 13º lugar? A culpa é do Sunderland. O retorno foi emocionante. Não dava para alcançar as vagas de promoção direta. Tanto Leeds quanto Burnley fizeram 100 pontos, e o Sunderland, 76. Ao mesmo tempo, terminar a Championship com cinco derrotas consecutivas não encheu a torcida de confiança. O Sheffield United chegou a abrir o placar na final dos playoffs, antes de gols aos 31 e aos 50 minutos concretizarem o principal objetivo desde a queda em 2016/17. A sua estrutura conta com algumas figuras curiosas. O técnico, Régis Le Bris, tem um doutorado em fisiologia e biomecânica e gosta muito de triângulos. “A base de tudo que fazemos”, disse uma vez. Passou uma década trabalhando com categorias de base até ganhar uma chance com o time principal do Lorient. Foi contratado pelo Sunderland depois de ser rebaixado. O dono do clube é Kyril Louis-Dreyfus. Ele tem 27 anos. É filho e herdeiro de Robert Louis-Dreyfus, ex-proprietário do Olympique de Marseille.
Desde que começou a ter mais controle do clube, em 2023, a sua filosofia tem sido contratar jovens com potencial de revenda. Quebrou um pouco a regra para tentar permanecer na Premier League, o que dá mais dinheiro que vender volante para o Chelsea, com reforços como Granit Xhaka (32) e Omar Alderete (28). Está investindo bastante com esse propósito, aliás: € 160 milhões até agora em oito reforços, além de Reinildo Mandava, experiente ex-lateral esquerdo do Atlético de Madrid que chegou sem taxa de transferência, e Marc Guiu, um promissor centroavante emprestado pelos Blues. O forte deste time será o meio-campo, com Xhaka, o talentoso Enzo Le Fée, comprado da Roma, e Habib Diarra, ex-Estrasburgo. Juntos, tentarão substituir Jobe Bellingham, principal jogador do acesso que foi vendido ao Borussia Dortmund. Há clubes que sobem e tentam permanecer na Premier League mantendo a espinha dorsal. Há outros que reformulam completamente o elenco. O Sunderland está mais próximo da segunda abordagem. Não há receita no fim das contas. Nenhuma delas tem dado certo recentemente.
PODCAST MEIOCAMPO #158
Crystal Palace conquista a Community Shield depois de sair atrás e conseguir empatar com o Liverpool para levar o título nos pênaltis. O jogo mostrou um pouco das qualidade e dos problemas dos Reds. Tem ainda amistosos pela Europa, Série D no Brasil e muito mais!
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Giro
- O impacto do Mundial de Clubes na pré-temporada de várias equipes da Europa é inegável, mas o Paris Saint-Germain ainda assim conseguiu conquistar a Supercopa. Não foi a melhor versão do time de Luis Enrique, assim como não havia sido na decisão do Mundial. A formação titular contou com modificações que não deram a melhor fluidez do meio para frente e a equipe também demorou para iniciar sua rotação normal. A entrada de Fabian Ruiz no segundo tempo acabou sendo um ponto de virada na reação contra o Tottenham, e sublinha a importância do meio-campista. Além disso, o empate por 2 a 2 valorizou o banco de reservas do PSG. Lee Kang-in e Gonçalo Ramos marcaram os gols, bem como converteram seus pênaltis. São jogadores que, se não apareceram tanto na Champions passada, contribuíram ao reduzir o desgaste dos companheiros por também segurarem a bronca na Ligue 1. O elenco, como um todo, forjou a tríplice coroa.
