Guia Meiocampo da Serie A 2025/26
Depois de La Liga, Premier League e Bundesliga, fechamos a sequência de guias da temporada com a Serie A, o Campeonato Italiano, que começa neste sábado
Newsletter Meiocampo - 22 de agosto de 2025
Os nossos tradicionais guias de campeonatos europeus estrearam com a marca Meiocampo nesta temporada, retomando algo que sempre nos marcou. Começamos por La Liga, passamos pela Premier League, chegamos à Bundesliga e fechamos com a última das grandes ligas a estrear: a Itália. Trazemos uma análise de cada um dos 20 clubes da Serie A 2025/26, com informações, histórias, destaques e curiosidades dos clubes italianos. Esperamos que gostem!
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Guia Meiocampo da Serie A 2025/26
Por Felipe Lobo
A era de domínio da Juventus ficou para trás, e a Serie A se tornou uma das ligas mais abertas e imprevisíveis da Europa. Com múltiplos campeões recentes, uma acirrada disputa por vagas europeias e a crescente influência de investidores norte-americanos, a competitividade voltou com força.
A temporada promete uma batalha de 'maestros' no banco, e as perguntas são muitas: o Napoli de Conte consegue o bicampeonato? O Milan de Allegri e Modric pode sonhar alto? A Juventus, sob o comando efetivo de Igor Tudor, encontrará a estabilidade para voltar ao topo? E o que esperar da Inter, da Roma de Gasperini, da Lazio de Sarri e da Fiorentina de Pioli?
Mas a emoção vai além do topo da tabela. A riqueza de histórias se espalha pela liga, com campeões do mundo de 2006 como Grosso e Gilardino no papel de técnicos e uma tensa briga contra o rebaixamento, que conta com o retorno histórico do Pisa. Para entender o que esperar de cada time, preparamos o guia clube a clube da Serie A 2025/26.
Napoli
Posição na última temporada: 1º
Técnico: Antonio Conte
Principais reforços: Kevin De Bruyne (Manchester City), Sam Beukema (Bologna), Noa Lang (PSV), Miguel Gutierrez (Girona), Vanja Milinkovic-Savic (Torino), Lorenzo Lucca (Udinese)Luca Marianucci (Empoli)
Principais saídas: Victor Osimhen (Galatasaray), Giacomo Raspadori (Atlético de Madrid), Nathan (Betis), Elia Caprile (Cagliari), Gianluca Gaetano (Cagliari), Jesper Lidstrom (Wolfsburg), Jens Cajuste (Ipswich), Cyrol Ngonge (Torino), Giovanni Simeone (Torino)
Principais jogadores: Scott McTominay, Frank Anguissa, Kevin De Bruyne, Romelu Lukaku, Alex Meret, Alessandro Buongiorno
O Napoli inicia a temporada defendendo o título e novamente como um dos grandes favoritos. A confiança vem da manutenção de seus principais jogadores e, principalmente, do técnico Antonio Conte, que permaneceu no clube após semanas de especulação. Depois de conquistar o quarto scudetto de sua história, o desafio agora é dobrado: conciliar a Serie A com as competições europeias, ausentes na campanha vitoriosa. Para isso, a equipe conta com o excelente trabalho de Conte, um dos melhores técnicos da Itália, além da manutenção da base e de reforços pontuais.
A grande estrela da campanha foi Scott McTominay, eleito o melhor jogador da Serie A. Em uma temporada dos sonhos, o escocês finalmente replicou no clube o desempenho da seleção, atuando mais avançado e marcando gols decisivos. Torcendo para ter menos problemas com lesões, a base sólida do time se apoia em Alex Meret no gol, Alessandro Buongiorno na defesa (que foi um dos melhores da posição, apesar das contusões), Frank Anguissa como pilar no meio-campo e a eficiência de Romelu Lukaku no ataque.
Para a nova temporada, Conte recebeu um reforço de peso: Kevin De Bruyne. O elenco ganhou ainda mais opções, como o habilidoso ponta Noa Lang (ex-PSV) e o centroavante Lorenzo Lucca. A pré-temporada, no entanto, trouxe um grande problema: uma lesão tirará Lukaku de combate por cerca de três meses, o que pode forçar o clube a voltar ao mercado. Apesar do contratempo, o Napoli larga como forte candidato e tem elenco e técnico para buscar o bicampeonato.
Internazionale
Posição na última temporada: 2⁰
Técnico: Cristian Chivu
Principais reforços: Luis Henrique (Olympique de Marseille), Petar Sucic (Dinamo Zagreb), Ange-Yoan Bonny (Parma)
Principais saídas: Nicola Zalewski (Atalanta), Marko Arnautovic (Estrela Vermelha), Taion Buchanan (Villarreal), Joaquin Correa (Botafogo)
Principais jogadores: Lautaro Martínez, Alessandro Bastoni, Nicolò Barella, Hakan Çalhanoglu, Yann Sommer
A temporada 2024/25 da Inter terminou de forma frustrante, culminando em uma goleada humilhante na final da Champions League. Com a saída de Simone Inzaghi para o Al Hilal, a aposta da diretoria para o comando foi arriscada: Cristian Chivu. Ídolo do clube e campeão da tríplice coroa em 2010, Chivu tem pouca experiência como técnico principal, com apenas 13 jogos pelo Parma.
O elenco, embora bom, é envelhecido e revelou fragilidades na temporada passada. As muitas lesões evidenciaram a falta de profundidade, com os substitutos não correspondendo. A equipe também sofreu uma nítida queda física na segunda metade da campanha, o que custou o título italiano e resultou na goleada na final continental, além de uma participação decepcionante no Mundial de Clubes.
A base da defesa segue forte com Bastoni e Sommer, e as alas continuam bem servidas com Dumfries e Dimarco. No meio-campo, o trio titular com Barella, Çalhanoglu e Mkhitaryan é excelente, mas sofreu com o desgaste, e os reservas Frattesi e Zielinski precisam render mais. O promissor Petar Sucic chega como nova opção. O ataque titular, com Lautaro e Thuram, é ótimo, mas as opções no banco foram um problema. Com a saída de Arnautovic, chegaram Luis Henrique e Ange-Yoann Bonny para compor o setor com Taremi e o jovem Pio Esposito.
Com um elenco que apresenta problemas, um técnico inexperiente e sem reforços de peso, a Inter inicia a temporada pressionada a brigar pelo título, mas aparenta estar um degrau abaixo da equipe do ano anterior.
Atalanta
Posição na última temporada: 3⁰
Técnico: Ivan Juric
Principais reforços: Nikola Krstovic (Lecce), Kalmadeen Sulemana (Southampton), Nicola Zalewski (Internazionale), Honest Ahanor (Genoa), Marco Sportiello (Milan), Odilon Kossounou (Bayer Leverkusen), Lazar Samardzic (Udinese), marco Brescianini (Frosinone)
Principais saídas: Mateo Retegui (Al-Qadsiah), Metteo Ruggeri (Atlético de Madrid), Rafael Toloi (São Paulo), Juan Cuadrado (Pisa)
Principais jogadores: Marco Carnesecchi, Giorgio Scalvini, Éderson, Ademola Lookman, Charles De Ketelaere
A Atalanta vive a melhor fase da sua história, mas encara a nova temporada sob um manto de incerteza. Após nove anos de sucesso, o técnico Gian Piero Gasperini foi para a Roma, e seu substituto, Ivan Juric, não empolga. Com um histórico explosivo e passagens ruins por Roma e Southampton, Juric tem como contraponto um trabalho sólido no Torino. O desafio será imenso: adaptar um elenco moldado por anos às ideias de Gasperini e que, para completar, sofreu perdas importantes.
No ataque, a equipe perdeu Mateo Retegui para o futebol árabe em uma venda lucrativa, mas agiu rápido e trouxe um substituto à altura, Nikola Krstovic, do Lecce. A situação de Ademola Lookman, um dos destaques da última temporada, é uma incógnita: ele manifestou o desejo de sair e pode ser negociado até o fim da janela. A saída de Matteo Ruggeri também será sentida, e o clube trouxe Honest Ahanor para a posição. Como notícia positiva, a permanência de peças-chave foi garantida: o brasileiro Éderson, Charles De Ketelaere e Lazar Samardzic, que foi contratado em definitivo e herdou a camisa 10.
Por conta da mudança radical no comando e de um elenco que ainda pode sofrer perdas, a Atalanta deve encontrar mais dificuldades para se manter no G-4 nesta temporada, especialmente considerando o fortalecimento dos concorrentes.
