Reflexões sobre quatro noites de Copa Libertadores
A Newsletter Meiocampo desta sexta-feira fala sobre as classificações de Palmeiras, Flamengo, Racing e LDU às semifinais da Libertadores, assim como faz um amplo giro
Newsletter Meiocampo – 26 de setembro de 2025
A Libertadores ofereceu uma semana decisiva com a grandeza inerente à competição, cheia de partidas emocionantes e boas histórias. A Newsletter Meiocampo se debruça sobre as classificações de Palmeiras, Flamengo, Racing e LDU Quito — neste caso, olhando também para a eliminação do São Paulo. No giro, mais de Copa Sul-Americana e Liga Europa, mas não só isso. Vem!
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O time que não se assusta
Por Bruno Bonsanti
Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon
Parecia fim de ciclo. Tinha cheiro de fim de ciclo. Andava como fim de ciclo. Então provavelmente era fim de ciclo e, apesar de não ser a melhor semana para dizer, talvez ainda seja, mas, se for, Abel Ferreira pretende se despedir do Palmeiras com mais uma estrelinha dourada em seu currículo.
A minha posição em relação a Abel era um pouco complicada. Se ele quisesse continuar, fazer o quê? Sou cuidadoso com ídolos. Para defender enxotá-los, preciso de casos drásticos. E por mais que houvesse problemas, alguns expostos na campanha relativamente decepcionante na Copa do Mundo de Clubes, não é que o Palmeiras havia deixado de ser competitivo.
No entanto, valia uma conversa. Um papo franco para decidir se uma separação não seria melhor para os dois. Sem animosidades, sem brigas. O fim apenas porque chegou ao fim. Confiando que Leila Pereira teria tato suficiente para conduzir uma reunião nesses termos.
É, eu sei.
A sensação de fim de ciclo não veio de alguns meses de irregularidade. O Palmeiras não teve um bom 2024 e, mesmo em 2023, foi campeão brasileiro combinando uma arrancada improvável com uma derrocada ainda mais improvável do Botafogo. Os problemas de desempenho são antigos. Se era para Abel ficar, estava claro que o elenco precisava ser reformulado. O Palmeiras aparentemente concordava porque investiu pesado em novas contratações, mas poucas delas vingaram.
Nós também somos um pouco apressados para fazer esse tipo de determinação. Especialmente após mercados volumosos - o Palmeiras trouxe 13 reforços -, é natural que nem todos explodam imediatamente e que o treinador precise de um pouco de tempo para compreendê-los. E os problemas físicos de Paulinho foram só uma grande infelicidade. Mas, por exemplo, quem sentia desespero ao ver Vitor Roque no começo do ano se movimentando como se vestisse uma camisa de força poderia achar que era outro jogador no Allianz Parque contra o River Plate.
Grande parte da imprensa sempre defendeu trabalhos longos para os treinadores. Como os dirigentes nunca a ouviram, há poucos exemplos práticos e não dominamos todas as variáveis. Os cinco anos de Abel Ferreira no Palmeiras, um unicórnio para os padrões brasileiros, mostram algumas delas, como, por exemplo, que às vezes há períodos de baixa e que eles não necessariamente duram para sempre.
O principal benefício é o controle sobre o elenco, ainda mais acentuado no caso do Palmeiras, que teve um grupo relativamente estável ao longo desses cinco anos - também incomum e que foi alvo de críticas legítimas da torcida. Abel teve todas as informações que precisava para saber quem poderia dar exatamente o quê, e, uma vantagem paralela, costas largas para por exemplo colocar Mayke de ponta direita e dar de ombros. Ou Gustavo Scarpa de ala esquerda em uma final de Libertadores.
O que ele decidiu desta vez foi unir Vitor Roque e Flaco López. Foi como se as nuvens se abrissem em um céu nublado. Roque já vinha ganhando mais confiança e, enfim, explodiu. Sua atuação contra o River Plate foi de um veterano, lembrando suas noites decisivas de Libertadores pelo Athletico Paranaense. Aliás, ele ainda tem 20 anos. E López encontrou o propósito perfeito para suas habilidades: recuando, movimentando-se pelos espaços e segurando a bola com dribles curtos e inteligência até a hora certa de dar o passe. Quem diria, um muito competente camisa 10.
Com essa sacada, o Palmeiras não virou a terceira academia, mas melhorou o bastante para fundamentar outro aspecto do trabalho de Abel Ferreira. O mais impressionante. Poucos times na história, talvez nenhum, se sentem tão confortáveis na Libertadores. Cinco semifinais em seis edições são a estatística mais chamativa, mas e o aproveitamento fora de casa? Todos aqueles estádios modestos, todas aquelas torcidas ferventes, aquelas viagens complicadas, as armadilhas que tornam a Libertadores a Libertadores: este time do Palmeiras não liga para nada disso.