- Lucas Chevalier merece um destaque à parte, como grande protagonista do PSG na Supercopa. O goleiro lida com uma pressão imensa em sua chegada ao clube, não apenas por ter que substituir Gianluigi Donnarumma, mas também pela forma como o italiano está sendo tratado por Luis Enrique e pela direção. O herói de diferentes fases na última Champions, de uma hora para outra, não serve mais – ao que parece, mais pelo impasse na renovação de seu contrato do que por questões técnicas. Chevalier não é mais goleiro que Donnarumma neste momento, mas tem potencial para ser um dos melhores do mundo e, talvez, até mais regular que o italiano. Em Udine, teve que lidar com todos os holofotes sobre si. Não fez um jogo tão reluzente, com uma defesa difícil e um gol sofrido no qual poderia ter feito melhor. A cobrança se tornou maior, pelo contexto, ressaltando a falha. Os pênaltis, todavia, são uma dádiva para consagrar qualquer arqueiro. Com competência, o francês se mostrou pronto para a missão. Mas vai ter que lidar com o falatório sobre si durante toda a temporada.
- Já no Tottenham, se por um lado a maneira como a derrota aconteceu enfatiza outra vez as dificuldades do clube em momentos decisivos, por outro a atuação se mostrou promissora. Foi uma bela mostra da equipe de Thomas Frank, por mais que não tenha sido contra um PSG em velocidade máxima. Os Spurs contam com boas peças, mesmo com a lesão de James Maddison e a venda de Son Heung-min. A defesa, em especial, tem condições de tornar os londrinos bem mais competitivos. Foi o que se viu na Supercopa, com um ótimo encaixe na marcação e uma bola parada fatal. Faltou conseguir segurar a pressão quando os favoritos partiram para cima, mas nada que surja como um sinal de alerta ou de preocupação.
- Dayro Moreno é o remanescente da inigualável glória do Once Caldas que ainda resiste em campo. O atacante tinha apenas 18 anos quando participou da conquista da Libertadores de 2004. Durante os mata-matas, foi reserva em todos os jogos fora de casa, mas assumia a titularidade diante da torcida em Manizales e pôde erguer a taça. Às vésperas de completar 40 anos, entre idas e vindas, Moreno enverga a camisa do Once Caldas na quinta e provavelmente última passagem pelo clube. E enquanto ostenta o recorde de gols na história do Campeonato Colombiano (com 251 tentos distribuídos por seis clubes diferentes), ele ainda apronta das suas além das fronteiras. O Once Caldas venceu o jogo de ida contra o Huracán, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana. O único gol dos Albos em casa foi da lenda, em cobrança de pênalti. Mesmo há mais de 20 anos em destaque no continente, esta é a campanha mais letal do veterano em torneios da Conmebol: soma seis gols e duas assistências até o momento. Juntando todas as participações anteriores, tinha apenas 14 gols em 47 aparições – nenhum deles naquelas noites malucas de 2004. Máximo goleador da Sula até aqui (empatado com Ismael Díaz, da Universidad Católica do Equador), Moreno já foi sete vezes artilheiro do Colombiano e uma do Mexicano.
- Giovanni Leoni brilhou pelo Parma e era desejado por muitos clubes italianos, mas acabou no Liverpool. O jogador, de apenas 18 anos, chega por € 31 milhões, com outros € 4 milhões em cláusulas adicionais e o Parma mantendo 10% de cláusula de revenda. Os Reds precisavam de reforços na defesa e levam um dos mais promissores do futebol italiano por um preço bem interessante. Chega para ganhar experiência e ser uma opção aos titulares.
- Fora das grandes ligas nacionais da Europa ou de um clube com projeção internacional, Rômulo fez uma ótima temporada 2024/25 que passou abaixo do radar de muita gente. Não do RB Leipzig. O centroavante brasileiro de 23 anos, formado pelo Athletico Paranaense, é uma grata surpresa no mercado dos Touros Vermelhos, em especial porque vem como potencial reposição após a venda de Benjamin Sesko para o Manchester United. Será ao menos testado na Red Bull Arena, em faixa do campo na qual terá as companhias de Loïs Openda e de André Silva, este de volta após empréstimo ao Werder Bremen. Além da grande oportunidade para o jovem, os €20 milhões pagos pelo Leipzig também referendam a confiança do clube. As principais lembranças sobre Rômulo no Brasil são mesmo pelo Furacão, reserva do time finalista da Libertadores em 2022 e sem números tão impactantes – fez só um gol em 45 aparições pelo Brasileirão. Sua chavinha virou quando se mudou à Turquia há uma temporada e meia, para defender o Göztepe. Sua segunda metade na temporada 2023/24 foi boa, mas conseguiu melhorar na Süper Lig passada, com 13 gols e nove assistências em 29 partidas. Ainda fez uma tripleta contra o Besiktas nas quartas de final da Copa da Turquia, outro jogo que elevou seu moral. Na liga, foram dois gols e quatro assistências contra o trio de ferro.