Juventus
Posição na última temporada: 4⁰
Técnico: Igor Tudor
Principais reforços: Francisco Conceição (Porto), Nico González (Fiorentina), Lloyd Kelly (Newcastle), Pierre Kalulu (Milan), Michele Di Gregorio (Monza), Jonathan David (Lille), João Mário (Porto)
Principais saídas: Samuel Mbangula (Werder Bremen), Timothy Weah (Olympique de Marseille), Randal Kolo Muani (PSG), Renato Veiga (Chelsea), Douglas Luiz (Nottingham Forest)
Principais jogadores: Kenan Yildiz, Francisco Conceição, Michele Di Gregorio, Bremer
A temporada da Juventus foi uma montanha-russa. A grande aposta em Thiago Motta durou pouco, com o técnico sendo demitido antes do fim do campeonato. Depois de sonhar com o retorno de Antonio Conte, a salvação veio de uma solução caseira: Igor Tudor assumiu como interino, promoveu uma recuperação notável para garantir a vaga na Champions League e conquistou sua efetivação. Agora, sob seu comando, a meta é se firmar no G-4 com mais tranquilidade e, quem sabe, brigar pelo título.
O clube garantiu a permanência de nomes que estavam emprestados, como Francisco Conceição, Pierre Kalulu e, principalmente, o goleiro Michele Di Gregorio, um dos destaques da equipe. Além disso, chegaram o lateral-direito João Mário e o centroavante Jonathan David, um reforço de peso. A situação de Randal Kolo Muani é uma novela: ele retornou ao PSG, mas os bianconeri negociam sua volta em definitivo. A grande incerteza, porém, está nas possíveis saídas para fazer caixa: Nico González foi contratado em definitivo, mas pode ser negociado, assim como Dušan Vlahović. O capitão Manuel Locatelli também é alvo do futebol saudita.
A Juventus aposta em seu talento jovem, com jogadores como Khéphren Thuram, Francisco Conceição e, principalmente, Kenan Yildiz mostrando grande potencial. Com o suporte de pilares como Di Gregorio e a adição de poder de fogo com Jonathan David (e talvez Kolo Muani), a equipe tem força para brigar na parte de cima da tabela.
Roma
Posição na última temporada: 5⁰
Técnico: Gianpiero Gasperini
Principais reforços: Wesley (Flamengo), Neil El Aynaoui (Lens), Leon Bailey (Aston Villa), Evan Ferguson (Brighton)
Principais saídas: Leandro Paredes (Boca Juniors), Eldor Shomurodov (Basaksehir), Mats Hummels (aposentadoria), Alexis Saelemaekers (Milan), Victor Nelsson (Verona)
Principais jogadores: Lorenzo Pellegrini, Gianluca Mancini, Paulo Dybala, Matias Soulé
A Roma vem de uma temporada caótica, que começou com a saída precoce de Daniele De Rossi e a subsequente demissão da CEO Lina Souloukou. O sucessor, Ivan Juric, durou apenas 12 jogos, e a missão de salvar o ano coube a um velho conhecido: Claudio Ranieri. Com uma recuperação fantástica, ele quase levou o time à Champions League antes de se aposentar novamente. Agora, a aposta para trazer estabilidade e sucesso é alta: Gian Piero Gasperini, que chega para replicar o trabalho vitorioso de nove anos na Atalanta.
No sistema ofensivo de Gasperini, nomes como Paulo Dybala têm tudo para brilhar. No meio, o recém-chegado Neil El Aynaoui (ex-Lens) se junta a Lorenzo Pellegrini, o principal articulador da equipe. Os alas ganham protagonismo, o que valoriza jogadores como Angeliño e o reforço Wesley. A grande dúvida está no ataque: Artem Dovbyk é o titular, mas pode sair. Evan Ferguson, que chegou por empréstimo, é uma boa opção, enquanto Matías Soulé vem crescendo de produção e pode se firmar como peça importante.
Apesar da aparente falta de profundidade no elenco, se Gasperini conseguir implementar ao menos parte do trabalho que o consagrou na Atalanta, a Roma entra forte na briga por uma vaga na Champions League.
Fiorentina
Posição na última temporada: 6⁰
Técnico: Stefano Pioli
Principais reforços: Edin Dzeko (Fenerbahçe), Simon Sohm (Parma), Eman Kospo (Barcelona), Jacopo Fazzini (Empoli), Nicolò Fagioli (Juventus), Albert Gudmundsson (Genoa), Robin Gosens (Union Berlim)
Principais saídas: Nicolò Zaniolo (Galatasaray), Yacine Adli (Milan), Andrea Colpani (Monza), Danilo Cataldi (Lazio)
Principais jogadores: David De Gea, Moise Kean, Luca Ranieri, Nicolò Fagioli, Albert Gudmundsson
A Fiorentina vem de uma boa temporada, na qual se consolidou na briga por vagas em competições europeias. Para 2025/26, o clube subiu a aposta no comando: saiu Raffaele Palladino e chegou o experiente Stefano Pioli, campeão italiano pelo Milan e que estava no Al-Nassr. A estratégia foi manter a base, sem perder jogadores importantes, e trazer reforços pontuais para, quem sabe, finalmente conquistar um título europeu, após duas finais e uma semifinal de Conference League nos últimos três anos.
O ataque, que já contava com Moise Kean (destaque com 19 gols na última temporada), foi reforçado com a experiência de Edin Dzeko, de 39 anos, e ainda busca o atacante Roberto Piccoli, do Cagliari. O islandês Albert Gudmundsson segue como o cérebro da equipe, municiando os alas Dodô e Robin Gosens. A aposta na continuidade do projeto é clara: o clube investiu para contratar em definitivo jogadores que se destacaram por empréstimo, como Gosens, o meia Simon Sohm, Nicolò Fagioli e o próprio Guðmundsson.
Com um elenco sólido e um técnico de peso, a expectativa é que a Fiorentina não só se mantenha na metade de cima da tabela, mas também volte a ser protagonista na Conference League.
Lazio
Posição na última temporada: 7⁰
Técnico: Maurizio Sarri
Principais reforços: Nicolò Rovella (Juventus), Nuno Tavares (Arsenal), Luca Pellegrini (Juventus), Fisayo Dele-0Bashiru (Hatayspor), Samuel Gigot (Olympique de Marseille)
Principais saídas: Leoum Tchaouna (Burnley), Nicolò Casale (Bologna),
Principais jogadores: Mattia Zaccagni, Nicolò Rovella, Mettéo Guendouzi, Taty Castellanos
Calma, você não está lendo um guia antigo: Maurizio Sarri realmente voltou à Lazio. Pouco mais de um ano após sua saída, o técnico retorna para o lugar de Marco Baroni com a missão de recolocar os biancocelesti na briga. A equipe ficou abaixo da expectativa em 2024/25, especialmente após derrapar na reta final da disputa por uma vaga na Champions. A aposta para essa retomada está na continuidade: o clube não fez grandes contratações, mas também não sofreu perdas relevantes.
O desafio de Sarri será impor seu característico jogo ofensivo sem perder o equilíbrio defensivo. Na defesa, Alessio Romagnoli é o pilar. O meio-campo conta com a solidez de Matteo Guendouzi e Nicolò Rovella, contratado em definitivo junto à Juventus. É no ataque, porém, que o time tem suas melhores peças: o capitão e camisa 10 Mattia Zaccagni é o craque que decide jogos, com Valentín Castellanos como centroavante. As opções de qualidade ainda incluem o veterano Pedro, Gustav Isaksen e Boulaye Dia, prometendo uma forte concorrência no setor.
Mesmo com poucas mudanças no elenco, a chegada de Sarri renova as esperanças do torcedor. As boas opções, principalmente no ataque, permitem sonhar com uma vaga em competições europeias. Brigar pela Champions League parece uma missão complicada pela falta de profundidade em comparação aos rivais, mas o objetivo claro é fazer uma campanha superior ao sétimo lugar da última temporada.
Milan
Posição na última temporada: 8⁰
Técnico: Massimiliano Allegri
Principais reforços: Luka Modric (Real Madrid), Ardom Jashari (Club Brugge), Samuele Ricci (Torino), Koni De Winter (Genoa), Pervis Estupiñán (Brighton), Zachary Athekame (Young Boys)
Principais saídas: Tijjani Reijnders (Manchester City), Malick Thiaw (Newcastle), Theo Hernández (Al Hilal), Noah Okafor (Leeds), Emerson Royal (Flamengo), Marco Pellegrino (Boca Juniors), Marco Sportiello (Atalanta), Luka Jovic (AEK), Alessandro Florenzi (sem clube), João Félix (Al Nassr), Tammy Abraham (Besiktas), Riccardo Sottil (Lecce), Kyle Walker (Burnley)
Principais jogadores: Mike Maigan, Fikayo Tomori, Rafael Leão, Christian Pulisic
A temporada decepcionante do Milan tornou a troca de técnico inevitável. Para comandar a equipe, o clube aposta em um velho conhecido: Massimiliano Allegri, campeão com os rossoneri em 2011. Embora seu último trabalho na Juventus tenha sido ruim, Allegri assume um time em processo de reformulação, com saídas importantes, boas chegadas e um claro foco no rejuvenescimento do elenco.