Deu duas pancadas no River Plate na Argentina, ainda que uma delas tenha sido sem torcida. E se aquela história de cabeça fria e coração quente virou meme, haja frieza na cabeça para não se frustrar com o gol que sofreu no Monumental de Núñez, após ter dominado a partida inteira. Mais ainda para não se desesperar quando Maxi Salas igualou o confronto logo aos oito minutos no Allianz Parque. Continuou jogando o seu jogo, apesar de um primeiro tempo fraco. Tudo que Abel pediu no intervalo foi foco, calma e concentração.
Porque, outro benefício de ter o mesmo treinador há tanto tempo, ele sabia muito bem que era tudo que este Palmeiras precisava.
PODCAST MEIOCAMPO #171
A semana foi de definição das semifinais da Libertadores, com quatro argentinos e três brasileiros na disputa. No fim, sobraram dois brasileiros, um argentino e um equatoriano. O Flamengo sobreviveu aos pênaltis, o Palmeiras derrubou o River Plate, o São Paulo caiu para a LDU e o Racing mostrou sua força contra o Velez. Ainda tem Sul-Americana e giro pela Europa.
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São Paulo viveu a crônica da ineficiência ao cair diante da LDU
Por Felipe Lobo
Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC
Nem a noite fria e chuvosa do Morumbi foi capaz de criar o roteiro épico que o São Paulo precisava. Diante da LDU, o time tinha a missão de reverter uma derrota por 2 a 0 sofrida em Quito, mas, mais uma vez, tropeçou nas próprias pernas. Em uma atuação de volume estéril e muitos erros, não só falhou em reverter o placar como perdeu novamente, sacramentando uma eliminação justa e dolorosa.
Não se pode dizer que o São Paulo não tentou. O problema foi como tentou. O time pecou pela crônica falta de eficiência ofensiva e, para piorar, vacilou defensivamente. Em um contra-ataque nascido de um escanteio a seu favor, sofreu o gol que praticamente selou seu destino no fim do primeiro tempo. Na segunda etapa, a pressão existiu, mas nunca se converteu em um sufoco real para o adversário.
As tentativas de Hernán Crespo de mudar o cenário foram em vão. As entradas de Juan Dinenno, Maílton, Lucca e até de um Lucas Moura visivelmente fora de ritmo não surtiram efeito. Na ânsia de empurrar a LDU para o seu campo, o São Paulo é que parecia sufocado pela própria pressa e pela pilha de erros.
Com a vantagem no placar, a LDU se posicionou confortavelmente na defesa e deixou o São Paulo à beira da pane. O time brasileiro até criava uma chance ou outra, mas sem a frequência ou a contundência necessárias para criar a sensação de que o gol era inevitável. Pelo contrário: a impressão era que a bola simplesmente não entraria.
Os números ao fim do jogo ilustram o roteiro da incompetência: 75% de posse de bola, 25 finalizações e 16 escanteios para nenhum gol. A LDU, por sua vez, fez pouco ofensivamente porque não precisou de mais. Aproveitou as falhas do São Paulo na ida, foi letal na única chance que teve na volta e assistiu ao rival se afogar em sua própria inoperância.
Assim, o São Paulo segue sem alcançar uma semifinal de Libertadores desde 2016. Já a LDU, que não chegava a esta fase desde o título de 2008, avança para um duelo de campeões contra o Palmeiras, novamente como azarão.
A Crespo e seus comandados, resta juntar os cacos e reencontrar o futebol perdido para salvar a temporada no Campeonato Brasileiro. Com a folha salarial e o investimento feito em 2025, garantir uma vaga na próxima Libertadores não é apenas um objetivo: é a obrigação mínima para um clube que, mais uma vez, não conseguiu estar à altura da ocasião e da própria história.
NA EDIÇÃO ANTERIOR DA NEWSLETTER…
A Newsletter Meiocampo conta com duas edições fixas semanais: às terças, exclusiva para assinantes, e às sextas, gratuita para o público em geral. Ocasionalmente, nossos assinantes também ganharão textos extras. Nesta terça, falamos sobre as controvérsias da Bola de Ouro, a transição vivida por Pep Guardiola e muito mais sobre a rodada do final de semana.
O Flamengo avança, mas precisa ser mais copeiro
Por Leandro Stein
Foto: Gilvan de Souza/Flamengo
O Flamengo é natural candidato ao título da Copa Libertadores. Alcançou as semifinais e possui inegavelmente um dos elencos mais fortes do torneio, reflexo natural da bonança financeira vivida pelos rubro-negros nos últimos anos e que resultou em tantas conquistas. A equipe de Filipe Luís possui diversos predicados, entre a capacidade de controle das partidas e os momentos de pura intensidade. O Fla, contudo, ainda precisa se provar como um time pronto para ganhar mata-matas – talvez o grande passo que falta para se forjar como campeão da Libertadores. Por ora, a classificação diante do Estudiantes deixou interrogações, surgidas em outros momentos da temporada.