- Se na edição de terça falamos sobre os classificados à última fase qualificatória da Champions League, esta quinta-feira completou os jogos de volta na Liga Europa. A história mais singular é do Lincoln Red Imps, de Gibraltar, que eliminou os armênios do Noah. Com a vaga, os gibraltinos ficam a dois jogos da fase principal da Liga Europa, mas mesmo se forem eliminados jogarão a fase de liga da Conference. É a segunda vez que estarão no estágio principal de um torneio da Uefa, após estrearem na Conference 2021/22. O KuPS, algoz do RFS Riga, disputará a fase principal de um torneio continental pela primeira vez em sua história – os finlandeses somam 18 aparições além das fronteiras, terceira maior marca em seu país. Os noruegueses do Brann (desde 2007/08) e os holandeses do Utrecht (desde 2010/11) são outros que voltarão após longa ausência.
- A classificação de maior peso na Liga Europa foi conquistada pelo Panathinaikos. Empatou as duas por 0 a 0 contra o Shakhtar Donetsk, avançando nos pênaltis em duelo realizado na Polônia. Outro grego a se dar bem foi o PAOK, que dependeu da prorrogação para fazer 1 a 0 sobre o Wolfsberger na viagem à Áustria. Já o Rijeka tinha perdido na Croácia para o Shelbourne por 2 a 1 e conseguiu a reviravolta na Irlanda, com os 3 a 1 assegurados por um gol aos 45 do segundo tempo.
- Os playoffs da Liga Europa terão 12 jogos: Maccabi Tel Aviv x Dynamo Kiev, Shkëndija x Ludogorets, Slovan Bratislava x Young Boys, Malmö x Sigma Olomouc, Panathinaikos x Samsunspor, Aberdeen x FCSB, Lech Poznan x Genk, Midtjylland x KuPS, Lincoln Red Imps x Braga, Zrinjski Mostar x Utrecht, Brann x AEK Larnaca e Rijeka x PAOK. Os vencedores jogarão a fase de liga e os perdedores serão realocados para a Conference.
- A terceira fase da Conference League nos brinda com uma das maiores histórias do futebol de San Marino em todos os tempos. O Virtus, atual campeão nacional, teve seu caminho facilitado nas etapas anteriores da competição. Eliminado da Champions pelo Zrinjski Mostar, o time pegou o chapéu ao ser repescado à segunda fase da Conference, para que oito times chegassem à etapa posterior da Rota dos Campeões. Então, o Virtus fez por merecer a chance diante do Milsami Orhei. Até perdeu a ida por 3 a 2 em Chisinau, mas despachou o campeão de Moldova no reencontro em Serravalle. Para delírio de 322 pessoas nas arquibancadas, os samarineses ganharam por 3 a 0. Nunca um time de San Marino tinha chegado à última fase qualificatória de uma copa europeia. O Virtus está agora a dois jogos da fase de liga da Conference. Além disso, é apenas a quarta vez (em 61 participações, distribuídas desde 2001/02) que um clube do país registra uma classificação em fases preliminares dos torneios continentais. Também é o maior placar aplicado por um samarinês em certames da Uefa, igualando o Tre Fiori 3x0 Bala Town na Champions 2018/19.