A reformulação foi profunda. A saída mais sentida será a de Tijjani Reijnders, principal jogador da equipe na última temporada. A defesa também perdeu Theo Hernández, Malick Thiaw e os dois laterais-direitos, Kyle Walker e Emerson Royal. Para repor, a aposta foi em jovens: Koni De Winter (23 anos) para a zaga, Pervis Estupiñán (27) para a lateral esquerda e Zachary Athekame (20) para a direita. O meio-campo foi reforçado com Ardon Jashari (23) e Samuele Ricci (23). Em um contraponto à juventude, a principal contratação foi o veterano Luka Modrić, de 39 anos, que chega do Real Madrid para injetar qualidade e experiência.
Em meio a tantas mudanças, Allegri terá a missão de construir o time ao redor da espinha dorsal que permaneceu: Maignan, Tomori, Youssouf Fofana, Rafael Leão e Christian Pulisic, com o centroavante Santiago Giménez iniciando sua primeira temporada completa. O objetivo é claro e inegociável: colocar o Milan de volta na Champions League. Qualquer resultado abaixo do G-4 será considerado uma decepção.
Bologna
Posição na última temporada: 9⁰
Técnico: Vinzenzo Italiano
Principais reforços: Federico Bernardeschi (Toronto FC), Ciro Immobile (Besiktas), Martin Vitík (Sparta Praga), Nicolò Casale (Lazio), Thomas Gillier (Universidad Católica), Tommaso Pobega (Milan)
Principais saídas: Dan Ndoye (Nottingham Forest), Sam Beukema (Napoli), Michel Aebischer (Pisa)
Principais jogadores: Riccardo Orsolini, Santiago Castro, Ciro Immobile
A era de ouro do Bologna, iniciada com a classificação para a Champions League sob o comando de Thiago Motta, segue dando frutos. Na última temporada, a equipe de Vincenzo Italiano foi nona na Serie A e conquistou a Copa da Itália, um título de grande relevância que garantiu vaga na Liga Europa. Para lidar com o calendário cheio, a estratégia foi adicionar experiência ao elenco.
O clube precisou lidar com as saídas de dois jogadores importantes, Dan Ndoye e Sam Beukema. Para o lugar deles, chegaram Martin Vitík (22 anos) e Nicolò Casale (27), enquanto Tommaso Pobega (26) teve seu empréstimo renovado. A grande aposta para dar um salto de qualidade, no entanto, foi na experiência: chegaram os veteranos Federico Bernardeschi (31) e Ciro Immobile (35), ambos com passagem pela seleção italiana. O jovem goleiro Thomas Gillier (21) chega como aposta para o futuro.
Com um elenco mais experiente e a manutenção de peças-chave como Riccardo Orsolini, Pobega e Remo Freuler, o Bologna tem condições de sonhar alto: a meta é se firmar na metade de cima da tabela e fazer um bom papel na Liga Europa.
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Como
Posição na última temporada: 10⁰
Técnico: Cesc Fàbregas
Principais reforços: Álvaro Morta (Milan), Jesús Rodríguez (Betis), Nicolas Kühn (Celtic), Martin Baturina (Dinamo Zagreb), Jayden Addai (AZ), Máximo Perrone (Manchester City), Álex Valle (Barcelona), Ignace Van der Brempt (Red Bull Salzburg), Jacobo Ramón (Real Madrid Castilla), Henrique Menke (Internacional), Fellipe Jack (Palmeiras)
Principais saídas: Gabriel Strefezza (Olympiacos), Alessandro Bellemo (Sampdoria), Alieu Fadera (Sassuolo), Pepe Reina (aposentadoria), Jonathan Ikoné (Fiorentina
Principais jogadores: Nico Paz, Lucas da Cunha, Sergi Roberto, Assane Diao
O Como é um caso de cinema – e não só pelas estrelas de Hollywood que frequentam a cidade. Com investidores como Thierry Henry e comandado por Cesc Fàbregas, o clube se tornou uma das sensações da Itália. Em sua primeira temporada como técnico principal, o catalão de 38 anos não só manteve o time na Serie A como o levou à metade de cima da tabela, atraindo interesse de clubes como a Inter e o Bayer Leverkusen. A fórmula do sucesso se mantém: apostar em jovens talentos de grandes centros do futebol.
O grande craque da equipe é o argentino Nico Paz. O Real Madrid optou por não exercer sua cláusula de recompra (por enquanto), e ele segue com a camisa 10. Para reforçar o ataque, o clube trouxe o experiente Álvaro Morata e o jovem ponta Jesús Rodríguez (19 anos), do Betis. A busca por um "novo Nico Paz" continua com a chegada de outros talentos, como Jacobo Ramón (20), do Real Madrid Castilla, e Álex Valle (21), da base do Barcelona.
Com a manutenção de nomes importantes como Sergi Roberto, Lucas da Cunha e Assane Diao, somados aos novos reforços, o Como se firma como um candidato a repetir a boa campanha e, quem sabe, sonhar com uma vaga em competições europeias.
Torino
Posição na última temporada: 11⁰
Técnico: Marco Baroni
Principais reforços: Zakaria Aboukhlal (Toulouse), Franco Israel (Sporting), Marcus Pedersen (Feyenoord), Cyril Ngonge (Napoli), Giovanni Simeone (Napoli), Cristiano Biraghi (Fiorentina), Ardian Ismajli (Empoli), Tino Anjorin (Empoli)
Principais saídas: Samuele Ricci (Milan), Vanja Milinkovic-Savic (Napoli), Elif Elmas (RB Leipzig)
Principais jogadores: Cristiano Biraghi, Saúl Coco, Nikola Vlasic, Cesare Casadei, Che Adams
Apesar de ser um dos clubes mais tradicionais da Itália, o Torino vive uma longa pasmaceira. Desde que voltou à primeira divisão, o melhor que os granata conseguiram foi um sétimo lugar. O técnico Marco Baroni chega da Lazio com a missão de dar um salto de qualidade na equipe, mas o desafio é enorme: ele precisará fazer isso após a saída de dois dos principais jogadores do elenco.
As perdas para a nova temporada são sentidas: saíram o goleiro titular Vanja Milinković-Savić e Samuele Ricci, o coração do meio-campo. Para suprir a ausência de Ricci, Cesare Casadei deve ganhar mais espaço. Os principais reforços foram para o ataque, com as chegadas de Zakaria Aboukhlal, Cyril Ngonge e Giovanni Simeone. Chegaram também o goleiro Franco Israel para disputar a posição e o meia Marcus Pedersen. A grande incógnita é Duván Zapata: após uma lesão grave, sua volta adiciona concorrência e a possibilidade tática de atuar com dois centroavantes.
A meta de ficar na metade de cima da tabela e beliscar uma vaga europeia parece ingrata. Com as mudanças, a tendência é que o Torino permaneça, mais uma vez, no meio do caminho.
Udinese
Posição na última temporada: 12⁰
Técnico: Kosta Runjaic
Principais reforços: Lennon Miller (Motherwell), Jakub Piotrowski (Ludogorets), Saba Goglichidze (Empoli), Alessandro Nunziante (Benevento)
Principais saídas: Lorenzo Lucca (Napoli), Florian Thauvin (Lens), Jaka Bijol (Leeds)
Principais jogadores: Arthur Atta, Oumar Soulet, Sandi Lovrić, Jürgen Ekkelenkamp
A Udinese passou a última temporada em uma posição segura, no meio da tabela, sem correr riscos de rebaixamento. A realidade atual contrasta com o passado, quando os Friulani brigavam por vagas europeias e chegaram à Champions League em 2012/13. Desde então, o clube não termina acima do 12º lugar. Diante deste histórico, a missão do técnico Kosta Runjaić é clara: manter o time longe da zona de perigo.