Neste momento, o Flamengo se indica como um time mais moldado para os pontos corridos. Possui um equilíbrio inegável, que não se notou em outros anos recentes dos rubro-negros. Conta com um elenco vasto para lidar com a maratona de jogos, em trocas no 11 inicial que não são necessariamente sentidas. Tem um nível de imposição contra adversários mais frágeis e uma regularidade que dificulta desperdiçar pontos bobos ao longo das rodadas do Brasileirão. Porém, tantas vezes peca em sentir a temperatura de jogos que exigem mais.
As dificuldades do Flamengo em ganhar clássicos recentes é um indício. Assim como a campanha na Copa do Brasil terminou antes do esperado, diante do prejuízo que a derrota para o Atlético Mineiro no Maracanã causou, apesar da recuperação na volta. Mesmo na Libertadores, com o posto entre os quatro melhores do continente assegurado, o Fla correu riscos desnecessários durante a fase de grupos. A classificação tranquila contra o Internacional, embora deixe claros pontos fortes do time de Filipe Luís, também se valeu do respeito excessivo demonstrado pelos colorados num momento de derretimento.
O Estudiantes foi um desafio árduo para o Flamengo nas quartas de final da Libertadores. Os pincharratas possuem alguns bons jogadores e um trabalho sólido sob as ordens de Eduardo Domínguez, mas conseguiram realmente equilibrar o confronto porque entenderam melhor as nuances das partidas e elevaram o sarrafo físico. O jogo no Maracanã teve uma vitória por 2 a 1 do Fla que soou circunstancial, num placar que poderia ter sido mais amplo. Apesar da vantagem rápida construída pelos rubro-negros, a superioridade deveria se traduzir em mais do que dois gols. Já no final, a contestável expulsão de Plata deu a fresta que os argentinos precisavam para descontar, seguindo vivos no confronto.
Em La Plata, a posse de bola ficou com o Flamengo, mas quem ditou o ritmo do duelo foi o Estudiantes. O time da casa foi melhor para moldar o jogo que lhe apetecia. Buscou mais os embates e divididas, enquanto as bolas longas causaram constantes preocupações aos cariocas. Os pincharratas fizeram por merecer o gol de Gastón Benedetti, no final do primeiro tempo, e tiveram oportunidades para mais – como no próprio tento anulado de Benedetti durante a segunda etapa.
O Flamengo passou longe de suas noites mais brilhantes na temporada. Teve a bola, mas não soluções. Pesou a partida pouco inspirada da maioria absoluta dos jogadores, quase todos abaixo do que poderiam produzir. O único que realmente merece elogios por aquilo que ofereceu ao setor ofensivo foi Saúl. O espanhol mandou uma bola na trave e tentou os lances mais agudos do time, além de ajudar bastante na defesa. Samuel Lino recebe menção por ao menos tentar fazer seu papel, não necessariamente por acertar. De resto, faltou ser mais incisivo, inclusive a Pedro e Arrascaeta. Quem veio do banco também não provocou as melhoras esperadas.
A construção de jogo do Flamengo, um dos pontos fortes com Filipe Luís, não foi bem em La Plata. Os rubro-negros conseguiam reter a bola em certos momentos, mas também erravam muitos passes e vacilavam ao tentar encontrar espaços entre as linhas do Estudiantes. Mesmo a pressão sem a bola não se encaixou tanto, com o melhor trabalho defensivo feito pela própria linha de zaga, em especial pela maneira como Léo Pereira e Alex Sandro deram solidez ao setor. De qualquer forma, o Fla ficou no limite da eliminação. Dependeu bem mais das excelentes cobranças de pênalti e da estrela de Agustín Rossi, que pegou dois tiros depois de escolher o mesmo canto em todos eles.
O Racing oferece um desafio mais difícil que o Estudiantes. É um time com um título continental recente, jogadores mais perigosos em setores-chave e um ambiente mais desafiador de se jogar na volta. O Flamengo precisará de mais para alcançar a final. Ter o talento individual que não apareceu em La Plata. Ser mais agressivo, um problema recorrente em partidas recentes. Entender melhor o que cada partida pede e como se adaptar também aos níveis de desafio. Contra os pincharratas, por exemplo, um pouco mais de intensidade física e de aceleração para concluir as jogadas no setor ofensivo poderia ter ajudado.
A diferença entre um time muito bom e um time realmente memorável está nos títulos que conquista. O Flamengo de 2025 precisa dar esse salto. O Brasileirão, apesar da concorrência no encalço, surge como um campo aberto para aquilo que Filipe Luís apresenta como virtude em sua equipe. A Libertadores deixa um pouco mais de dúvidas, com um crescimento que precisa se provar nos próximos dois (ou três) jogos. Os rubro-negros necessitam de uma adaptação maior às exigências de cada momento. Controle às vezes é bom, mas um time pelando nas horas mais intensas também resolve confrontos. É um traço copeiro que este Fla ainda precisa descobrir.