- Nenhuma zebra se iguala ao Virtus, mas o Differdange merece aplausos. O campeão de Luxemburgo conseguiu um pequeno milagre contra o Levadia Tallinn. Após a derrota por 3 a 2 em casa, os luxemburgueses fizeram um gol aos 44 do segundo tempo para forçar a prorrogação na volta na Estônia. No tempo extra, fecharam a contagem por 3 a 1, após ainda cederem o empate. O veteraníssimo goleiro Felipe foi titular. Outro a fazer bonito foi o Dinamo City, da Albânia, que deixou pelo caminho o tradicional Hajduk Split com a vitória por 3 a 1 na prorrogação em Tirana. Ainda teve o milagre do Brondby, que havia perdido na Islândia por 3 a 0, mas conseguiu eliminar o Víkingur Reykjavík ao ganhar por 4 a 0 na Dinamarca - mesmo com um jogador expulso aos 18 do primeiro tempo. Já a Universitatea Craiova tomou sufoco: após os 3 a 0 sobre o Spartak Trnava na Romênia, perdeu por 4 a 1 na Eslováquia, mas anotou dois gols na prorrogação e passou com a derrota final por 4 a 3. Risco parecido correu o Hibernian, que fez 2 a 0 no Partizan em Belgrado e perdeu por 3 a 1 em Edimburgo, mas avançou ao descontar para 3 a 1 no tempo extra.
- A rodada da Conference serviu para encerrar a temporada continental para alguns clubes tradicionais: Dundee United, Hajduk Split, Sheriff Tiraspol, AIK, Spartak Trnava, Partizan, Austria Viena e Hammarby entre eles.
- Já a última fase qualificatória da Conference terá 24 partidas, incluindo a entrada dos representantes das principais ligas nacionais da Europa. A Rota dos Campeões conta com cinco duelos: Hamrun Spartans x RFS Riga, Shelbourne x Linfield, Breidablik x Virtus, Drita x Differdange e Olimpija Ljubljana x Noah. Já na Roda da Liga são 19 embates: Strasbourg x Brondby, Jagiellonia x Dinamo City, Shakhtar x Servette, Anderlecht x AEK Atenas, Istambul Basaksehir x Universitatea Craiova, Crystal Palace x Fredrikstad, Celje x Banik Ostrava, Rakow Czestochowa x Arda, Hibernian x Legia Varsóvia, Levski Sofia x AZ, Polissya Zhytomyr x Fiorentina, Gyori x Rapid Viena, Neman Grodno x Rayo Vallecano, Lausanne x Besiktas, Santa Clara x Shamrock Rovers, Rosenborg x Mainz 05, Sparta Praga x Riga FC, Häcken x Cluj e Wolfsberger x Omonia.
- A Copa da Liga Inglesa começou nesta semana, sem a participação dos clubes da Premier League, mas com bons jogos. O Wrexham adicionou mais um capítulo ao seu conto de fadas. Os galeses perdiam para o Hull City em casa, por dois gols de diferença, até os acréscimos do segundo tempo. O ídolo Ollie Palmer fez dois gols, aos 46 e aos 47, para arrancar o miraculoso empate por 3 a 3. Nos pênaltis, a equipe recém-promovida à Championship passou. Muitos times surpreenderam adversários de divisões superiores, com destaque ao Bromley, da quarta divisão, que nos pênaltis eliminou o Ipswich Town, rebaixado da elite na temporada passada. Menções honrosas também aos 4 a 0 do Doncaster sobre o Middlesbrough, os 2 a 1 do Bradford diante do Blackburn, o triunfo nos pênaltis do Huddersfield contra o Leicester e o Plymouth despachando o QPR por 3 a 2. Por fim, vale citar o anedótico triunfo do Southampton por 1 a 0 sobre o Northampton.
- O Milan confirmou mais uma contratação: Zachary Athekame, do Young Boys. O lateral direito de 20 anos chega por € 10 milhões e é mais uma aposta do clube em buscar jogadores em mercados menos badalados, depois de Ardon Jashari, que chegou Brugge. O time do técnico Massimiliano Allegri aposta em uma base mais jovem para seguir adiante.
Até a próxima semana!