Na defesa, o time perdeu o zagueiro Jaka Bijol, mas manteve seu parceiro Oumar Soulet, destaque da última temporada. O meio-campo também preserva sua base com Jurgen Karlström, Sandi Lovrić e Arthur Atta. O grande desafio será o ataque, que precisa encontrar uma nova fonte de gols após a saída do artilheiro Lorenzo Lucca (12 gols). Para a criação, a perda de Florian Thauvin será sentida, mas a esperança recai sobre o jovem Simone Pafundi, de 19 anos. O meia de 1,66m jogou pouco na última temporada, mas deve ganhar mais minutos e responsabilidade. Talento não lhe falta: ele é da seleção sub-21 e já foi convocado para a equipe principal por Roberto Mancini aos 16 anos.
Ficar no meio da tabela, distante do rebaixamento, pode não ser um sonho, mas é um pão quentinho de manhã na padaria – o que, convenhamos, é muito bom.
Genoa
Posição na última temporada: 13⁰
Técnico: Patrick Vieira
Principais reforços: Valentín Carboni (Internazionale), Nicolae Stanciu (Damac), Albert Gronbaek (Rennes), Leo Ostigard (Rennes), Lorenzo Colombo (Milan)
Principais saídas: Koni De Winter (Milan), Honest Ahanor (Atalanta), Fabio Miretti (Juventus), Mattia Bani (Palermo), Andrea Pinamonti (Sassuolo), Milan Badelj (aposentadoria), Mario Balotelli (sem clube), Jean Onana (Besiktas)
Principais jogadores: Johan Vásquez, Nicola Leali, Morten Frendrup, Aarón Martín e Ruslan Malinovskyi
Após chegar no meio da temporada passada e ter seu nome cogitado na Inter, Patrick Vieira permaneceu no Genoa para comandar uma campanha satisfatória de meio de tabela. O histórico recente do clube mostra a dimensão do desafio: nas últimas 10 temporadas, sempre figurou na metade de baixo, incluindo um rebaixamento em 2021/22. Com orçamento restrito e um elenco modesto, a missão é clara e dupla: primeiro, não cair; segundo, sequer correr riscos.
O elenco passou por uma grande reformulação. A defesa perdeu peças importantes como Koni De Winter e Mattia Bani, além do promissor lateral Honest Ahanor, recebendo apenas Leo Ostigard por empréstimo. O meio-campo foi ainda mais desmontado com as saídas de Fabio Miretti, Jean Onana e a aposentadoria de Milan Badelj, sendo reforçado pelos meias ofensivos Valentín Carboni, Albert Gronbaek e Nicolae Stanciu. No ataque, o artilheiro Andrea Pinamonti (10 gols) retornou ao Sassuolo, e a aposta para substituí-lo é Lorenzo Colombo, que chega por empréstimo do Milan sem nunca ter atingido a marca de 10 gols em uma temporada.
Diante de um cenário pouco animador, a esperança recai sobre o talento de Ruslan Malinovskyi e na rápida adaptação dos recém-chegados. Repetir o 13º lugar da última temporada já seria um resultado para Patrick Vieira comemorar.
Verona
Posição na última temporada: 14⁰
Técnico: Paolo Zanetti
Principais reforços: Giovane (Corinthians), Unai Núñez (Celta), Enzo Ebosse (Udinese), Amir Sarr (Lyon), Cheik Niasse (Young Boys), Antoine Barnede (Lausanne-Sport), Rafik Belghali (Mechelen), Grigoris Kastanos (Salernitana), Domagoj Bradaric (Salernitana), Victor Nelsson (Galatasaray)
Principais saídas: Jackson Tchatchoua (Wolverhampton), Diego Coppola (Brighton), Daniele Ghilardi (Roma), Ondrej Duda (Al-Ettifaq), Casper Tengstedt (Feyenoord)
Principais jogadores: Tomas Suslov, Daniel Mosquera, Lorenzo Montipò, Suat Serdar
Quando se fala em "Presidio" na Itália, o assunto pode ser policial, mas no caso do Verona, trata-se dos donos do clube: a Presidio Investors, uma das muitas empresas de equity americanas no futebol europeu. A meta parece ser o "break even" financeiro, o que, em termos esportivos, se traduz em um único objetivo: não ser rebaixado. A missão do técnico Paolo Zanetti é repetir o feito da última temporada, mas desta vez sem vários de seus principais jogadores e sem reposição à altura.
O desmanche foi grande: os zagueiros Diego Coppola e Daniele Ghilardi, o meia Ondrej Duda e o lateral Jackson Tchatchoua, todos importantes, foram vendidos. Para piorar, o camisa 10 e principal esperança da equipe, Tomáš Suslov, sofreu uma lesão grave e só volta em 2026. O ataque, que já era um problema, perdeu seu artilheiro Casper Tengstedt. A aposta para os gols é o jovem Giovani (ex-Corinthians), que prometeu marcar de 10 a 15 vezes, mas tem apenas três gols na carreira. Com reforços modestos, a responsabilidade recai também sobre Daniel Mosquera, que fez apenas cinco gols na última temporada.
O histórico recente, com dois rebaixamentos e várias brigas contra o descenso nos últimos 10 anos, prepara o torcedor para o que virá. O Verona entra na temporada, mais uma vez, como um dos favoritos a cair, e a luta pela sobrevivência deve se estender até as últimas rodadas.
Cagliari
Posição na última temporada: 15⁰
Técnico: Fabio Pisacane
Principais reforços: Roberto Piccoli (Atalanta), Elia Caprile (Napoli), Gianluca Gaetano (Napoli), Michel Adopo (Atalanta), Samih Kilicsoy (Besiktas), Gennato Borreli (Brescia), Sebastiano Esposito (Internazionale), Luca Mazzitelli (Como)
Principais saídas: Nadir Zortea (Bologna), Razvan Marin (AEK), Antoine Makombou (Samsunspor), Pantelis Hatzidiakos (Kobenhavn), Simone Scuffet (Pisa), Tommaso Augello (Palermo), José Luis Palomino (Talleres), Florine Coman (Al-Gharafa)
Principais jogadores: Elia Caprile, Sebastiano Luperto, Roberto Piccoli, Yerry Mina
A Sardenha é famosa por suas praias, mas sua verdadeira identidade está nas mais de 7 mil nuraghi, antigas torres de pedra que simbolizam a resiliência de uma civilização de 3.500 anos. É justamente com esse espírito que o Cagliari precisa encarar a Serie A 2025/26. Figurante constante na parte de baixo da tabela, escapar do rebaixamento é, mais uma vez, tudo que os Rossoblu podem almejar.
Para comandar essa missão, a aposta foi arriscada: no lugar de Davide Nicola, chegou Fabio Pisacane, de 39 anos, em seu primeiro trabalho como técnico principal após vencer a Copa da Itália Primavera na base. A estratégia do clube acompanha a do treinador: apostar na juventude. Chegaram o goleiro Elia Caprile (23), os meias Gianluca Gaetano (25) e Michael Folorunsho (27), além da aposta em um batalhão de jovens como o zagueiro Nicola Pintus (20), o lateral Riyad Idrissi (20), o ponta Alessandro Vinciguerra (20), todos formados em casa, o centroavante turco Semih Kiliçsoy (20) e Sebastiano Esposito (23), emprestado pela Inter.
Essa juventude será amparada pela base experiente que permaneceu, com os zagueiros Sebastiano Luperto e Yerry Mina, o meia Michel Adopo e o veterano Leonardo Pavoletti (36). A situação de Roberto Piccoli, que pode sair, deixaria o ataque ainda mais dependente do jovem Kılıçsoy. Com um técnico novato e um elenco em reformulação, a luta pela sobrevivência será, como as antigas torres da Sardenha, um teste de resistência.
Parma
Posição na última temporada: 16⁰
Técnico: Carlos Cuesta
Principais reforços: Matija Frigan (Westerlo), Christian Ordóñez (Vélez Sarsfield), Oliver Sorensen (Midjylland), Mariano Troilo (Belgrano), Abdoulaye Ndiaye (Troyes)
Principais saídas: Giovanni Leoni (Liverpool), Ange-Yoann Bonny (Internazionale), Simon Sohm (Fiorentina), Dennis Man (PSV), Valentin Mihaila (Rizespor), Matteo Cancellieri (Lazio), Alessandro Vogliacco (Genoa)
Principais jogadores: Adrian Bernabé, Mateo Pellegrino, Zion Suzuki, Enrico Delprato
O Parma rondou a zona de rebaixamento na temporada passada e entra no novo ano com a mesma missão: evitar a queda. Para comandar a equipe, o clube repete a aposta em um técnico jovem e promissor: saiu Cristian Chivu (que foi para a Inter) e chegou Carlos Cuesta, de apenas 30 anos, ex-assistente de Mikel Arteta no Arsenal, em seu primeiro trabalho principal. O desafio de Cuesta é grande, pois o time perdeu destaques como Ange-Yoan Bonny, Giovanni Leoni e Simon Sohm, além de jogadores emprestados que retornaram aos seus clubes.