GUIA MEIOCAMPO DA CHAMPIONS LEAGUE
Saudades dos grandes guias de competições? A Newsletter Meiocampo ofereceu na última semana, para assinantes pagos, uma edição especial com o Guia da Champions League 2025/26, publicado em duas partes. Confira a primeira parte aqui e a segunda parte aqui.
Depois de 28 anos, um Racing digno de sua grandeza na Libertadores
Por Leandro Stein
Foto: Racing Club
A história do Racing na Copa Libertadores é um tanto quanto paradoxal. A Academia tem motivos para exaltar seu passado na competição, mas também para vê-lo como uma grande lacuna. É o segundo time argentino a conquistar o torneio, com a inesquecível “Equipe de José”, um dos esquadrões mais incensados da história do continente ao levantar o troféu em 1967. Ao mesmo tempo, é pouco pensar que os racinguistas possuem só uma taça, especialmente quando o rival Independiente tem sete e outros três compatriotas se colocam bem à frente. Diante da ânsia por mais, o Racing vive um dos momentos mais importantes de sua trajetória recente. Algo traduzido pela volta às semifinais da Libertadores depois de uma espera de 28 anos.
O hiato desde aquela derrota para o Sporting Cristal nas semifinais de 1997 não se mede apenas com os anos corridos, mas também com os traumas que o Racing precisou superar. O tempo por si não expressa o vazio vivido no Cilindro. É notório o ano de 1999, quando a falência da Academia foi decretada e só não se consumou por causa da torcida, após 40 mil pessoas lotarem as arquibancadas em Avellaneda para um jogo contra o Talleres que sequer aconteceu. Desde então, os racinguistas renasceram das cinzas, entre escapar da bancarrota e dos riscos de rebaixamento, para já conquistar um milagroso título do Campeonato Argentino no Apertura 2001, após 35 anos de jejum.
Se o atual século do Racing não é abastado, rendeu grandes momentos no cenário nacional. As conquistas do Campeonato Argentino em 2014 e em 2019 foram muito simbólicas, desta vez não pelas reviravoltas, mas sim pelos personagens. Diego Milito voltou como uma lenda ao Cilindro, ao garantir a primeira destas taças e se alçar depois ao próprio ambiente político do clube, quando pendurou as chuteiras. Dentro de campo, Lisandro López não teve a mesma aura do Príncipe, mas fez uma diferença tremenda para repetir a comemoração cinco anos depois. Só faltava algo a mais, além das fronteiras.
De 1998 a 2014, o Racing disputou apenas uma vez a Libertadores, em 2003. Caiu nas oitavas de final, para o América de Cali. A verdadeira reconstrução da Academia no torneio ocorreu a partir de 2015, quando a presença se tornou recorrente. Há grandes momentos, como a própria classificação diante do Flamengo nas oitavas de final de 2020. No entanto, existia uma barreira invisível aos racinguistas. Em seis participações, foram três eliminações nas oitavas e três nas quartas. O Boca Juniors foi duas vezes o algoz, mesmo distante de seus momentos mais amedrontadores. O renascimento continental precisava de outro cenário, como foi a conquista da Copa Sul-Americana de 2024.
A ocasião resgatou outra tradição copeira do Racing, primeiro campeão da extinta Supercopa em 1988, num momento em que tinha acabado de superar uma amarga estadia de duas temporadas na segundona argentina. O título inédito da Copa Sul-Americana na temporada passada juntou as duas pontas, com novos jogadores se lançando à idolatria, além de velhas lendas presentes no apoio. Diego Milito, o garoto prodígio que surgiu no incrível título de 2001 e voltou como salvador em 2014, agora é presidente. Já o treinador Gustavo Costas é um racinguista desde o útero da mãe, mascote da Equipe de José e recordista em jogos com a camisa albiceleste na era profissional. Zagueiro do time que passou pela segundona e levou a Supercopa em 1988, também era um dos técnicos (dividia o cargo com Humberto Maschio) na vitória sem bola que evitou a falência em 1999.
Não se nega que este Racing tem alma. Não atravessa temporadas tão bem sucedidas nas competições nacionais, mas impõe respeito no continente. Tem um dos melhores centroavantes em atividade na América do Sul, Maravilla Martínez, digno herdeiro de Milito e Licha López. Reúne outros tantos bons jogadores em ascensão como Gabriel Rojas, Juan Ignacio Nardoni, Santiago Sosa e Gastón Martirena. E isso sem perder de vista alguns que foram importantes em momentos anteriores do clube, sem com isso manterem lugares intocáveis como titulares – a exemplo de Gabriel Arias, Matías Zaracho e Luciano Vietto.