A base para o trabalho de Cuesta conta com o goleiro Zion Suzuki, o capitão Enrico Prato e o camisa 10 Adrián Bernabé. A esperança é que o centroavante Mateo Pellegrino evolua, mas a principal aposta ofensiva vem do mercado: o centroavante croata Matija Frigan (22 anos), que chega após marcar 14 gols na Bélgica. Em uma briga contra o descenso que promete ser acirrada, a permanência do Parma na elite dependerá da rápida adaptação dos reforços e da evolução dos jovens que ficaram.
Lecce
Posição na última temporada: 17⁰
Técnico: Eusebio Di Francesco
Principais reforços: Francesco Camarda (Milan), Riccardo Sottil (Milan), Christ-Owen Kouassi (Laval)
Principais saídas: Nikola Krstovic (Atalanta), Federico Baschirotto (Cremonese), Ante Rebic (Hajduk Split)
Principais jogadores: Francesco Camarda, Kialonda Gaspar, Wladimiro Falcone, Antonino Gallo
Para um time que escapou do rebaixamento na última rodada, a aposta em Eusebio Di Francesco, técnico rebaixado em seus dois últimos trabalhos na Serie A, não inspira confiança. Famoso por montar equipes que jogam bem mas perdem muito, ele terá que corrigir os péssimos números da temporada passada: apenas oito vitórias, 27 gols marcados e 58 sofridos. Para piorar o cenário, o clube perdeu Nikola Krstović, atacante envolvido em quase 60% dos gols da equipe (11 gols e 5 assistências).
A aposta para substituir o artilheiro é arriscadíssima e resume a temporada do clube: o promissor Francesco Camarda, de apenas 17 anos, que chega por empréstimo do Milan. A equipe também perdeu o capitão Federico Baschirotto, repondo com Jamil Siebert. Para o ataque, chega Riccardo Sottil, que não teve sucesso no Milan, e os jovens Olaf Gorter e Niko Kovac sobem da base para compor o elenco.
O Lecce começa a temporada como um dos mais fortes candidatos ao rebaixamento. O sucesso improvável da equipe dependerá quase que inteiramente do desempenho de um garoto de 17 anos, tornando a jornada de Camarda a principal história a ser acompanhada no clube.
Sassuolo
Posição na última temporada: Campeão da Serie B
Técnico: Fabio Grosso
Principais reforços: Andrea Pinamonti (Genoa), Ismaël Koné (Rennes), Jay Idzes (Venezia)
Principais saídas: Jeremy Toljan (Levante), Horatiu Moldovan (Oviedo), Luca Mazzitelli (Cagliari)
Principais jogadores: Domenico Berardi, Armand Laurienté, Andrea Pinamonti
Após uma queda surpreendente, o Sassuolo se recuperou de imediato com um título tranquilo na Serie B. Embora a primeira meta de qualquer time que sobe seja a permanência, os neroverdi têm condições de ir além e buscar o meio da tabela sem sustos. O otimismo se justifica pela manutenção de uma base forte, boas contratações e o trabalho consolidado do técnico Fabio Grosso, que cumpriu com louvor a missão de levar a equipe de volta à elite.
A força da equipe começa em seus talentos estabelecidos: Domenico Berardi segue como a estrela (13 assistências na Serie B), bem acompanhado por Kristian Thorstvedt na criação. O artilheiro foi Armand Laurienté, com 18 gols, e a excelente notícia é o retorno de Andrea Pinamonti após empréstimo ao Genoa, dando ao time a referência que faltava no ataque. O elenco é encorpado por bons coadjuvantes da campanha do acesso, como Samuele Mulattieri e Nicholas Pierini, e reforçado com as chegadas de Ismaël Koné para o meio-campo e as apostas Tarik Muharemovic e Jay Idzes.
O Sassuolo tem qualidade para uma temporada tranquila no meio da tabela, podendo até sonhar com a metade de cima se as peças se encaixarem. O objetivo é claro: retomar o posto de uma das equipes mais interessantes da Serie A, como nos tempos de Roberto De Zerbi.
Pisa
Posição na última temporada: 2⁰ na Serie B
Técnico: Alberto Gilardino
Principais reforços: Juan Cuadrado (Atalanta), Isak Vural (Frosinone), Simone Scuffet (Cagliari), M’Bala Nzola (Lens), Henrik Meister (Rennes), Michel Aebischer (Bologna)
Principais saídas: Giovanni Bonfanti (Atalanta), Oliver Abildghaard (Sampdoria), Leonardo Sernicola (Cremonese)
Principais jogadores: M’Bala Nzola, Juan Cuadrado, Mattéo Tramoni
Mais do que a cidade da torre inclinada, Pisa foi uma potência naval que rivalizou com Gênova e Veneza. É resgatando esse espírito de grandeza que o clube volta à Serie A após uma ausência de mais de 30 anos. Na última vez em que esteve na elite, em 1990/91, a liga permitia apenas três estrangeiros por time, e um deles era um jovem promissor chamado Diego Simeone. Desde então, o clube viveu um longo calvário em divisões inferiores até finalmente garantir o acesso.
Manter-se na elite, porém, será uma missão complicada. O time, que foi uma surpresa na Serie B, perdeu o técnico do acesso, Filippo Inzaghi, e aposta em outra lenda do futebol italiano, Alberto Gilardino. A base tem o destaque Matteo Tramoni (13 gols na campanha), mas precisava de reforços. Chegaram o goleiro Simone Scuffet, o meia Isak Vural e, para o ataque, o experiente M’Bala Nzola. Embora sejam reforços capazes, a luta pela permanência será como desafiar a gravidade. E em Pisa, a instabilidade é regra: assim como a famosa torre, outras igrejas também se inclinam devido ao solo frágil. Manter-se em pé na Serie A será o grande desafio.
Cremonese
Posição na última temporada: 4⁰ na Serie B, promovido nos playoffs
Técnico: Davide Nicola
Principais reforços: Federico Baschirotto (Lecce), Emil Audero (Palermo), Antonio Sanabria (Torino), Giuseppe Pezzella (Empoli), Jari Vandeputte (Catanzaro), Warren Bondo (Milan), Filippo Terracciano (Milan), Martín Payero (Udinese), Marco Silvestri (Empoli)
Principais saídas: Valentin Antov (Monza), Andrea Fulignati (Empoli), Luca Ravanelli (Monza)
Principais jogadores: Jari Vandeputte, Franco Vázquez, Federico Baschirotto
Em Cremona, cidade dos violinos Stradivari e berço de craques como Gianluca Vialli, a busca pela harmonia perfeita é uma tradição. Para a Cremonese, porém, o desafio é encontrar essa sintonia para quebrar um histórico de instabilidade. O clube, que passou pela Serie C na última década e só conseguiu se manter na elite por mais de um ano uma única vez em sua história (nos anos 90), retorna à Serie A após o acesso nos playoffs. Para evitar o destino de ser um time "bate-e-volta", a aposta foi em um especialista em sobrevivência: o técnico Davide Nicola.
O maestro do time na campanha do acesso, o meia Jari Vandeputte (13 assistências), foi contratado em definitivo e terá a companhia de reforços experientes, trazidos para dar mais solidez à equipe, como o zagueiro Federico Baschirotto e o atacante Antonio Sanabria. A grande esperança de gols, no entanto, recai sobre o veterano Franco Vázquez. Aos 36 anos, o ex-jogador de Palermo e Sevilla foi o artilheiro da equipe na Serie B com nove gols e sua precisão será fundamental para a Cremonese, enfim, encontrar seu lugar na elite.
PODCAST MEIOCAMPO #161
Cenas de violência tomaram conta da quarta-feira de futebol na Argentina no jogo entre Independiente e Universidad de Chile. Com muitos feriados e o jogo cancelado, há expectativa de punições graves. Na Libertadores, foram definidas as oitavas de final e o atual campeão está eliminado. Falamos sobre os duelos que definiram os classificados. Tem ainda uma prévia da Bundesliga e da Serie A, que começam neste fim de semana, com os guias do Meiocampo!
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A Newsletter Meiocampo conta com duas edições fixas semanais: às terças, exclusiva para assinantes, e às sextas, gratuita para o público em geral. Ocasionalmente, nossos assinantes também ganharão textos extras. Na última terça-feira, publicamos o Guia Meiocampo da Bundesliga, com análise dos 18 clubes, além de um giro de notícias importantes.