Os placares do Racing nas quartas de final, contra o Vélez, não foram tão elásticos. Mas, depois da controversa ida em Liniers, a Academia demarcou sua clara superioridade no reencontro desta semana em Avellaneda. O gol decisivo de Solari, aos 37 do segundo tempo, até demorou para celebrar a classificação. Apesar do goleiro Facundo Cambeses quase complicar a situação com uma falha no segundo tempo, salvando em cima da linha o que seria um frango, o que se viu foi um amasso dos racinguistas, com muito volume ofensivo e uma saraivada de finalizações contra a meta velezana.
Em 1997, o Racing foi capaz de eliminar River Plate e Peñarol, mas sucumbiu nas semifinais ao tomar a virada para o Sporting Cristal. A realidade da Libertadores é outra, 28 anos depois, e o Flamengo representa um desafio muito maior para se encarar em busca da final que não vem desde 1967. A esperança da Academia está numa equipe que, enfim, representa a grandeza do clube além das fronteiras. Os racinguistas, hoje, vivem um presente glorioso que se orgulha das histórias do passado – aquelas que terminaram com final feliz, assim como as que representaram dores para se superar.
GUIA MEIOCAMPO DA LIGA EUROPA
A Newsletter Meiocampo também publicou nesta semana, para assinantes pagos, uma edição especial com o Guia da Liga Europa 2025/26. Confira aqui.
Giro
Foto: Pedro Souza / Atlético
- A idolatria em um clube pode se construir por meio de gols e títulos, mas se faz principalmente com identificação – o que sobra a Bernard no Atlético Mineiro. O prata da casa será sempre tratado com carinho no Galo pela maneira como surgiu, pronto para ser campeão da Libertadores, mas sem negar que carregava no peito um coração alvinegro. Sua carreira teve tantos altos e baixos depois disso, o que não impediu a torcida atleticana de recebê-lo com os braços abertos novamente. O impacto de Bernard vinha sendo muito pequeno desde sua volta, às vezes até esquecido, ainda mais quando comparado à liderança de novos ídolos como Hulk e Everson. Contudo, bastou ao velho menino da base relembrar do que os sonhos são feitos, nas quartas de final da Copa Sul-Americana. O Atlético carecia do gol que determinaria a classificação amarrada contra o Bolívar em Belo Horizonte. Ele veio da cabeça do pequenino Bernard, aos 46 do segundo tempo, no lugar onde todo atleticano gostaria de estar: não só no fundo das redes, como também na garganta de toda a massa. (Leandro Stein)
- Poucas eliminações são tão amargas quanto a do Fluminense na Copa Sul-Americana. O Tricolor tinha chances reais de ser campeão, ainda mais depois do que fez no Mundial de Clubes. E se a derrota na ida para o Lanús criava uma pressão, o primeiro tempo no Maracanã viu um Flu amplamente superior, com o golaço de Canobbio e a chance de fazer até mais. O segundo tempo, contudo, pode ser considerado um desastre. E nem tanto pela reação dos grenás, que saíram com o empate por 1 a 1 graças a Dylan Aquino. Muito pior foi a postura destrutiva de Renato Gaúcho, que pareceu sabotar o time com suas substituições e contribuiu para o desmoronamento das esperanças. Diante das circunstâncias, o pedido de demissão foi até condizente, embora a entrevista coletiva posterior só pareceu disposta a terminar de implodir o ambiente. Ele não parecia mais ter vontade. Luís Zubeldía assume um time que briga por Libertadores no Brasileirão e com as semifinais da Copa do Brasil pela frente, mas precisando digerir o que foram esses 45 minutos finais no Maraca. (Leandro Stein)
- O copeirismo do Independiente del Valle garantiu uma das classificações mais inacreditáveis da Copa Sul-Americana nos últimos anos. Afinal, os 2 a 0 do Once Caldas na ida, dentro do Equador, pareciam encaminhar a classificação para as semifinais. Havia um clima de festa tremendo em Manizales para a volta, que acomodou os próprios jogadores. O IDV tinha outros planos. Se Dayro Moreno liderou os colombianos no primeiro jogo, desta vez a reação contou com as assistências de Junior Sornoza e os gols de Michael Hoyos, dois nomes conhecidos em outras empreitadas dos equatorianos. O placar de 2 a 0 foi devolvido e, nos pênaltis, o Del Valle avançou. A história de um time recente com três finais continentais, sendo dois títulos da Sula, se torna mais forte. Inspira respeito. (Leandro Stein)
- A campanha da Universidad de Chile nesta Copa Sul-Americana ficará manchada pela violência de Avellaneda, mas o time se empenha para uma volta por cima. O Alianza Lima carregava até mais expectativas sobre si, mas La U estará nas semifinais. Mesmo com os portões fechados em Santiago, a equipe fez por merecer o triunfo por 2 a 1 sobre os peruanos, com Lucas Assadi e Javier Altamirano anotando os gols. É o melhor momento dos Azules desde a virada da década passada, quando chegaram a duas semifinais de Libertadores em 2010 e 2012, bem como faturaram o título da Sul-Americana em 2011. Serve de alento a uma reconstrução que demorou a se dar após a saída de Jorge Sampaoli e dos tantos talentos daquele período, inspirados agora pelo veterano Charles Aránguiz, de volta. Pena que sem a festa que se imaginaria nas arquibancadas. (Leandro Stein)
- O principal jogo da rodada de abertura da Liga Europa teve protagonismo brasileiro, no empate por 2 a 2 entre Betis e Nottingham Forest. Antony é um grande diferencial técnico dos beticos e, por isso mesmo, a torcida ficou tão feliz com sua contratação em definitivo. Aclimatado, o ponta teve uma atuação de gala no Benito Villamarín, com a assistência para Cédric Bakambu abrir o placar e o gol que definiu o empate no final. Cada grande exibição reforça como ele se sente em casa para oferecer seu melhor. O jogo só não foi mais tranquilo ao Betis porque Igor Jesus está disposto a fazer seu nome no Forest. Depois dos dois gols na Copa da Liga, eclipsados pela eliminação contra o Swansea, o centroavante balançou as redes por duas vezes na Andaluzia. O faro de gol continua afiado, assim como seu empenho e a intensidade que imprime a cada jogo. Apesar da concorrência de Chris Wood, a Liga Europa parece uma porta aberta para ele aparecer. E ainda seria uma noite especial nas arquibancadas, com a chance dos torcedores do Nottingham Forest reviverem a experiência europeia após 30 anos. Teve até cerveja de graça, bancada por um sócio minoritário do clube. Foi o cenário perfeito e também um jogo que produziu memórias. (Leandro Stein)
- Outro brasileiro a roubar a cena na rodada da Liga Europa foi William Gomes, herói na vitória do Porto sobre o Red Bull Salzburg, com um gol já no apagar das luzes. Interessante como dois coadjuvantes no último Mundial de Clubes fizeram um duelo importante da rodada na competição secundária da Uefa. O Porto lida com um momento de renovação, mas dá indícios animadores sob as ordens de Francesco Farioli, até pelos muitos jovens que despontam no Estádio do Dragão. William Gomes é um deles. O ex-são-paulino saiu do banco no lugar de Pepê e, se não causou impacto imediato, ofereceu um escape importante na ponta direita. Foi assim que anotou seu golaço aos 48, ao cortar para o meio e encontrar uma brecha para acertar o cantinho. A ausência na Champions causa problemas aos cofres dos portistas, mas a Liga Europa estende o tapete a uma campanha marcante. (Leandro Stein)
- Dentre os times que venceram, Roma e Aston Villa cumpriram seu favoritismo nesta largada da Liga Europa. E os dois tiveram compromissos razoavelmente difíceis. A Loba visitou o Nice e desfrutou da presença ofensiva de seus defensores para ganhar por 2 a 1. Já o Villa recebeu o Bologna e garantiu o 1 a 0 muito cedo, com John McGinn, apesar de sofrer pressão no segundo tempo e ainda ver Ollie Watkins desperdiçar um pênalti. Os alemães são outros que podem corresponder bem. O Freiburg tinha um duelo duro em casa, mas demonstrou qualidade para bater o Basel por 2 a 1. Já o Stuttgart recebeu o Celta e também ganhou por 2 a 1, com direito a assistência do goleiro Alexander Nübel num lindo lançamento e depois um gol de Bilal El Khannouss, entre as melhores contratações da janela na Bundesliga. (Leandro Stein)
- Dois personagens em particular chamaram atenção nas vitórias francesas da Liga Europa. O Lille bateu o Brann por 2 a 1 com Olivier Giroud exercendo sua influência no comando de ataque, com o gol que definiu o triunfo dos Dogues na visita à Noruega. Já o Lyon anotou 1 a 0 diante do Utrecht, no Parc OL, cortesia de um petardo lançado do meio da rua pelo meio-campista Tanner Tessmann. O americano de 24 anos chegou a ser escolhido para atuar no futebol americano universitário como kicker, mas optou pelo “soccer”. A pancada desta quinta indica como força na perna não faltaria. (Leandro Stein)
- Curioso notar que, ao menos depois dessa primeira rodada, muitos clubes de fora das grandes ligas ocupam as primeiras posições na Liga Europa. O Panathinaikos é o primeiro graças aos 4 a 1 sobre o Young Boys em Berna, com tripleta de Anass Zaroury. O Dinamo Zagreb foi capaz de emplacar a vitória por 3 a 1 diante do badalado Fenerbahçe, na Croácia. Apesar do início de temporada caótico, o FCSB (o antigo Steaua) não deu mole em Bucareste e derrotou o Go Ahead Eagles por 1 a 0. Ainda teve um resultadaço do Ludogorets, que visitou a Suécia e voltou com os 2 a 1 sobre o Malmö, culminando na demissão do técnico Henrik Rydström diante da temporada abaixo da crítica dos celestes, sem mais chances de título no Campeonato Sueco – que está na reta final. (Leandro Stein)
- Com jogos picados no segundo semestre, as Copas Intercontinentais que a Fifa instituiu para substituir o antigo Mundial de Clubes anual já estão em andamento. E o Pyramids conquistou uma vitória monumental no duelo entre o campeão da África e o campeão da Ásia. O favoritismo estava no colo do Al-Ahli, com todo o poderio de investimento do futebol saudita. Édouard Mendy, Merih Demiral, Roger Ibañez, Riyad Mahrez, Franck Kessié, Enzo Millot e Galeno foram titulares dos alviverdes, com Matheus Gonçalves saindo do banco. Contudo, os egípcios asseguraram a vitória por 3 a 1, que os permite aguardar o vencedor do desafio entre os vencedores da Libertadores e da Concachampions. Se um dia confiou em jogadores brasileiros, hoje o Pyramids reúne figuras experientes do futebol egípcio e talentos de outros países africanos. O herói da noite foi o congolês Fiston Mayele, autor dos três gols. Já sob as traves, o goleiro Ahmed El-Shenawy, trazido do Zamalek em 2018, também realizou defesas decisivas. (Leandro Stein)