Giro
- Mesmo com um histórico que não o beneficia, raras vezes o futebol viveu cenas mais grotescas de selvageria nas arquibancadas quanto as ocorridas em Independiente x Universidad de Chile, pela Copa Sul-Americana. É difícil imaginar o que sairá de punição da Conmebol, que também não possui um histórico que a beneficie, mas espera-se bastante rigor sobre os dois clubes. Os torcedores de La U foram os responsáveis por vandalizar o estádio e iniciar os ataques covardes; os barras do Rojo encabeçaram as represálias e linchamentos até mais covardes, enquanto há a responsabilidade do clube como mandante. Todavia, mais do que uma estupidez presente no futebol, tamanha boçalidade é reflexo de uma sociedade doente – onde jogar bombas ou pedaços de privada em pessoas desprotegidas parece razoável para alguns, onde se vingar espancando desconhecidos com pedaços de pau parece razoável a outros. É o tipo de brutalidade que faz muita gente se afastar dos estádios, mesmo aqueles que entendem este como um episódio isolado. Porque, afinal, são muitos episódios isolados permitidos pelo despreparo e pela ingerência. (Leandro Stein)
- Os problemas são inúmeros, repetitivos: falta o mínimo de segurança e de inteligência na prevenção e na proteção; quando presente, a polícia muitas vezes incita a violência, através de uma repressão que igualmente não trata com humanidade quem está do outro lado, como foi em Avellaneda; os dirigentes lavam as mãos e escolhem seus culpados para fugir da responsabilidade; a imprensa não entende o que realmente ocorre em um estádio e tantas vezes generaliza seus discursos sobre os torcedores. A barbárie em Avellaneda ocorre num momento em que os jogos do futebol argentino reabrem suas arquibancadas às torcidas visitantes na primeira divisão, e está claro como postergar uma discussão enfática sobre o tema no país só ajudou o sucateamento, que por tabela afeta os compromissos continentais. Alguns estádios sequer têm espaços próprios para os visitantes e, por isso, acabam improvisando – o que piora tudo. Além disso, há uma redução drástica de efetivo policial ao longo dos anos, cujo entrave se evidenciou nesta quarta. Torcida única não é e nunca foi solução. (Leandro Stein)
- E claro que a Conmebol tem muita culpa no cartório, o que não será atenuado nem se expulsar La U e Independiente da Sula. Basta ver como a dureza nas penalizações contra o Colo-Colo neste ano, após as mortes de dois torcedores ocasionadas em grande parte pelo despreparo na organização da segurança no jogo contra o Fortaleza e pelo abuso da violência por parte da polícia, não serviu de nada. Na ocasião, vale lembrar, o jogo começou como se nada tivesse acontecido – quando as duas mortes, de jovens atropelados por uma viatura policial, já tinham ocorrido. Novas tragédias se anunciam há tempos nos estádios sul-americanos, e poderiam ter ocorrido nos jogos de ida das oitavas, de Montevidéu a Medellín. Enquanto tem lucros exorbitantes, a entidade ignora que os torcedores não são só números – isso quando não os trata como animais. Passou da hora de um trabalho conjunto entre Conmebol, federações, clubes e autoridades públicas para um ambiente mais seguro a muita gente comum, que doa parte de sua vida para acompanhar seus clubes na América do Sul, mas acaba sempre em risco, sobretudo como visitante. Alejandro Domínguez precisa entender que o papel de sua organização não está cumprido meramente com um serviço porco de relações públicas, como sempre acontece. (Leandro Stein)
- Avellaneda não foi apenas barbárie nesta semana: na véspera, a cidade também viveu uma das partidas mais eletrizantes da Libertadores nos últimos anos. No Cilindro imperou a emoção do futebol, com a memorável classificação do Racing diante do Peñarol. Se não foi um confronto isento de violência, como se viu na repressão policial em Montevidéu, a festa tomou conta das arquibancadas no reencontro. A Academia precisava responder à derrota por 1 a 0 na ida e outras tantas dificuldades se desenharam na volta. Maravilla Martínez abriu o placar aos sete minutos, mas Nahuel Herrera empatou aos 15. Os carboneros geraram novos perigos em busca da virada, enquanto os racinguistas tiveram um gol anulado e precisaram martelar muito até o segundo, aos 38 da etapa final, em pênalti cavado (com controvérsia) e convertido por Martínez. Pois loucura maior se desatou no fim. Martínez perdeu uma chance clamorosa de completar a tripleta e o Peñarol também perdoou quando pôde empatar, parando em ótimas defesas de Gabriel Arias. E quando o Racing se preparava aos pênaltis, trocando até seu goleiro, o gol da classificação pintou no apagar das luzes, com Franco Pardo aos 49. O time de Gustavo Costas é um dos mais legais de se assistir no continente, desde o título da Sul-Americana. Brio não falta. (Leandro Stein)
- O Atlético Nacional possui dez jogadores com passagem pela seleção colombiana. David Ospina é o recordista em jogos pelos Cafeteros e permanece nas convocações. A última lista possibilitou as estreias do lateral Andrés Román e do ponta Marino Hinestroza, enquanto Mateus Uribe já disputou Copa do Mundo e só se ausentou da Data Fifa de junho por lesão. Edwin Cardona, William Tesillo, Alfredo Morelos e Marlos Moreno jogaram a Copa América no passado. Foi um investimento massivo dos Verdolagas em veteranos, que permitiu seu elenco mais tarimbado em anos e gerou dificuldades para o São Paulo, mas não a classificação. Entre os muitos gritos presos na garganta em Medellín e o heroísmo de Rafael no Morumbis, também fica para a história uma das jornadas mais infelizes de um jogador num mata-mata de Libertadores. E com toda a responsabilidade de Cardona. Não bastasse os pênaltis perdidos na ida, a expulsão tola na volta custou uma reação maior dos paisas nos minutos finais. O meia sempre teve talento, o problema é a falta de disciplina que o impediu de dar passos além. Não adianta ser cerebral se falta cérebro em momentos tão importantes. (Leandro Stein)
- O River Plate teve uma classificação culposa (sem intenção de se classificar) às quartas de final da Libertadores. Os millonarios foram inferiores nos 180 minutos contra o Libertad. Em Assunção, tomaram sustos no primeiro tempo e botaram pressão no segundo, o que não tirou o zero do placar. Já em Buenos Aires, a superioridade inicial rendeu o primeiro gol ao River, mas o Gumarelo arrancou o empate e ficou com um jogador a mais desde o início do segundo tempo, graças à expulsão infantil de Giuliano Galoppo. Os paraguaios foram para cima, mas sem aproveitar as oportunidades criadas. E bateram muito mal os penais, dando a classificação aos argentinos. Franco Armani foi o homem mais decisivo do confronto, com boas defesas nas duas partidas e um pênalti salvo na disputa final. Marcelo Gallardo tem um time repleto de medalhões, mas que oscila demais e não se impõe. Talvez seja o menos confiável dos quatro representantes argentinos classificados. Estudiantes e Vélez também possuem seus poréns, mas foram bem melhores para entender seus confrontos e administrar suas classificações. (Leandro Stein)
- A LDU fez valer sua mística continental para eliminar o atual campeão da Libertadores nas oitavas de final. Embora o Botafogo tenha se incomodado com a arbitragem pela origem do segundo gol, a partida em Quito viu uma superioridade inegável da Liga: foram 20 finalizações, muitas de fora da área, contra apenas quatro dos visitantes, limitados a esparsos contragolpes e que só despertaram nos minutos finais. O time dirigido por Tiago Nunes não era favorito no confronto, mas estava clara sua capacidade para derrubar os alvinegros. Pesou a tarimba de uma equipe que conta com remanescentes do título da Copa Sul-Americana em 2023, mas que faz tempo não brilhava tanto na Libertadores. Desde o título em 2008, esta é apenas a segunda vez que a LDU figura entre os quadrifinalistas do torneio. Curiosamente, na ocasião anterior, em 2019, também vinha de um grupo no qual deu trabalho para o Flamengo. Daquela vez, os Blancos eliminaram o Olimpia e pararam no Boca Juniors. Vão tentar causar problemas ao São Paulo. (Leandro Stein)
- As quartas de final da Copa Sul-Americana terão um representante do Equador, um da Colômbia, um da Bolívia e um do Peru. É a primeira vez que metade dos quadrifinalistas é composta por times elegíveis à antiga Copa Merconorte – que deu origem à Sula, ao lado da também extinta Mercosul. Mesmo com os recorrentes títulos equatorianos e vices colombianos desde a última década, nunca o norte do continente teve uma presença tão maciça nesta etapa. E isso depois de demonstrar competitividade desde as fases anteriores em 2025. O Independiente del Valle já virou um rival temido no continente, e encerrou nos pênaltis a fantástica história do compatriota Mushuc Runa. O Bolívar está entre os times mais organizados da região e, recorrente na Libertadores, reaparece nas quartas da Sula pela primeira vez desde o vice em 2004, ao despachar desta vez o ex-campeão Cienciano. O Alianza Lima experimenta um renascimento além das fronteiras e, ao superar a Universidad Católica do Equador, registra sua melhor campanha continental desde o triangular semifinal da Libertadores de 1978. Já o Once Caldas tem seu melhor desempenho desde 2011, ao se impor na “batalha do sul” diante do Huracán – que terminou com dois expulsos. Os brasileiros seguem como fortes candidatos pelo poderio financeiro, mas esta pode ser considerada a edição mais plural da Sul-Americana. (Leandro Stein)
- Outro atrativo da Copa Sul-Americana 2025 é a riqueza de grandes personagens. Veteranos do continente vivem campanhas que valorizam ainda mais as suas histórias. Ficará gravado, afinal, que o 1391° jogo profissional de Fábio, valendo o recorde mundial ao superar Peter Shilton, foi contra o América de Cali na Sula. E o goleiro de 44 anos continua essencial às pretensões do Fluminense, numa das melhores fases de sua interminável carreira. Quem também segue preponderante depois dos 40 é Hernán Barcos, lendário ao Alianza Lima. Aos 41, o Pirata guardou cinco gols na Libertadores e permanece implacável na Sula. Cravou a estaca no Grêmio e garantiu duas assistências contra a Católica – nesta quarta, para o golaço de Kevin Quevedo dar a virada. O artilheiro da Sul-Americana é Dayro Moreno, campeão da Libertadores de 2004 pelo Once Caldas, que fará 40 no próximo mês. Três de seus oito gols na campanha vieram durante as oitavas, dois deles no triunfo da volta, que ratificou a classificação diante do Huracán. Deu o empate e fechou a virada sob um aguaceiro em Buenos Aires, além de provocar uma expulsão dos adversários. O Atlético Mineiro vê Hulk preponderante aos 39 anos, como na agonizante virada sobre o Godoy Cruz na ida. Já o Bolívar segue em frente graças às defesas de Carlos Lampe e aos gols de Martín Cauteruccio, dois medalhões que passaram dos 38 anos de idade. (Leandro Stein)
- O Bodo/Glimt pode perder por até quatro gols de diferença que, ainda assim, terá vaga na fase de liga da Champions. É mais um degrau que os aurinegros escalam no cenário continental, depois das quartas de final na Conference 2021/22 e das semifinais na Liga Europa 2024/25. Dá até para dizer que a vaga na Liga dos Campeões demorou a se consumar para o Raio: dono de quatro dos últimos cinco títulos no Campeonato Norueguês, o clube tinha chegado duas vezes à última fase preliminar, mas sucumbiu diante de Dinamo Zagreb e Estrela Vermelha após vitórias na ida. Desta vez, os 5 a 0 sobre o Sturm Graz no Círculo Polar Ártico transmitem uma confiança imensa. É interessante notar como, nesse ciclo de sucesso, o Glimt renovou seu elenco várias vezes. Não é uma equipe que segura por tanto tempo seus destaques, embora raros tenham realmente vingado longe de Bodo – a grande exceção fica para Victor Boniface. O time atual conta com estrelas que inclusive saíram e voltaram, a exemplo do volante Patrick Berg, do ponta Jens Petter Hauge e do goleiro Nikita Haikin. O meia Ulrik Saltnes é o único protagonista que não se aventurou em outros lugares desde o inédito título nacional em 2020. Isso sem ignorar, é claro, o técnico Kjetil Knutsen – o responsável pela revolução vivida pelo Raio a partir de sua chegada ao comando, em 2018. É um treinador histórico para o futebol da Escandinávia, não apenas pela forma como renova o poderio do clube e revela jogadores, mas também pelo futebol de qualidade na construção coletiva e destemido contra qualquer oponente da Europa. (Leandro Stein)
- Se a vaga na fase de liga for confirmada, o Bodo/Glimt se tornará o terceiro clube norueguês a disputar a etapa principal da Champions – depois de Rosenborg (11 vezes, de 1995/96 a 2007/08) e Molde (uma vez, em 1999/00). O Rosenborg chegou a ser um oponente de respeito na UCL, incluindo uma aparição nas quartas de final em 1996/97, quando eliminou o Milan com uma vitória em San Siro na última rodada da fase de grupos e só caiu diante da então campeã Juventus. O período de glórias inclui vitórias notáveis sobre Real Madrid, Borussia Dortmund, Paris Saint-Germain, Valencia, Athletic Bilbao, Porto, Celtic, Blackburn, Galatasaray e outros clubes tradicionais. A realidade do futebol europeu mudou bastante desde então e dificilmente algum representante nórdico repetirá a assiduidade dos alvinegros entre os principais competidores do continente. Mas o que o Bodo/Glimt faz, dentro do cenário atual, também possui uma relevância enorme. Os aurinegros conseguem demonstrar até mais força em mata-matas, mesmo com abismos financeiros maiores. Não surpreenderá se aprontarem mais algumas nos próximos meses. (Leandro Stein)
- Os jogos de ida da fase de playoffs da Champions, a última etapa qualificatória, foram dominados pelos visitantes. O Bodo/Glimt acabou se tornando o único mandante a sair em vantagem. Na terça-feira, foram três vitórias dos forasteiros. O Club Brugge aproveitou o sono do Rangers em Glasgow para abrir 3 a 1, mesmo placar aplicado pelo Qarabag de virada sobre o Ferencváros em Budapeste. Mais surpreendente ainda foram os 2 a 1 do Pafos para cima do Estrela Vermelha em Belgrado, no que pode garantir a inédita participação do clube cipriota na Champions – o terceiro do país, depois de Apoel Nicósia e Anorthosis. Na quarta-feira ocorreram três empates: Basel 1x1 Copenhague, Celtic 0x0 Kairat e Fenerbahçe 0x0 Benfica. Os destaques ficaram para a maneira como o Benfica amarrou o jogo em Istambul e a pobreza do Celtic, vaiado pela torcida, ao tomar sufoco em Parkhead de um adversário com bem menos tarimba internacional. O Kairat é o outro potencial estreante na fase principal da Champions, o segundo cazaque depois do Astana. (Leandro Stein)
- O Arsenal tem um novo ataque: Eberechi Eze, Bukayo Saka e Viktor Gyökeres. Moveu-se rapidamente para reforçá-lo após a notícia de que Kai Havertz se machucou seriamente (de novo). E aí tem coisas que só acontecem com o Tottenham. Estava há dias negociando com o Crystal Palace e parecia próximo de fechar negócio. Isso na mesma janela em que chegou a acionar a cláusula de rescisão de Morgan Gibbs-White, que preferiu renovar com o Nottingham Forest. Pior que o chapéu tenha sido dado pelo seu grande rival. Eze será a segunda tentativa de aumentar o poder de fogo à disposição de Mikel Arteta, principalmente quando ele quiser rodar o elenco. O banco agora conta com Noni Madueke, Gabriel Martinelli, Leandro Trossard e, quando estiver recuperado, Gabriel Jesus. Nem precisa ser necessariamente assim todas as semanas. Arteta tem opções para armar o setor ofensivo de diferentes maneiras de acordo com o adversário e as necessidades. Fechando um mercado de quase € 300 milhões para tentar, finalmente, voltar a ser campeão inglês. (Bruno Bonsanti)