- Teve rodada de La Liga no meio desta semana e a manchete é que o Atlético de Madrid conseguiu ganhar um jogo. Graças a três gols de Julián Álvarez. Ele viveu o sonho de qualquer centroavante: acertar uma porrada de fora da área no ângulo do goleiro adversário com o jogo empatado a dois minutos do fim. Ainda é um trabalho em andamento esse novo time de Diego Simeone. Assim como o Real Madrid de Xabi Alonso, apesar dos 100% de aproveitamento até agora. Franco Mastantuono, garoto contratado do River Plate, está começando a se destacar, e Mbappé chegou a nove gols em sete partidas. O Barcelona teve a honra de fechar a sexta rodada do Campeonato Espanhol na última quinta-feira e precisou virar o jogo para bater o bravo Oviedo, que complicou bastante a vida dos catalães. Com um empate, o Barça está em segundo lugar, a dois pontos do Real Madrid. (Bruno Bonsanti)
- Houve poucas surpresas na terceira rodada da Copa da Liga Inglesa, a primeira que contou com os grandes. Liverpool, Manchester City, Chelsea, Newcastle, Tottenham e Arsenal se classificaram com diferentes níveis de tranquilidade, usando times mistos ou reservas. O Wolverhampton derrotou o Everton em um confronto entre clubes da Premier League. A maior zebra acabou sendo o Cardiff, da terceira divisão, eliminando o Burnley, da primeira (tecnicamente), em pleno Turf Moor. Na semana passada, o Nottingham Forest conseguiu perder para o Swansea no segundo jogo sob o comando de Ange Postecoglou e, mais importante, a jornada do Grimsby Town continuou. Após vencer o Manchester United, passou pelo Sheffield Wednesday e agora enfrentará o Brentford. (Bruno Bonsanti)
- Segundo uma matéria da Bloomberg, a Uefa mudará a maneira como vende os direitos de transmissão da Champions League para atrair mais interesse de plataformas de streaming. A ideia principal é permitir que um único interessado consiga fazer propostas por vários mercados ao mesmo tempo. Antes, isso era difícil porque cada contrato terminava em uma data diferente. A Uefa também está considerando fechar acordos mais longos do que o tradicional triênio e um novo processo pode abrir a possibilidade de, pela primeira vez na história, uma única emissora ou plataforma de streaming transmitir (pelo menos) um jogo da Champions League para o mundo inteiro. De acordo com a Bloomberg, neste momento, os direitos estão fragmentados em mais de 100 veículos. A Uefa deve abrir a licitação para as temporadas a partir de 2027 nas próximas semanas. (Bruno Bonsanti)
- Ao que tudo indica, as federações integrantes da Uefa devem votar pelo banimento de clubes e da seleção de Israel no âmbito continental. A decisão vem na esteira de um posicionamento institucional mais claro, sobretudo dos governos europeus, em prol da soberania do estado da Palestina e contra as atrocidades cometidas pelo exército israelense na Faixa de Gaza. Não é que a atitude da Uefa seja uma novidade, vide a exclusão da Rússia de suas competições desde a invasão da Ucrânia em 2022. A questão é outra: por que a entidade demorou tanto para agir, quando o genocídio na Faixa de Gaza acontece há tantos meses? Essa indagação cabe mais a cartolas do que a clubes e sobretudo a torcidas que fazem parte da Uefa, com protestos que se repetem nas arquibancadas desde a escalada dos ataques. (Leandro Stein)
- A Fifa se reuniu esta semana para tratar da proposta de fazer a Copa do Mundo de 2030 com 64 seleções. A ideia surgiu das federações sul-americanas, que tentam aumentar o número de jogos que receberão. No formato atual, estão previstos apenas um jogo em cada um dos países sul-americanos, Uruguai, Argentina e Paraguai. É uma tentativa desesperada de Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, de levar uma vitória política. Capitular na disputa para sediar a Copa de 2030, que marca o centenário da competição, em troca de um jogo por país parecia muito pouco. O que era para ser uma vitória soou como derrota em alguns círculos e agora o dirigente tenta reverter. A ideia proposta pelos sul-americanos em reunião que aconteceu na Trump Tower (sim, a Fifa fez um escritório lá) dizia que a ideia seria apenas para esta edição, que em 2034 voltaria às 48 seleções. Tenho a impressão que não é isso que vai acontecer. Mas devo admitir: a ideia de 64 seleções é melhor do que 48, porque ao menos cria uma estrutura melhor para a fórmula - com uma fase de mata-mata a mais. Só que o ideal mesmo era manter com 32 seleções, porque a Copa funcionava perfeitamente assim de 1998 a 2022. (Felipe Lobo).