- Parece piada, mas o Chelsea realmente contratou mais um jogador do Brighton. E mais um atacante. Pelo menos, teve a sensibilidade de fingir que não contratou. Quem oficialmente comprou os direitos de Julio Enciso foi o consórcio BlueCo, dono de outras marcas, como o Estrasburgo, para o qual o paraguaio será alocado em um primeiro momento. Todas as matérias, porém, fazem questão de enfatizar que ele é visto como “um jogador de longo prazo” para o Chelsea. O tipo de frase que não existia antes das multipropriedades. Enciso deu bons sinais de potencial em sua primeira temporada pelo Brighton em 2022/23, mas sua progressão foi interrompida por uma séria lesão no joelho. Acabou atuando menos de 600 minutos na campanha seguinte. Chegou a ser barrado de algumas partidas no último mês de dezembro por causa de sua atitude nos treinamentos antes de ser emprestado ao Ipswich. Neste momento, se recupera de outro problema no joelho. Mas ainda tem 21 anos e muita carreira pela frente. (Bruno Bonsanti)
- Estamos começando a ter vibes de 2022 quando o Nottingham Forest contratava um jogador a cada dois dias. Mas desta vez apenas deixou a maioria dos seus negócios para o fim da janela. Depois de anunciar Arnaud Kalimuendo, James McAtee e Omari Hutchinson, o bicampeão europeu está próximo de repatriar Douglas Luiz. O volante brasileiro foi vendido pelo Aston Villa à Juventus por € 50 milhões apenas um ano atrás. Sinal do quanto não deu certo sua passagem por Turim é que, em janeiro, já se especulava que poderia sair. O Manchester City pensou em pegá-lo emprestado como uma solução emergencial para o seu meio-campo. Não deu negócio apenas porque a Juve preferia vendê-lo em definitivo ou emprestá-lo com obrigação de compra. Ele fez 27 jogos na Itália. Foi titular três vezes na Serie A. O mecanismo para acionar automaticamente a contratação em definitivo por € 30 milhões depende da quantidade de vezes que Luiz entrar em campo na próxima temporada. Não faz muito tempo que ele era um dos ótimos meio-campistas da Premier League. Tem 27 anos. Imagino que isso não deve ser problema. (Bruno Bonsanti)
- O Bayer Leverkusen esperou a publicação do Guia Meiocampo da Bundesliga 2025/26 para anunciar dois de seus principais reforços na janela: o meia Claudio Echeverri e o zagueiro Loic Badé. O “Diablito” Echeverri chega por empréstimo do Manchester City e, por potencial, pode ser o herdeiro de Florian Wirtz. Precisa ganhar mais sequência na Europa, mas as doses de habilidade demonstradas na base da seleção argentina e no River Plate são suficientes para colocá-lo como um elemento de desequilíbrio no ataque. Anteriormente, o Leverkusen havia garantido outras boas alternativas criativas com os meias Malik Tillman e Ibrahim Maza. Badé, por sua vez, vale os €25 milhões investidos como substituto de Jonathan Tah. Teve ótimos momentos no Sevilla e ganha espaço na seleção principal da França, após a prata olímpica em Paris 2024. É um jogador mais pronto que Jarrel Quansah, outra novidade na zaga dos Aspirinas. Já o desmanche do time campeão há duas temporadas se ampliou, com a venda de Amine Adli para o Bournemouth e a iminente saída de Victor Boniface para o Milan. O lucro do clube é alto, com €229,5 milhões em vendas e €141,15 reinvestidos em reforços. (Leandro Stein)
- A saída de Kevin Trapp do Eintracht Frankfurt, citada no guia, merece um olhar mais profundo por aquilo que o goleiro representa ao clube. Esta foi a segunda passagem do camisa 1 pelo Deutsche Bank Park, e que realmente o tornou uma figura histórica das Águias. Trapp passou sete temporadas como titular nesta volta, complementando as quatro primeiras de quando surgiu como um promissor arqueiro em Frankfurt. Foi herói na conquista da Liga Europa e se tornou o sétimo jogador com mais aparições pelo clube na Bundesliga, próximo das 300 partidas. Aos 35 anos, dava indícios de seu declínio, mesmo com a conquista da vaga na Champions em 2024/25. Talvez esta tenha sido a sua pior temporada desde a volta ao Eintracht. Opta pela oportunidade de retornar a Paris, onde não vingou no PSG, agora como liderança do novo projeto do Paris FC. É uma escolha também familiar, como marido da modelo brasileira Izabel Goulart. E a despedida de Trapp tende a abrir mais espaço a um jovem brasileiro, Kauã Santos, ótimo ao substituí-lo na temporada passada. O jovem de 22 anos sofreu uma lesão ligamentar em abril e permanecerá fora de ação por mais alguns meses. Contudo, a contratação de Michael Zetterer, goleiro de 30 anos que foi titular do Werder Bremen nas duas últimas temporadas, não soa como uma ameaça tão grande ao ex-rubro-negro se ele continuar em sua curva de desenvolvimento. (Leandro Stein)
- Granit Xhaka deu uma entrevista bastante interessante à imprensa suíça para explicar sua escolha pelo Sunderland. O meio-campista declarou que o clube oferece uma nova experiência importante à sua carreira, especialmente para suas pretensões de ser treinador. Para o veterano, conviver com “momentos de sofrimento e solidariedade” em busca da permanência na Premier League ajudará a moldar outro tipo de mentalidade, quando antes estava acostumado a figurar no topo da tabela. Comparou inclusive a situação do clube com seus pais, imigrantes kosovares refugiados na Suíça, pela “necessidade de recomeçar do zero”. O volante enfatizou como o Sunderland fez de tudo para contratá-lo e exaltou a atmosfera no Stadium of Light durante o retorno à Premier League. Também salientou como sua influência será mais sem a bola do que aconteceu no Bayer Leverkusen. Declarações que enfatizam a visão singular do meio-campista e o valor de sua escolha, por mais surpreendente que seja. (Leandro Stein)
- A Liga Europa realizou nesta quinta 12 partidas de ida na fase de playoffs, a sua última etapa qualificatória. Algumas goleadas encaminharam prováveis classificados: o Genk fez 5 a 1 sobre o Lech Poznan na Polônia, o Midtjylland guardou 4 a 0 no KuPS dentro da Dinamarca e o Braga passeou com os 4 a 0 sobre o Lincoln Red Imps em Gibraltar. Dentre os resultados mais apertados, destaque para o Rijeka 1x0 PAOK e para o Panathinaikos 2x1 Samsunspor, além do Aberdeen 2x2 FCSB. Enquanto os vencedores vão para a etapa principal da Liga Europa, os perdedores disputarão a fase de liga da Conference. (Leandro Stein)
- Já os 24 jogos dos playoffs da Conference garantirão ou uma vaga no torneio ou o fim da linha nas competições continentais. Teve representante de países mais fortes se complicando logo de cara. O Mainz 05 perdeu na visita ao Rosenborg por 2 a 1, o Strasbourg ficou no 0 a 0 em casa diante do Brondby e o Santa Clara perdeu em Portugal para o Shamrock Rovers por 2 a 1. O Crystal Palace não brilhou, mas fez sua parte com o 1 a 0 na Inglaterra diante do Fredrikstad, mesmo placar do Rayo Vallecano no embate como visitante diante do Neman Grodno. Só a Fiorentina, especialista em Conference, é que sobrou: 3 a 0 diante do Polissya Zhytomyr. (Leandro Stein)
- Na Rota da Liga da Conference, o maior placar se deu na Suécia, com os 7 a 2 do Häcken diante do Cluj – cinco assistências foram do ponta Amor Layouni. O técnico Dan Petrescu, cinco vezes campeão romeno pelo Cluj e em sua quarta passagem pelos grenás, pediu demissão logo depois. Outras duas surpresas se sobressaíram: os 2 a 1 do Gyor sobre o Rapid Viena na Hungria e os 2 a 1 da Universitatea Craiova ao visitar o Istambul Basaksehir na Turquia. Vale mencionar ainda os muitos empates nos duelos entre clubes tradicionais: Shakhtar 1x1 Servette, Anderlecht 1x1 AEK Atenas e Lausanne 1x1 Besiktas. Por fim, visitantes de peso se deram bem contra anfitriões de camisas igualmente pesadas no Hibernian 1x2 Legia Varsóvia e no Levski Sofia 0x2 AZ. (Leandro Stein)
- Os playoffs da Conference também têm sua Rota dos Campeões, com boas histórias a ponto de se consumar. O Hamrun Spartans pode colocar Malta pela primeira vez na fase principal de um torneio da Uefa, após a vitória em casa sobre o RFS Riga por 1 a 0. O mesmo sonho vive o Virtus, de San Marino, que tomou a virada por 2 a 1 do Breidablik na viagem à Islândia. O Noah volta para a Armênia com um ótimo 4 a 1 sobre o Olimpija Ljubljana, enquanto o Drita fez sua parte em Kosovo nos 2 a 1 sobre os luxemburgueses do Differdange. E numa freguesia repetida, o Shelbourne largou na frente do Linfield com os 3 a 1 em casa. Os dois clubes já tinham se pegado nas preliminares da Champions, com classificação dos irlandeses sobre os norte-irlandeses. (Leandro Stein).