- Um dos elementos que ajudam a gravar uma Copa do Mundo na nossa memória, especialmente quando somos crianças, são os mascotes. Nesta semana, a Fifa divulgou os personagens que darão cor ao Mundial de 2026: Mapple, um alce canadense que joga como goleiro; Clutch, uma águia americana metida a meio-campista; e Zayu, um jaguar mexicano com fama de atacante. São escolhas meio batidas de animais, mas parecem bem representar cada um dos três países e criam uma identidade particular nessa Copa partilhada. Maple e Zayu, sobretudo, têm sua dose de carisma. Quanto a Clutch, confesso que eu preferiria o resgate do simpático cãozinho Striker, mascote da Copa de 1994 que foi um dos maiores acertos dos Estados Unidos naquela ocasião. (Leandro Stein)
- Fim de um era no futebol italiano. De novo. Adriano Galliani e a Fininvest, empresa da família de Silvio Berlusconi, completaram a venda do Monza, clube dos arredores de Milão que a dupla havia assumido em 2018, para o fundo de investimentos americano Beckett Layne Ventures. Galliani até recebeu uma proposta para continuar como presidente, mas preferiu recusá-la para se concentrar em “outras atividades” e para dar aos novos donos máxima liberdade para tocar o projeto. A Fininvest deve transferir os 20% de participação societária que ainda detém para a BLV no próximo mês de junho. Galliani e Berlusconi, que morreu em 2023, comandaram o Milan com imenso sucesso entre 1986 e 2017. No ano seguinte, começaram a tirar o Monza da terceira divisão. Conseguiram levá-lo de volta à Serie A, mas o clube foi rebaixado na temporada passada e está atualmente na segunda divisão. (Bruno Bonsanti)
- O destino do lendário estádio de San Siro será definido na próxima segunda. A proposta de compra feita por Milan e Inter do terreno onde fica o estádio será analisada pelo conselho da prefeitura de Milão, depois de uma reunião tensa que aconteceu nesta quinta-feira. A proposta tem prazo até o dia 30 de setembro, porque a obra precisa começar antes de novembro, quando o segundo anel de San Siro completa 70 anos e se torna um monumento histórico, virtualmente impossível de ser demolido. A reunião no conselho da prefeitura está bem dividida, mas a boa notícias para os clubes é que um pedido de anulação da reunião foi rejeitado. Os relatos são de uma divisão praticamente igual entre os favoráveis e contrários à venda. Um dos pontos mais controversos diz respeito à propriedade dos dois clubes, que hoje pertencem a fundos de investimentos americanos. Há resistência em vender um terreno tão importante da cidade para investidores estrangeiros, ainda que eles controlem dois clubes de peso da cidade e do país. Tudo isso será definido na próxima reunião. (Felipe Lobo)
- A semana marcou a despedida de dois jogadores notáveis do futebol holandês: Tim Krul e Bas Dost oficializaram suas aposentadorias. O goleiro sempre ficará marcado pelo papel de herói na Copa de 2014, quando saiu do banco para defender os pênaltis contra a Costa Rica que selaram a classificação às semifinais. Foi sua única Copa do Mundo, com 15 jogos pela Oranje, além de duas presenças em Eurocopas. Além do inusitado protagonismo no Brasil, merece respeito também por sua trajetória em clubes ingleses, com ótimos momentos no Newcastle e no Norwich. Aos 37 anos, foi reserva do Luton Town nas duas últimas temporadas. Já Bas Dost para aos 36 anos, após passar as duas últimas temporadas tentando retornar aos gramados após sofrer com problemas cardíacos. Sua importância na seleção é menor, com 18 jogos e um gol, sem disputar grandes competições. Ao menos fez por merecer a fama de goleador em diferentes cantos da Europa. Foi artilheiro da Eredivisie e do Campeonato Português. Viveu seu auge por Heerenveen, Wolfsburg e sobretudo Sporting, além de ter sido campeão com o Club Brugge na reta final da carreira. Passa longe dos parâmetros holandeses de qualidade técnica, mas sabia se impor como um homem de referência dentro da área. (Leandro Stein)